tag:blogger.com,1999:blog-35148070854992978012024-02-07T23:22:40.061-03:00Dissolvendo no Ar: Política, Filosofia, Música, Literatura, Cinema e o que mais der na telhaAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.comBlogger731125tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-88366437983286370052016-11-25T19:58:00.002-02:002016-11-25T19:59:42.830-02:00A PEC NÃO É O XEQUE MATE<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><i>Por Tiago Barbosa Mafra</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A Proposta de Emenda Constitucional 55
(PEC 55 no Senado, PEC 241 na Câmara Federal), com intuito de modificar o texto
original da Constituição Federal de 1988, atende puramente a interesses
rentistas e do capitalismo financeiro. A esperança do governo Temer é aprová-la
ainda esse ano, com vigência para 20 anos e efeitos muito mais duradouros.
Cunhada como “PEC da Responsabilidade Fiscal” que afetará todos os
investimentos primários da União, com efeitos sucessivos para as demais esferas
de governo, sem contudo afetar o pagamento de juros da dívida pública.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A princípio, com todo o desgaste da
política brasileira, falar em responsabilidade fiscal soa bem. Com o desemprego
e paralisia econômica, parece responsável falar em teto de gastos, limitação de
gastos. Mas essas terminologias escondem algumas pretensões. Hoje a divida
representa mais de 60% do PIB e para garantir a manutenção dos repasses aos
credores, sem limites, os serviços públicos é que sofrerão os efeitos e a
qualidade dos serviços piorará. Os mínimos constitucionais de investimentos
acabarão gradativamente por se perder, serviços públicos se precarizarão e
consolidaremos o imaginário social de que “o que é público é ruim”. Numa
projeção feita pelo CNS ( Conselho Nacional de Saúde), nos próximos 20 anos a
saúde deixará de receber 400 bilhões de reais. Na prática representaria o fim
do SUS. De acordo com análise feita pela Câmara dos Deputados, para a educação,
o congelamento dos investimentos do governo federal representa perdas de até
R$58,5 bilhões, somente nos primeiros 10 anos. A medida compromete TODAS as
metas do Plano Nacional de Educação (PNE). (CNTE com base nos dados do IPCA e
LDO).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A projeção da população brasileira é de 220
milhões de habitantes para 2030 (IBGE), 15 milhões a mais de pessoas
pressionando os serviços públicos com investimentos congelados. E com a
qualidade pior do que a que temos hoje, vem o xeque mate. O golpe parlamentar
foi a abertura da partida. A PEC é o posicionamento apenas das peças para que
mais à frente tenhamos a jogada final. Muitos, frente à eminência de aprovação
no Senado, já disparam: a PEC não será suficiente. Outras medidas serão
requisitadas: reformas previdenciárias, flexibilização da CLT, sempre sob a
justificativa de equilíbrio e ajuste fiscal. E não resolverá o problema.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O que se fará no país é garantir o
pagamento de juros da dívida acima da garantia e oferta de serviços públicos à
população. É o rentismo sobrepondo a qualidade de vida. Essa já era uma crítica
que se fazia ao governo Lula e que persistiu no governo Dilma. Agora, além de
não rever a questão dos pagamentos da dívida, a PEC vem para desmontar o
serviço público brasileiro. Pagamos, somente com juros, R$218 bilhões (2013),
R$ 243 bilhões (2014) e R$ 367 bilhões (2015). (Fonte: Tesouro Nacional)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ao mesmo tempo em que discursa a
responsabilidade fiscal, Temer aumenta repasses às empresas de publicidade e
comunicação; reajusta os salários dos magistrados; igrejas continuam sem tributação;
a auditoria da dívida pública, prevista na CF de 1988, bem como a tributação de
grandes fortunas, permanecem somente no papel. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mas qual a jogada final? A precarização
dos serviços, do trabalho e da previdência preparam o terreno para a abertura
para terceirizações e privatizações. É o avanço do neoliberalismo sobre as
fatias produtivas e de serviços que permanecem nas mãos dos Estados Nacionais.
E ai em breve, teremos a possibilidade de ingressar no TiSA (Trade in Service
Agreement), acordo comercial e de serviços que vem sendo costurado pelas grande
potencias econômicas e que visa liberalizar ao máximo, ampliar o poder das
grandes corporações e sucumbir a autodeterminação dos povos, as constituições
nacionais e os direitos sociais e trabalhistas. E somos parte desse xadrez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Enfim, o que está em jogo é uma visão
acerca das funções do Estado. Nossa saída? Mais democracia, mais participação,
justiça econômica e redução das desigualdades.
Tudo que havíamos começado a fazer. Tudo que os “donos” históricos do
Brasil não querem. Haverá tempo para uma reação?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tiago
Barbosa Mafra é professor de Geografia nas redes públicas Estadual e Municipal
de ensino. Voluntário no Curso Pré Vestibular Comunitário EDUCAFRO.<o:p></o:p></span></i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-63101933066583338492016-07-26T17:03:00.002-03:002016-07-26T17:03:46.578-03:00O DESAFIO DA DEMOCRACIA<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<i style="line-height: 150%; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por
Tiago Barbosa</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mesmo após quase 20 anos dos governos
chamados progressistas estarem à frente de diversos países da América Latina,
os problemas estruturais historicamente formados ainda afligem grande parte da
população da região. Ainda somos 167 milhões de latino americanos na pobreza e
71 milhões na indigência, segunda dados da CEPAL (2014).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Frente a essa situação agregam-se ainda
o processo de internacionalização da economia e as mudanças nos modelos
produtivos e de organização do trabalho, produtos da globalização e das formas
de adequação do capitalismo na busca de mais acumulação e lucro. É nesse
cenário que identificamos o que o pensador português Boaventura de Souza Santos
chama de “zonas livres de democracia”, as áreas onde as instituições
democráticas “(...) <i>coexistem com
práticas totalitárias que impedem ou interrompem os processos de transformação
democrática</i>”. O autor, ao tratar sobre o êxito dos governos progressistas
na região, demonstra a fragilidade das conquistas das últimas décadas,
justamente porque não houve logro em criar uma outra mentalidade democrática a
partir desses governos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Criam se assim, as zonas livre de
democracia, áreas onde o fascismo impera em diversos aspectos do cotidiano,
para além do âmbito da democracia formal, ou, a burocracia do voto. Em seu
texto <i>Cidadania y democracia en Bolivia</i>
(2015), Álvaro Garcia LINERA chama a atenção para a escassez de vivência
política do povo na Bolívia, mas que se aplica à realidade de grande parte dos
países da América Latina. LINERA aponta que “(...) <i>tenemos que el tiempo democrático de la vida social se comprime a su
mínima expresión, mientras que el tiempo de la arbitrariedad estatal se amplia
en términos absolutos</i>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os fascismos cotidianos e a estrutura de
construção da consciência coletiva subserviente, individualista e avessa à
participação dão o toque final às democracias de baixa intensidade, com espaço
político democrático, mas com os demais âmbitos da vida dominados pelas marcas
do capitalismo, do colonialismo e do patriarcado. Seria o que o geógrafo Milton
Santos e o escritor Ignácio Ramonet, dentre outros, nominaram de
GLOBALITARISMO. Um mundo economicamente globalizado, mas socialmente desigual,
culturalmente homogeneizador e politicamente refém das grandes corporações
financeiras e transnacionais. Um totalitarismo atualizado, dentro dos moldes do
século XXI, garantidor da manutenção e ampliação dos ganhos dos mesmos de
sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O capitalismo globalizado e o modo de
vida que acaba por impor, traz ainda a visão de crise contínua, com seus
receituários próprios da necessidade de contínuos ajustes fiscais, austeridade
e “esforços coletivos” que normalmente afetam os setores sociais e as camadas
mais pobres de nossos países. Uma visão única dos processos, que por si
carregam as visões únicas de alternativas disponíveis. Afirma BOAVENTURA: “<i>Por isso estamos em uma situação quase
contraditória, porque quanto mais necessária é a alternativa, mais difícil é
pensar e criar essa alternativa</i>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nesses tempos de novos totalitarismos,
estabelecem se os padrões ocidentais, eurocêntricos, e a cargo das
transnacionais, que operam as novas formas de imperialismo, não mais sob a
batuta dos Estados, mas sim das mega-corporações. Nessa “aldeia global
totalitária”, à massa cabe apenas o trabalho e não a vida pública, em relação à
qual tem apatia ou repulsa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">LINERA salienta o quanto o passado
subserviente da população lhe condiciona a não participação política. Primeiro
com os processos excludentes da primeira constituição, onde pobres, indígenas,
crianças e velhos estavam fora dos círculos de “cidadania”. Posteriormente, a
cidadania se dava por meio da filiação sindical, instrumento através do qual se
fazia chegar aos governantes as demandas populares. E por fim, o modo
contemporâneo da vida política com eleições democráticas, onde a vivência
cidadã se restringe ao voto, como citado anteriormente. O autor inclusive caracteriza
a cidadania moderna como sendo irresponsável, na medida em que a vida política
se converte em uma cerimônia burocrática de poucos instantes, de tempos em
tempos, por meio da delegação da decisão a outrem que não o cidadão. Nesse
modelo os partidos são os mandatários, uma elite política a quem cabe o
exercício delegado do poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Novamente, é urgente a necessidade de
uma saída, um desafio da democracia como algo constante, de intensa e duradoura
mobilização na tentativa de efetivar direitos e reduzir as desigualdades. “<i>O poder constituinte do futuro terá um pé
nas instituições e um pé na rua, na ação direta e pacífica</i>” (BOAVENTURA).
Uma ampliação da cidadania depende “(...) <i>de
un arranque de iniciativa social que reinventaria el significado de ciudadania como
acto de responsabilidad permanente de cada persona en el destino de lás demás</i>”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O indicativo é justamente para que se
busque, em cada espaço, em cada lugar, a construção de espaços de resistência,
de ilhas de democracia, capazes de a princípio resistir, se multiplicar e
buscar modificar a lógica à qual estamos submetidos atualmente, um mundo de
múltiplos fascismos aceitos como normalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Por
Tiago Barbosa Mafra – professor de Geografia na rede pública municipal e membro
do Pré Vestibular Comunitário Educafro. <o:p></o:p></span></i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-70399774939463314622016-06-07T01:16:00.001-03:002016-06-07T01:16:05.154-03:00NÃO À POLÍTICA: NEGATIVA PERIGOSA<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por Tiago Barbosa Mafra<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É tempo de paradoxos:
enquanto milhões ligados a movimentos sociais ocupam as ruas constantemente, um
sentimento coletivo de descrença em relação à política ganha corpo e força. É
histórico que sociedades que negaram a política como instrumento de gestão da
vida pública enveredaram por caminhos totalitários, profunda ou sutilmente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Um ódio às entidades
partidárias é notório. E argumentos não faltam, pois as mais de 30 siglas têm
pouco de conteúdo ideológico e muito de empresarial: foram capturados pela
lógica financeira, plutocrática, da manutenção do controle político via
estruturas públicas com finalidades privadas. E mesmo os que operaram reformas
se valeram da lógica mercantil vigente para fazê-lo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Longe de entrar no
mérito dos meios, o fato é que tudo tem demonstrado que essa forma de conduzir
a vida e as decisões públicas ( na maioria das vezes sem o povo) apresenta um
profundo esgotamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E nesse ponto crucial,
de necessidade de novos arranjos e opções, convivem proposições diametralmente
opostas, desde os que pedem mais participação, democracia efetiva aos que
deixam revelar o ódio à política, confundindo as criticas aos partidos a uma
aversão ao republicanismo como um todo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A criminalização da
política, em um país que vive há poucos anos um ensaio de democracia, tende a
evidenciar o caráter totalitário de setores elitistas, atrelados ao capital
internacional e que usam o oligopólio dos meios de comunicação para propagar
uma visão única sobre a crise, bem como sobre seus antídotos, com a garantia da
útil disseminação pela classe média apolítica e desprovida de privilégios que
tanto pelos quais tanto preza, bem como por trabalhadores despolitizados,
inseridos no consumo, mas não na vida pública.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nesse cenário de caos,
pouca reflexão encontra espaço. Sobram resposta fáceis, políticas de
austeridade, equilíbrio fiscal, sempre é claro, à custa das partes mais pobres
da população. No país do “povo cordial”, avesso ao conflito, falar em luta de
classes é heresia. Chega de crise, “vamos trabalhar!”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas não se resolve
crise com mais crise. Vivemos na prática, uma onda fascista, saudosa
(conscientemente ou não) de outros totalitarismos. São características evidentes, mas
travestidos de normalidade, ou no máximo, de um “mal necessário”. Restrição de
direitos, criminalização de movimentos sociais e partidos, ataques à cultura,
desmonte de uma tentativa de bem estar social de 13 anos. Mas tudo pelo bem da
nação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É notório que o modelo
de conciliação não se sustentará. Muito menos com relações promíscuas entre
entidades privadas. Não retornaremos mais à mesma situação. O país está em
disputa. Só não se sabe em que direção, profundidade e em benefício de quem
caminharemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O que já sabemos é que
a história e a política não devem ser negadas. A sociedade não deve continuar
encarando a desigualdade como algo natural ou aceitável. O Brasil vive a evidenciação da luta de classes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O resultado? Algo entre
o poder popular e a violência totalitária. Que os pobres não paguem a conta
novamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tiago
Barbosa Mafra é professor de geografia na rede pública municipal de ensino e
voluntário no pré vestibular comunitário Educafro.<o:p></o:p></span></i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-90980947667369160402016-04-28T22:35:00.000-03:002016-04-28T22:36:36.988-03:00QUEM LUTA, EDUCA... E PAGA O PREÇO<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Por Daniela Volpi </div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Eis que nos dias 15,16 e 17 de março de 2016 os professores da rede municipal entraram em greve, usufruindo deste direito constitucional do trabalhador para conseguir efetivamente reclamar seus direitos.</div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
No município de Poços de Caldas os docentes do Ensino Fundamental I - àqueles que alfabetizam seus filhos - estão com o salário abaixo do Piso Nacional desde janeiro deste ano. Além do que, têm por direito a destinação de 1/3 de sua jornada para trabalhos extraclasse tais como preparação de aulas e correção de avaliações tão importantes para a melhoria da qualidade de ensino, previstos em lei desde 2008.</div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Na ocasião da greve, além do cumprimento destes quesitos, foi pedido a administração a negociação destes três dias de greve para que não houvesse desconto em folha, mediante reposição dos dias não trabalhados, já que os alunos têm direito a não menos que 200 dias letivos no calendário escolar.</div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
É certo que o direito de trabalhar, e todos precisamos de trabalhar e receber nossos salários para honrar nossos compromissos, está suspenso quando quando decide-se entrar em greve. Mas esperávamos uma mínima compreensão por parte da administração, tendo em vista o vergonhoso salário que recebemos.</div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Pois bem, os professores estão sentindo agora, de maneira punitiva, os efeitos da luta por seus direitos: o professor das séries iniciais que recebe hoje o salário bruto (abaixo do piso nacional) de R$ 984,15 e líquido menos de R$ 800,00, receberá neste mês maio algo em torno de R$ 600,00 reais, tendo em vista o desconto dos três dias de greve somados a perda do descanso semanal remunerado.</div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Manifesto aqui meu desapontamento frente a tal decisão, já que estes dias poderiam ser repostos, sem ocasionar perdas salariais; assim como é realizado na esfera estadual.</div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Ademais, o salário que deveria ter sido reajustado em janeiro, de acordo com a Lei de Piso Nacional, não foi corrigido até o momento. Segundo as negociações, se tal reajuste vier a ocorrer, as correções não incidirão sobre os meses anteriores. Ora, serão 6 meses de salário abaixo do piso, totalizando uma perda de mais de R$ 500,00 para o professor. Pois é esta a valorização que se dá para aqueles que preparam as futuras gerações.</div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
São as ações humanas e políticas que se julgam neste momento. Todas as pessoas têm o direito de acreditar nas suas posições e lutar por elas. Mas não de ferir o direito de outrem.</div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Portanto, quando vierem as propagandas eleitorais tratando das novas vagas criadas em creches ou de “trocentos” alunos matriculados em tempo integral... Lembre-se que existe uma classe trabalhadora sendo aniquilada em função destes números. </div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
Sim! Às custas da mão de obra barata do professor!</div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<i>Daniela Volpi, educadora da rede municipal de Poços de Caldas. </i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-41556504690514524442016-04-21T12:20:00.004-03:002016-04-21T13:33:45.197-03:00UM DOMINGO VERGONHOSO!!!<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Antes de qualquer coisa é preciso deixar algo claro: impeachment
é um instrumento previsto na Constituição, portanto legal. Porém, faz-se
necessário que, para haver impeachment, haja de fato algum crime de
responsabilidade e as tais “pedaladas” fiscais são, por ora, motivo de intenso
debate e controvérsia entre juristas.
Inclusive havendo uma corrente que defende o julgamento do mérito pelo
Supremo Tribunal Federal. Dito isso sigamos adiante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A incrível derrota sofrida pela jovem Democracia brasileira
no último domingo foi também a pá de cal no nosso presidencialismo de coalizão,
termo cunhado pelo cientista político Sérgio Abranhes. Não seria de todo ruim,
caso houvesse algo a disposição para sucedê-lo. Ao contrário, parece que o que
nos reserva o futuro é, se levarmos em conta as intenções de quem financiou o
golpe – FIESP e Instituto Millenium à frente – uma “democracia” sem sindicatos,
movimentos sociais, partidos populares, uma sociedade onde não haja o equilíbrio
gerado por conflitos e tensões. Ou seja, algo parecido com o que Albert Camus
um dia chamou de “afirmação total”, a afirmação do status-quo e a negação da
revolta. Portanto, algo muito distante de qualquer tipo de sociedade em que se
busque de alguma forma, ainda que tímida, reverter o processo de acúmulo do capital e
distribuí-lo de maneira mais honesta e racional. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">C.B. McPherson, cientista político canadense, autor de "A teoria política do individualismo possessivo", limitou</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> a
democracia representativa como sendo uma democracia formal. Essa seria o conjunto do Estado
com suas instituições regradas por governantes/representantes eleitos em
eleições regulares e periódicas. O contraponto a essa democracia seria a
“democracia substancial”, aquela onde se encontra efetiva participação popular
e o empoderamento da sociedade se dá de forma contínua. Com certeza FIESP e Instituo
Millenium não anseiam uma democracia substantiva, pois, para tanto, é
necessário respeitar alguns direitos básicos e a própria dignidade humana.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas voltando ao show de horrores que tivemos o desprazer de
assistir no domingo passado. Restou claro e patente que a História sempre
cobrará em algum momento a fatura pelas nossas escolhas. É extremamente
emblemático notar que todos os deputados
do PSOL – que nos últimos dez anos foram inúmeras vezes motivo de deboche e
chacota por parte dos petistas – se
posicionaram de forma contundente contra o golpe de Estado elaborado por
Eduardo Cunha, Michel Temer, Aécio Neves et caterva. Tão emblemático quanto foi
ver Ronaldo Lessa (PDT-Alagoas) ser o
último a votar e votar contra o golpe. Lessa para quem não sabe ou não se lembra,
foi governador de Alagoas e por diversas e reiteradas vezes traído pelo PT. Continuando nessa linha não podemos deixar de
citar o trabalho de Flávio Dino, governador do Maranhão, que nos dias que
antecederam o show de horrores trabalhou incessantemente contra o golpe. Justo
ele que quando digladiou contra a oligarquia Sarney foi abandonado e traído
pelo PT. Por outro lado, também emblemático e sintomático, foi a postura dos
aliados preferenciais do PT nos últimos tempos. Figuras como Paulo Maluf,
Sarneyzinho e Newton Cardoso Jr. (para ficarmos em três exemplos bem representativos)
votaram a favor do golpe travestido de impeachment. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A traição por parte dos neoaliados do PT era previsível e
anunciada. André Singer no ótimo “As raízes do lulismo – reforma gradual e
pacto conservador” (2009) já mostrava profundas preocupações sobre os limites do
consenso formado em torno de uma agenda de inserção social e equilíbrio
político que claramente primava pelo consenso e a não ruptura. Vladimir Safatle
escrevendo uma série de artigos para a revista Carta Capital antes das jornadas
de junho de 2013, já alertava sobre o apodrecimento de nosso presidencialismo
de coalizão e a radicalização política que se aproximava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Quando o PT se reinventou no governo, deixando de ser um
partido firme na defesa das propostas do campo democrático popular e grande
formador de quadros para se tornar um partido adepto do presidencialismo de
coalizão, do governismo de gabinete e tocado na base da liberação de verbas e
emendas, ele se tornou apenas um partido um pouco menos distante dos movimentos
socais, sindicatos e sociedade civil organizada do que os seus antecessores no
poder. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Isso explica bastante a razão dos pequenos discursos
proferidos pelos parlamentares petistas não terem sido tão contundentes se
comparados com os dos deputados do PSOL ou do PCdoB. Falta-lhes, a maioria dos parlamentares
petistas, a energia de quem luta por um sonho, o sonho de transformar o mundo e
não apenas o mundo ao seu redor. Falta-lhes utopia. Sobra-lhes pragmatismo</span>. <o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-82736951211578985352016-03-04T19:52:00.002-03:002016-03-04T19:52:41.171-03:00O projeto Político Pedagógico da escola e seu currículo: sua grande autonomia<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 12.0pt;">Por Ana Paula Ferreira <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A escola enquanto instituição social não se isola
territorialmente. Além de possuir janelas e portas com possibilidade de
receberem novos ares, compreende também pessoas que transitam em seu ambiente e
que carregam em si a marca da onde vieram, da onde falam, da onde pensam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Devido a essa condição de pertencimento à sociedade, a
escola cumpre o papel que lhe é exigido por leis, parâmetros, referencial
curricular. Isso é uma forma de se organizar politicamente a escola,
minimizando as contradições regionais, sociais, econômicas, em busca de
coordenadas gerais no qual a escola se torne um espaço propulsor nas discussões
das demandas de uma nação. O sociólogo Florestan Fernandes já sinaliza essa
importância da instituição escolar, associada a um plano social, que na visão
desse teórico ela deveria atingir altos patamares de racionalização através das
disciplinas curriculares e ainda uma consciência cívica de modo que a população
pudesse participar cada vez mais das decisões políticas. Como disse uma vez em
entrevista </span><span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">"Um povo educado
não aceitaria as condições de miséria e desemprego como as que temos".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">O
problema é que na atual conjuntura de um Estado que segue ditames do
capitalismo, das leis do mercado, a escola é vista como espaço pragmático e
utilitarista, devendo formar quadros de trabalhadores. O espaço escolar é invadido por esse paradigma
e esse é um reflexo nefasto porque lhe retira a condição da própria origem da
palavra “escola”, que em grego quer dizer “lugar do ócio”, no sentido de ocupar
o tempo livre com criatividade, discussão de temas e assuntos, estudo e se
contraporia a ideia de ‘negócio’, que etimologicamente quer dizer negar o ócio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">Não
é a toa que a escola imita a fábrica com seus apitos (opa, sinais), com seus
muros altos, com a compartimentação de salas de aula e profissionais (professores)
especialistas que pouco dialogam com as outras áreas. Aula no pátio é coisa
rara (a não ser pelo professor de Educação Física), aula com projetos é visto
como ineficiente, afinal não trabalha as perguntas e respostas da Prova Brasil,
aula com jogos é ainda associada a “passar o tempo”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">O
ruim é que talvez por desconhecimento, talvez por ser mais cômodo, toda escola
tem seu grau de autonomia curricular legitimado por lei e que raramente é
utilizado consoante ao Projeto Político Pedagógico. Refiro-me ao artigo 26 da
Lei de Diretrizes e Bases (LDB9394/96) que garante a cada estabelecimento de
ensino sua estruturação curricular assentada na discussão com a comunidade
escolar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">Assim,
há um programa curricular nacional, o hegemônico, o que estimula em linhas
gerais o que é necessário que todos aprendam. Entretanto, é também possível que
cada escola faça seu próprio currículo, partindo do senso comum da localidade,
dos saberes populares, da história e do conhecimento microrregional e
dialogando com o mundo, com a sociedade, através de uma participação com os
profissionais da educação, alunos e familiares. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">Quando
digo profissionais da educação estão subtendidos não somente os professores e a
direção, mas inclusive as merendeiras, cuidadores, pessoal da secretaria e da
limpeza, lembrando que todos em suas atividades acabam por educar e possuem um
público que é específico e precisam, portanto de participar do plano da escola.
Em relação aos familiares, é sabido que a criação de uma participação cada vez
mais profunda com a comunidade é um desafio para boa parte das instituições
escolares, mas é um dever democrático buscar essa inserção dos responsáveis
diretos pelos alunos nos debates e nas definições do currículo escolar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">Dessa
forma, a escola usará suas portas e janelas para entrar não somente leis e
pessoas, mas ideias, conhecimento de mundo e romperá aos poucos com a ordem
capitalista que se instala na linha de produção escolar quando esta adota o
mesmo currículo pasteurizado que outras escolas de realidades diferentes.
Amparada na sua terra e nas suas pessoas, a escola pode pensar sua estrutura,
sua filosofia, seu currículo, concatenado com seu projeto político pedagógico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">Quem
sabe assim a escola deixe de ser apenas um espaço dentro da comunidade para ser
um espaço de pertencimento, aliando conhecimento popular com conhecimento
científico, preocupação com o saber e com uma ação social, teoria e prática,
global e local. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<i><span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">Ana Paula Ferreira é </span></i><i><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Pedagoga
e mestranda em Educação pela UNIFAL.</span></i><i><span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";"><o:p></o:p></span></i></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b><span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">Sugestão de leitura:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A construção do
projeto político-pedagógico na escola de
Antônio Betinil. Revista Educação, v. 01, n. 3, jan./dez. 2005.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Planejamento
participativo na escola. O que é e como se faz Maristela Gemerasca e Danilo
Gandin. Edições Loyola, 2002.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-47761685696504756992016-02-21T13:33:00.001-03:002016-02-21T13:48:45.948-03:00Que nos libertemos em comunhão!<div class="MsoNoSpacing">
<i style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Por
Ana Paula Ferreira</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">É muito comum na mesma área de trabalho haver
pequenas rivalidades, dissabores, ausência de diálogo entre profissionais.
Exemplificando o campo da educação que é o terreno onde piso, há certo mal
estar entre professores da lei 100, os concursados e os designados. Em termos
municipais há a incoerente diferença salarial entre as professoras regentes de
turma do Ensino Fundamental I (quase todas com nível superior) e os professores
regentes de aula, os PII, que provoca comparações e cria espaço para uma
hierarquia simbólica onde na verdade ela não existe. Nesse cenário nos aprisionamos
em nossos afazeres cotidianos e nos impossibilitamos de superar os percalços da
educação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Quantos de nós já não ouvimos: “Fecho a porta
da sala e faço o meu trabalho”? Não quero dizer com isso que o professor dessa
linha de pensamento não faça um bom trabalho pedagógico, mas se nega a
aprofundar o que a educação nos mostra ser: um caminho para nos libertarmos em
comunhão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Liberdade consiste em ter tempo livre; em não
precisar ser escravo de dois ou três períodos para lecionar diante da miséria
salarial; de termos dinheiro suficiente para o lazer; para além de educarmos os
filhos de outros, termos tempo para nossos filhos; tempo livre para formação
política para sabermos de nossos direitos e não só dos deveres. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Seríamos então livres diante da ditadura de
uma sociedade que sucateia o trabalho docente ao ponto de lhe cercear a
produção intelectual e transformá-lo em mero executor de programas? Estaríamos
exercendo a liberdade ao sermos obrigados a trabalhar dois turnos ou mais
diante do peso das responsabilidades financeiras contrastando com salários
insuficientes?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Se os problemas entre os professores não são
individuais, mas marcas de uma categoria, o posicionamento de embate deve ser
de um coletivo como expressão de um grupo que não apenas ensina conteúdos, mas
ensina com o exemplo da luta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Ser educador é acreditar em mudança! Ser
educador é criticar quando necessário, mostrando que a contradição que dinamiza
o processo, embora a não concordância para aqueles que ocupam o poder cause um
mal-estar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Queremos liberdade não a conta-gotas,
queremos mais tempo para o lazer, para o estudo, para formação humana e
profissional. Temos a lei 11.738 que nos ampara! Temos o PNE que pontua em uma
de suas metas a equiparação salarial do docente com outros profissionais que
tenham curso superior. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Para exercermos a liberdade de escolha por um
cargo apenas de 30hs – tal qual a proposta do Executivo - precisamos de um
salário realmente compensatório, pois caso contrário é nos aprisionarmos nas
amarras financeiras. Ninguém quer cansar de trabalhar! Precisamos! E talvez
representantes políticos fechem os olhos para isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Não há processo de libertação se não for para
todos. Por isso, o projeto encaminhado pelo Executivo municipal de Poços de
Caldas não satisfaz haja vista que em termos concretos beneficia só uma parcela
dos profissionais da educação. Faz parte da prática dominante o “dividir para
conquistar”! Mas, perante isso, que não nos rendamos a discursos mesquinhos e
individualistas, principalmente daqueles que já se beneficiaram uma vez da
redução da carga horária e hoje novamente querem fazer esse movimento. Que
continuemos na luta para que a educação deixe de ser mero discurso político em
época de eleição e passe a ser atenção verdadeira daqueles que nos representam.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<i><span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";">Ana Paula Ferreira é </span></i><i><span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Pedagoga
e mestranda em Educação pela UNIFAL.</span></i><i><span style="background: white; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Arial Unicode MS";"><o:p></o:p></span></i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-11090867973136069712016-02-03T18:38:00.004-02:002016-02-03T18:38:40.966-02:00DEPOIS DE 2 MESES<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
<i>Por Joel Borges Junior</i></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
<i><br /></i></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Há 2 meses atrás, fiz um post¹ falando sobre as eleições na Argentina e cheguei a conclusão de que <a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/page.php?id=55432788477" href="https://www.facebook.com/mauriciomacri/" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;">Mauricio Macri</a> não seria tão diferente do que estava acontecendo na Argentina.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Depois de 2 meses fiz um balanço:</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
- Aumento de 700% da conta de Luz</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />- Desvalorizou o peso e mudou a matriz arrecadatória, beneficiando os exportadores e prejudicando as classes baixa e média.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />- Gerou mais inflação. (Calcularam uma inflação de 25 a 30% para 2016 e só Janeiro já atingiu 9.11%. Ano passado, a média era de 1.4% por mês.)</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />- Poderá atrair, de acordo com o governo, 20 bilhões de investimento no país.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />- Desvalorizou os salários dos trabalhadores (A Cristina quando saiu, deixou 5588 pesos que valiam 607,81 dolares e estava acordado desde agosto para ir para 6060 pesos quando virasse o ano. Com a desvalorização do peso, mesmo indo para 6060 pesos, o salário está em 463,69 dólares.).</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />- Despediu mais de 24 mil empregados públicos (Alguns se dedicavam à implementação de projetos do Estado em bairros pobres e outros porque não concordavam com a política neoliberal)</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />- Abandonou os inundados do litoral (A província de Entre Ríos foi parcialmente inundada. Macri chegou a passar de helicóptero pela cidade de Concordia, a mais afetada. Faz 1 mês do acontecido e não teve nenhum plano de ação para atender a população afetada até agora. Muita gente foi salva por próprios civis. Segundo noticias, tem 30 mil pessoas desabrigadas.)</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />- Reprimiu os protestos sociais, deixando trabalhadores feridos porque eles simplesmente reclamavam por seus postos de trabalho. (nenhuma manifestação na era Kirchner foi reprimida com balas de borracha ou cassetete, como foi com Macri em seu primeiro mês de mandato)</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />- Burlou o Congresso, nomeando dois juízes da Corte Suprema a dedo e violando a Lei dos Médios (com a ajuda de Héctor Magnetto, o dono do Grupo Clarín)</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br />- Taxando mais os serviços públicos, pondo em risco o déficit fiscal.<br />- E o ponto mais agravante na minha visão: Na Argentina há um mecanismo chamado Decreto de Necessidade de Urgência, que só pode ser utilizado em situações extremas pelo Executivo. Cristina Kirchner usou este recurso 29 vezes em 8 anos. Macri usou este recurso 260 vezes em 2 meses, e pior, muitos deles fere a Constituição.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Começou com o papo padrão de político "Vamos acabar com a corrupção, diminuir a maquina pública, combater o narcotráfico, readquirir confiança dos investidores". Sempre o mesmo papo abstrato, sem mostrar solução. A unica solução é colocar nas costas da classe média, trabalhadora e pobre.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Na minha análise, de até o momento, ele está terrível e eu errei grandiosamente na análise feita 2 meses atrás. Macri não é essa maravilha como estão tentando passar. Está prejudicando a população, os trabalhadores e ajudando somente os empresários. Ele está agindo como ditador pesado e a grande mídia argentina (que é do lado dele, ainda mais depois que ele mudou a lei dos médios na base da caneta) está escondendo isso.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Mas ainda há tempo para mudar minha opinião. Mas por enquanto é tenebroso seu mandato.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<i>Joel Borges Junior, funcionário público </i></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
¹ <a href="https://www.facebook.com/joelborgesjunior/posts/1247681568579062" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;">https://www.facebook.com/joelborgesjunior/posts/1247681568579062</a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-60647404613687037162016-01-14T19:53:00.004-02:002016-01-15T18:43:09.346-02:00TRANSPORTE PÚBLICO EM POÇOS - NÚMEROS, APENAS NÚMEROS<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Os maiores prejudicados com o aumento da tarifa do transporte público de R$3,00 para R$3,30 (10%) são seus usuários, na imensa maioria trabalhadores assalariados. </span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Num exemplo simples: se o trabalhador “A” recebe um salário mínimo e lhe é descontado 6% referente ao Vale Transporte, em 2015 esse percentual representava R$47,28, já ao longo de 2016 com o aumento da tarifa do transporte público lhe será descontado R$52,80 por mês. A diferença anual chegará a R$66,24 o suficiente para comprar aproximadamente 13 kg de feijão ou 30 kg de arroz.</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Agora vejamos outro exemplo. Imaginando que o trabalhador “A” tenha uma família, esposa e dois filhos maiores de cinco anos. Se ele quiser num domingo aproveitar com sua família de algum dos poucos espaços públicos destinados ao lazer e para isso precisar se deslocar utilizando duas linhas do transporte público, ele desembolsará R$26,30. Somadas os valores desse “passeio” mais o que é descontado em folha chega-se a bagatela de R$79,10 ou 8,98% do seu salário. Isso se o trabalhador “A” permitir a si e a sua família apenas um final de semana com lazer fora de casa. Isso também se durante todo o mês nem ele e nem sua família precisarem utilizar o transporte público para qualquer outra eventualidade como consultas médicas ou mesmo pagamento de outras tarifas públicas como água, luz, IPTU – lembrando que a maioria dos bairros da periferia de Poços não contam com postos aptos a receber essas tarifas. </span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Pensemos noutro exemplo, mais drástico. O trabalhador “B” recebe dois salários mínimos (R$1760,00, valor considerado razoável para os padrões poços-caldenses). </span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;">No entanto o trabalhador “B” também possui dois filhos, ambos cursam o Ensino Médio e no bairro onde moram só possuí escolas voltadas para o Ensino Fundamental. Nosso herói – nesse caso não se trata de eufemismo – gastará por dia com transporte público para seus filhos R$6,60. Por semana R$33,00. Por mês considerando vinte dias letivos R$132,00. Mas os gastos da família com o transporte público não param por aí. Uma vez por semana a esposa de nosso herói precisa se deslocar até a região central da cidade para diversos afazeres – buscar medicamentos que só são distribuídos na farmácia central; fazer o supermercado ou feira; pagar contas de água, luz IPTU; participar de reuniões na escola dos filhos; etc. O trabalhador “B” também gosta de passear com sua família e o faz uma vez por mês. Além disso, participam num domingo por mês do almoço de família promovido na casa dos pais de nosso herói. Os jovens filhos do casal também gostam de se encontrar com os amigos e pelo menos uma vez por mês se deslocam até bairros mais distantes para revê-los. Somados todos os gastos de nosso herói só com passagens chegamos a R$330,00 ou 18,74% do seu salário bruto (lembrando que sobre o salário incide outros descontos como o INSS e a contribuição sindical). </span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Resta claro que o transporte público tem grande impacto nas finanças familiares. Mas temos outras reflexões sempre utilizando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Em 2013 a tarifa em Poços custava R$2,60 e a inflação acumulada naquele ano foi 5,91%. No entanto, o aumento da passagem foi de 7,69% indo a R$2,80. Em 2014 a inflação foi de 6,41 e a passagem saltou para R$3,00, com um aumento de 7%, portanto, e novamente, acima da inflação. Já em 2015 a inflação chegou a 10,67% e aumento foi de 10%, pela primeira vez nos últimos três anos pouco abaixo da inflação. </span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Voltando um pouco no passado, porém não tão distante, em janeiro de 2010 os poços-caldenses pagavam R$2,00 na tarifa do transporte público. A inflação acumulada de lá pra cá foi de 48,9%. Se reajustarmos pelo IPCA a tarifa chegará a R$2,98. Ou seja, por esses cálculos a tarifa deveria estar 0,32 centavos mais barata. </span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Mas ainda nem chegamos ao pior. Em dezembro de 2014 o prefeito Eloísio do Carmo Lourenço enviou à Câmara projeto de lei reduzindo a alíquota do ISS (Imposto Sobre Serviços) da empresa concessionária do transporte público de 5% para 2%, ou seja, a empresa conseguiu o que nenhum outro contribuinte conseguiu ultimamente, baixar em 60% um dos impostos que paga. </span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Ao que tudo indica o cidadão comum de Poços, o trabalhador, aquele que não tem alternativa a não ser usar o transporte público e que teve aumento de 30,36% em sua conta de luz e 3,65% em seu IPTU ao longo do último ano, terá que dormir sabendo que paga cada vez mais caro também na passagem de ônibus enquanto a empresa concessionária, ao contrário de todos os cidadãos comuns, paga menos impostos.</span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-56264816225637405572016-01-06T12:02:00.005-02:002016-01-06T12:06:36.552-02:00Educafro: retrospectiva 2015<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp4b19BRkqB9nc-0lSUzER33gpZhIuPx-iHrV_6Fndapnwz9Cu7GnwUUqP6xsefdqXuvJWdZvIHA8mc2qGUetFTnvfMElZoQgYSsZtXuqtQH9SNX6yz82c7zUd97ZJP6zgceRNdZZ7j30/s1600/educafro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp4b19BRkqB9nc-0lSUzER33gpZhIuPx-iHrV_6Fndapnwz9Cu7GnwUUqP6xsefdqXuvJWdZvIHA8mc2qGUetFTnvfMElZoQgYSsZtXuqtQH9SNX6yz82c7zUd97ZJP6zgceRNdZZ7j30/s400/educafro.jpg" width="400" /></a></div>
<i style="line-height: 19.32px;"><br /></i>
<i style="line-height: 19.32px;">Por Ana Paula Ferreira</i><br />
<br />
O curso pré-vestibular comunitário de educação para a camada popular e afrodescendentes – Educafro – está no município de Poços de Caldas há mais de 10 anos e esse ano de 2015 continuou seu histórico de luta. </div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
Educafro existe porque o Ensino Superior embora com vários avanços ainda é um espaço de poucos. Por isso, a Educafro persiste para possibilitar que estudantes de escolas públicas tenham mais condições conceituais para se inserirem nas faculdades públicas ou privadas. Porém, é importante frisar que a Educafro não se faz apenas como cursinho pré-vestibular. É antes de tudo um movimento social.</div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
O grande ranço que separa os que passam no Enem e os que não têm nota suficiente para cursar o Ensino Superior é um reflexo de um abandono da escola pública e em contrapartida de uma desigualdade de renda absurda que torna possível que apenas a elite se alimente do saber historicamente construído e tenha mais oportunidades de se servir dos meios universitários mais conceituados. É nesse cenário que a Educafro se inscreve: se por um lado busca contribuir para inserção da classe trabalhadora enquanto estudantes universitários, por outro questiona esse modelo econômico que transforma a educação como moeda de troca.</div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
Por isso, além das aulas convencionais, há a aula de Cultura e Cidadania. Por isso que no decorrer do ano participa de inúmeras ações que demonstram a indignação com os problemas sociais. Esse ano de 2015 não foi diferente.</div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
Começamos em março em parceria com o Instituto Moreira Salles e com o grupo que luta pela igualdade de gênero “Moça Você é Machista” para apresentação de um documentário e discussão a respeito do tema aborto. Longe de uma abordagem moralista, religiosa e fundamentalista, buscou-se um olhar não tão divulgado pela grande mídia: a questão saúde pública ao se pensar em milhares de mulheres que anualmente morrem vítimas de abortos clandestinos e de uma sociedade machista e patriarcal.</div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
No dia 1° de maio fizemos uma panfletagem e conversa com os trabalhadores sobre a PL 4330, que roga sobre a regularização das terceirizações do trabalho. No fim do mês, em parceria com a UEMG, realizamos o I Seminário da Mulher Negra com a problemática da desigualdade de gênero e os impactos ainda maiores quando se trata da mulher negra, maior vítima de abuso sexual, desemprego e subempregos; inferiorizada por uma sociedade de consumo que deprecia sua pele, seu cabelo, sua cultura. </div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
Em parceria com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) participamos de arrecadações de produtos de higiene e livros para as detentas da cadeia de Poços de Caldas, que se encontram em situação de carência em relação a esses produtos.</div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
Participamos junto com outros grupos da Marcha contra a Intolerância Religiosa, Contra o Genocídio do Povo Negro e Contra a Violência em Relação à Mulher. Realizamos o encontro entre núcleos da Educafro de Minas Gerais que teve o privilégio de receber Frei David, fundador da Educafro e uma liderança de destaque nacional em relação à igualdade racial.</div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
Em setembro, em parceria com o Coletivo de Educação, organizamos a palestra do professor Carlos Rodrigues Brandão, que fez uma fala sobre educação popular e Paulo Freire no espaço cultural da Urca para mais de 500 pessoas. </div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
Enfim, nossa luta foi em diversas frentes, em relação aos grupos mais vulneráveis, o negro, a mulher, a presidiária, o trabalhador, buscando superar o discurso blablazante e a ação vazia, desconectada de reflexões profundas, apontando para uma tentativa de se fazer a práxis, entre o estudo e a prática, a teoria e o agir sobre o mundo, aproveitando-se do saber como um processo de denúncia e de grito.</div>
</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
Continuemos na luta em 2016!</div>
<div>
<div style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-top: 6px;">
<br />
<i>Ana Paula Ferreira,coordenadora do Educafro Poços. </i></div>
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-43394428001105625812015-08-31T23:37:00.001-03:002015-08-31T23:46:55.277-03:00Precisamos dos dois poderes<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Por Tiago Mafra</i><o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Quais os limites das transformações sociais possíveis
dentro de um modelo democrático atrelado ao modo de produção capitalista? Sem
dúvida alguma o Brasil consolidou-se como uma prova cabal de que há uma grande
margem de atuação na busca pela redução das desigualdades, agindo dentro da
ordem vigente.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Nesse cenário, um dos diversos fatores que fixa a
profundidade das transformações operadas é o PODER. Digo aqui não o poder
institucional, mas aquele capaz de congregar os interesses dos diversos atores
sociais, em especial os movimentos populares, que dão o poder real para além de
nomeações, cargos ou instituições.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
O poder pautado na base real, popular, com pé no mesmo chão
em que pisa o trabalhador, coloca em marcha a participação popular e acaba por
evidenciar os distintos interesses de classe. Força ainda, o debate público,
traz os movimentos organizados para o cenário e obriga uma disputa constante
pela sociedade.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Foi esse poder real que ajudou a eleger o primeiro operário
presidente, a primeira mulher presidenta e o primeiro prefeito negro de Poços
de Caldas.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
A realidade conservadora e suas regras, inegavelmente nos
impõem adequações, muitas vezes atrasando o programa de avanços sociais; outras
vezes obriga mudanças táticas, forçando adequações que deveriam ser momentâneas.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
O incômodo é quando a adequação, que deveria ser pontual,
converte-se em regra. É uma certa “banalização da adequação”, uma
governabilidade elevada à divindade, que cumpriu nos último anos, muito bem
diga-se de passagem, o papel de substituir o poder real, autêntico, com base
popular, unicamente pelo poder formal, baseado nas regras vigentes, vazio de
povo.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
A trelado à essa substituição vieram a reboque os arranjos
escusos, as redes de troca de favores e influências, a confusão entre o público
e o privado e uma relativização assustadora dos princípios que nos regeram
outrora; não há uma “guerra santa” em voga. A luta de classes é evidente, mas
não dicotomicamente resumida a governo e oposição como seria mais fácil tentar
aceitar. Numa sociedade globalizada, sob influência de uma mídia conservadora e
sempre sob pressão das disputas geopolíticas, uma miríade de variáveis nos
impede a imprecisão da ramificação binária.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
O poder real, popular, atrelado ao formal, das estruturas
dominantes, permitiu ao país um governo que aumentou o salário mínimo em 70%,
propiciou ensino superior e moradia ao povo, ampliou investimentos em saúde e
educação, retomou o planejamento e o combate à defasagem estrutural, enfrentou
a fome e a miséria distribuindo renda e gerando emprego, estabeleceu uma
política externa soberana e respeitável.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
A chamada “revolução democrática” é a maior transformação
da história do Brasil. E queremos mais. Revoluções não param. E não há pecado
em querer mais, ao menos para os que não compreendem os partidos e governos
como profissão de fé. Não os são. Fujamos de axiomas. Há ainda estruturas a
modificar, há desigualdades a combater, há um sistema a destruir, relações
produtivas a superar. Transformações que só virão com base popular,
participação consciente, viva.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
É um sentimento de muitos, uma gana por mais. Uns veem como
crítica pela crítica. Outros como oportunismo. Outros tripudiam os
“cricris” com a alcunha de “esquerda rivotril”.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
Talvez precisemos mesmo de rivotril: contra a ansiedade
frente à inércia do poder formal; contra a depressão de saber que tanto mais
pode ser feito, mas que depende da decisão de ir além de onde estamos; decisão
que a maioria de nossos representantes formais não parece estar propensa a tomar.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
A história não para, a luta de classes também não. Tarso
Genro afirmou que “ou nos renovamos, ou morremos”, nos mediocrizamos de vez
como disse Boff. Trabalho para que caminhemos pela primeira opção, da
renovação, para que não fique apenas no campo das possibilidades nosso
potencial de vanguarda do período popular da história.<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: start;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<i>Tiago Mafra é professor de Geografia da rede municipal de
ensino de Poços de Caldas e membro do pré-vestibular comunitário Educafro.</i><o:p></o:p></div>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-460857411564883412015-08-22T12:40:00.000-03:002015-08-22T19:13:25.429-03:00À noite todos os gatos são pardos<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Uma rápida
passeada pelas redes sociais e logo noto que muitos daqueles que até anteontem
julgavam como tresloucadas as ações da Operação Lava Jato, agora estão eufóricos
e se regozijando com as denúncias contra Eduardo Cunha. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Todavia, essas
denúncias foram feitas pela mesmíssima Operação Lava Jato tão demonizada por
aqueles que consideram injustas e perseguição política, talvez até parte de um
golpe, as denúncias e a subsequente prisão, por exemplo, do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro
do Partido dos Trabalhadores João Vaccari Neto.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Oras, os
mesmos que reclamam da seletividade da mídia oligopolizada quando esta trata
dos famosos, e já quase enfadonhos, escândalos
de corrupção – e nisso têm toda a razão –
por parecerem ser sempre culpa de um
único partido, no caso o PT, e omitem
casos semelhantes ocorridos nas fileiras do PSDB, são os mesmos que agora utilizam do
subterfúgio da seletividade para julgar quem meteu e quem não meteu a mão na cumbuca
da Petrobras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Esquecem-se eles
que se o desprezível Eduardo Cunha foi um dos muitos a se
beneficiar de dinheiro retirado da Petrobras – uma estatal e, portanto, detentora
de recursos públicos – isso ocorreu segundo as denúncias do procurador-geral da
República em período recente, período em
que o PT já estava a frente do governo federal. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pré-julgar
Eduardo Cunha – de longe o pior presidente que um dos poderes da República teve
desde a redemocratização e porta-voz do
que há de mais conservador e muitas vezes reacionário em nossa sociedade – se
esquecendo que no fundo ele faz parte do mesmo esquema de corrupção que
encharcou muitos “companheiros” é duma hipocrisia tosca que nem se dá ao
trabalho de ser minimamente sofisticada. </span><br />
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pré-julgar Eduardo Cunha – um sujeito que não merece respeito algum por
quem baseia a vida em valores éticos e enxerga a Democracia como um bem a ser
defendido todos os dias – se esquecendo que ele “apenas” soube se aproveitar das benesses que a Petrobras
dava aos políticos “aliados”, é querer tapar o astro-rei com a peneira enquanto
chama todos os brasileiros de idiotas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na mesma
lama que chafurda Eduardo Cunha, também estão Fernando Collor – será que o
ex-presidente é merecedor da solidariedade dos novos “companheiros”? – José Dirceu,
João Vaccari Neto e muitos outros considerados pelos neopetistas e
petistas chapa-branca heróis do povo
brasileiro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É fato que a
Operação Lava Jato tem tido arroubos e excessos em quantidade preocupante e
igualmente é fato que um juiz de primeira instância tem se portado como
celebridade enquanto veste a capa de paladino da Justiça. Porém, não podemos
jogar fora o bebê junto com a água do banho. Os efeitos que a Lava Jato pode ter ao desvendar uma teia de corrupção que até
então nos parecia invisível, ainda não são mensuráveis. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Quanto aos neopetistas
e petistas chapa-branca, no fundo dá até
pra entender sua seletividade, afinal, costumam pensar com o estômago e não com a
cabeça. </span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-49424494424651727112015-07-30T12:10:00.001-03:002015-07-30T12:10:18.974-03:00UM OLHO DE CADA COR<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">Nessas
férias de julho passeei muito com minha filha Isabela. A programação
de Julho da cidade estava repleta de atrações que tornavam as
férias muito mais ricas e divertidas para turistas e para os
cidadãos poçoscaldenses que conseguissem se deslocar até o centro,
tendo em vista que a maioria das atrações eram na praça Pedro
Sanches ou na Urca.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">Mas,
quero chamar a atenção na verdade é para o que aconteceu atrás do
museu. Três artistas locais apresentariam as lendas da cidade
baseados no livro da<b> </b>museológa<b>
</b>Nilza Megale e assim que eu e minha filha chegamos já vimos tudo
preparado: o local dos instrumentos, o pano de retalhos onde as
crianças assistiriam, as cadeiras ao fundo para os adultos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">Isabela, sem timidez nenhuma
foi sentar-se junto às outras crianças que estavam à frente. Eram
crianças extremamente bem vestidas que conversavam sobre seus
“colégios”. Assim que ela chegou, com seus olhinhos um da cor
azul e outro da cor preta, as crianças ignoraram sua entrada no
grupo, por não ignorarem a diferença da cor das pupilas. Uma delas
passou a conjecturar o motivo, falando as demais com cara de desprezo
que era porque a Isabela tinha machucado o olho e que não enxergava
e várias outras coisas que nem escutei. As demais olharam a Isabela
de cima em baixo e voltaram a olhar a narradora da história
preconceituosa.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">Isabela
simplesmente saiu de perto, me pediu um papel e canetas, voltou a
sentar no pano, um pouco mais longe das meninas, e passou a desenhar
suas princesas e seus castelos. Mostrava suas produções entre um
sorriso e outro.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">Eu
enquanto mãe observei como a Isabela lidava com a situação. Sempre
a elogiamos muito e lhe falamos que era rara e por isso é bela e
depois conversando com ela expliquei que tem criança que nunca viu
olhos bonitos que nem o dela e perguntei se ela sabia que era linda e
ela disse “sou maravilhosa”. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">Entendo
que por ser diferente chame a atenção, mas foi a primeira vez que
vi um gesto de rejeição. Geralmente as pessoas ou crianças
comentam, perguntam, mas não excluem e o que leva a crer que tal
gesto é mais comum entre aqueles que ocupam a classe dominante, a
julgar pela conversa das meninas sobre “colégio” e as roupas que
usavam.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">Daí
minha reflexão enquanto educadora foi em outro sentido... como são
esses colégios? Como são organizados? Estão prontos para lidarem
com a diferença? </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">Compreendo
os vários problemas da escola pública como professores mal
remunerados, falta excessiva dos profissionais em educação, salas
superlotadas, trabalho muitas vezes superficial dos conteúdos,
entendimento do aluno como número no IDEB... Entretanto, por mais
problemas que haja uma coisa é certa: a escola pública está mais
preparada a trabalhar democraticamente do que a escola privada.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">Quem
aceita as crianças independentemente se podem pagar o ensino? Quem
contrata cuidadores para as crianças com necessidade especial (no
caso da realidade em Poços de Caldas)? Quem não vem com uma
apostila pronta pra ser executada e tem a grande possibilidade de
elaborar seu próprio currículo junto à comunidade? Quem serve a
merenda igual e de qualidade para todos os alunos? Quem tem a
condição de agregar no mesmo espaço crianças e adolescentes de
diferentes religiões, etnias, culturas? </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;">A
escola pública também tem um olho de cada cor. Inclui negros e
brancos, evangélicos e umbandistas, classe média e camada popular,
crianças com necessidades e crianças com altas habilidades.
Enquanto escola que sabe de sua riqueza por não ser homogênea, a
escola pública só tem a ganhar em democracia, em tolerância, em
respeito pela diversidade, em busca de uma sociedade que não olhe os
olhos, mas o que está por detrás deles... Mas, pra isso, a escola
pública e todos que usufruem dela, professores, gestores, comunidade
escolar, políticos, precisam aceitar esse diferencial riquíssimo
que a escola pública tem, de modo que os grupos atendidos não sejam
mera matrícula de pertencimento, mas uma inclusão de fato de suas
vivências e culturas, pois ao se marginalizar o conhecimento do
aluno a escola pública abandonará seu potencial democrático para
se assemelhar a escola privada que homogeneíza o currículo e ao
fazer isso homogeneíza pessoas.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Cambria, serif;"><span style="font-size: medium;"><i>Ana
Paula Ferreira, professora da rede Municipal e coordenadora
pedagógica do Educafro Poços de Caldas. </i></span></span>
</div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0.35cm;">
<br /><br />
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-78684105349544593842015-05-27T11:06:00.001-03:002015-05-27T11:06:44.442-03:00DERROTA DE EDUARDO CUNHA, VITÓRIA DA SOCIEDADE<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Há de se registrar que nossos nobres e probos deputados federais não agiram pensando apenas nos valores democráticos ou no futuro da sociedade brasileira. Tampouco tiverem o desprendimento que se espera de cidadãos que se colocam a disposição da sociedade e do povo.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Muito pelo contrário, retirando as exceções de praxe, a maioria agiu de forma bastante individualista pensando única e exclusivamente no próprio umbigo. Afinal, manter as atuais regras é, no caso dos deputados, manter-se na zona de conforto. Mudar as regras do jogo poderia jogá-los numa área escura onde o faro de sobrevivência lhes aconselhava ser melhor não arriscar tanto.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Foi justamente esse instinto de sobrevivência que levou nossos deputados a votarem contra o distritão e na sequência contra a oficialização do financiamento privado.</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Quantos dos atuais deputados se elegeriam caso fosse implantado o distritão? Quantos conseguiriam alancar recursos cada vez maiores numa disputa cada vez mais desigual caso fosse oficializado o financiamento privado de campanhas?</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17.5636348724365px;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
Porém, mesmo por vias tortas (diria eu basante tortas) o autoritarismo e a prepotência de Eduardo Cunha foram derrotados. A manutenção do atual sistema de eleição para os legislativos e o do atual modelo de financiamento eleitoral nem de longe representam o que a sociedade quer e necessita, mas são um mal bem menor se comparados as aberrações que seriam defendidas por Cunha e seus asseclas.</div>
<div style="margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Outro derrotado é o todo-poderoso ministro do STF Gilmar Mendes. Com a derrota da proposta de Cunha de oficializar o financiamento privado, sobe a pressão para que Mendes devolva o processo no qual o STF já estava prestes a decidir sobre a inconstitucionalidade desse tipo de financiamento de campanha.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Uma coisa é certa. O Brasil amanheceu hoje menos pior do que amanheceria se Cunha tivesse logrado mais um êxito. Na verdade cada derrota de Cunha é um retrocesso a menos para o Brasil.</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-67282300937223697622015-02-26T11:52:00.000-03:002015-02-26T11:54:41.120-03:00Breve leitura histórica, política e trabalhista<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><i>Por
</i></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><i>Ana Paula Ferreira</i></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">É
correto avaliarmos que a desvalorização docente não é de agora.
Sabe-se que foram anos sem percentual significativo de aumento e
inclusive gestões em que nem o repasse inflacionário foi coberto.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Muitos
culpabilizam o sindicato e por mais que se deva tecer as críticas,
fragilizá-lo não é a melhor opção uma vez que o patronato se
utiliza disso para reforçar sua tirania sobre os trabalhadores. A
história mostra isso! Como o desfalque do presidente do sindicato no
período de 2004 a 2007, várias pessoas se desfiliaram, contribuindo
para o esvaziamento das assembleias e manifestações sem grandes
repercussões no ano de 2009 e 2010. Consequência: Neste período de
2009 a 2012 nem o ajuste salarial para acompanhamento da inflação
tivemos. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Enquanto
utópica e militante na educação estive presente nesse momento
decadente do sindicato e participando também da Comissão para
revisão do Estatuto do Magistério, iniciado em outubro de 2010,
pensei que tal medida democrática poderia se traduzir em uma
valorização dos profissionais da educação.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">O
engraçado é que tocaram no assunto da revisão justo numa época em
que a prefeitura mobilizava esforços para que os funcionários
públicos aceitassem o regime estatutário. Não houve a concordância
de troca de regime trabalhista e também não houve qualquer
devolutiva do texto final elaborado pela Comissão como produto de
dois anos de reuniões. O engavetamento foi uma nítida indiferença
aos trabalhadores da educação. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"> </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Mas
o cenário era outro! O sindicato voltava a se fortalecer no ano de
2011 sob uma ameaça do cancelamento do concurso 2008 em que foi
possível o ingresso de centenas pessoas no setor público. O medo de
perder seus direitos trabalhistas motivou que 64 servidores se
filiassem no sindicato e buscassem apoio jurídico.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">O
sindicato não só tinha mais filiados como também uma maior
participação, diante de posturas ousadas e transparentes,
escancarando em plena campanha política municipal no ano de 2012,
out doors que denunciavam o descaso da administração pública (cujo
prefeito na época era candidato) em relação aos funcionários
públicos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"> </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">O
estudo de história não serve para mero memorialismo. A história
nos conta as raízes daquilo que é atual e nos permite visitar erros
passados para se evitar inclusive erros similares no presente.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Num
passado não tão distante os funcionários públicos negaram o
regime estatutário. A nova administração contratou uma empresa por
um valor abusivo para fazer um novo documento e ouvir de novo um
“não” dos trabalhadores, uma vez que o ganho salarial real nem é
mencionado.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"> </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">A
administração anterior fez uso de uma comissão justificando a
horizontalidade para tratar a valorização docente, o que é ético,
plural, democrático e plausível de louvor, se não fosse o fato que
ambas administrações engavet</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">arem</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">
as propostas advindas de numerosos encontros, demonstrando um enorme
desapreço aqueles que se reuniram em calorosas discussões e em
relação aqueles que esperavam a materialização das propostas.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"> </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Através
do exposto, a imagem do atual prefeito desgasta-se incluindo aí o
não cumprimento da Lei do Piso para os professores, direito esse de
ter 1/3 da sua carga horária sem alunos, para realização de
planejamento, estudo e avaliação. Nem menciono o direito de um
salário de R$ 1917,78, pois isso caberia em outra apreciação, mas
o que se nota é uma incoerência com o nome do partido, incoerência
com as promessas de campanha e falta de leitura de uma história
recente.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"> </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">O
ano de 2016 terá eleições municipais novamente. Que o prefeito
reflita sobre a trajetória de seu antecessor político em relação
aos direitos trabalhistas. Há um curto espaço de tempo para um
funcionalismo tão descrente em mudanças profícuas e por isso que a
valorização do trabalhador em educação deve ser pauta urgente,
pois se a finalidade é a reeleição que lembre a voz de Elis Regina
cantando “Cai um rei de ouro, cai um rei de espada, cai um rei de
paus, cai num fica nada”.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: d%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;"><i>Ana
Paula Ferreira </i><i>é companheira de lutas populares, </i><i>Professora
da rede pública de Poços de Caldas </i><i>e coordenadora do
Educafro.</i></span></span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-43809861178298918682015-02-10T12:32:00.000-02:002015-02-10T12:32:54.447-02:00Manifestantes cobram fiscalização do transporte público<h3>
<i style="background-color: white; color: #666666; line-height: 18.4799995422363px; text-align: justify;"><span style="font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Por Tiago Mafra </span></span></i></h3>
<div class="western" lang="en-US">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 13pt;">No
último sábado (07) o Levante Popular da Juventude, juntamente com
o Educafro (Curso Pré-Vestibular Comunitário) e a UMES (União
Municipal dos estudantes Secundarista), realizaram um ato público
na esquina da Rua Assis Figueiredo com a Rua Prefeito Chagas para
debater a transparência no transporte público sob concessão em
Poços de Caldas.</span></div>
<div class="western" lang="en-US">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="yiv0923592173yui_3_16_0_1_1423502859280_"></a></div>
<div dir="LTR" id="Seção3">
<div class="western" lang="en-US">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 13pt;"><br /></span></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 13pt;">Cerca
70 pessoas participaram de um debate aberto, expondo as dificuldades
referentes ao transporte coletivo no município, bem como fazendo um
histórico das reivindicações envolvendo o setor. Uma das
preocupações é a dificuldade de acompanhamento e obtenção de
transparência no tocante ao serviço.</span></div>
</div>
<div dir="LTR" id="Seção5">
<div class="western" lang="en-US">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 13pt;"><br /></span></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 13pt;">Para
Danilo Santos, representante do Levante Popular, “É preciso
melhorar a forma de fiscalizar a empresa prestadora de serviços,
uma vez que ela mesma apresenta os dados que embasam as requisições
de aumento da tarifa”.</span></div>
</div>
<div dir="LTR" id="Seção7">
<div class="western" lang="en-US">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 13pt;"><br /></span></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 13pt;">Após
o debate, os manifestantes se dividiram em vários pontos do centro
da cidade, com intuito de coletar assinaturas que serão entregues à
Câmara Municipal requisitando uma audiência para tratar da criação
de um Conselho Municipal de Transporte, que seria um mecanismo de
participação popular na gestão e acompanhamento do serviço.</span></div>
</div>
<div dir="LTR" id="Seção9">
<div class="western" lang="en-US">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="font-size: 13pt;"><br /></span></span><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 13pt;">Em
dezembro de 2014 a empresa que opera o serviço na cidade obteve
redução de ISSQN de 5% para 2%, além de receber dois meses
depois, acréscimo de R$ 0,20 na tarifa, operando com preço de R$
3,00 a partir de domingo (08).</span></div>
<div class="western" lang="en-US">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" lang="en-US">
<i style="background-color: white; color: #666666; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 18.4799995422363px; text-align: justify;">Tiago Mafra é companheiro de lutas populares aqui em Poços de Caldas, professor de geografia na rede pública municipal de ensino e coordenador do Educafro.</i></div>
</div>
<br />
<div class="western" lang="en-US">
<br /><br />
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-54551963199965237412015-02-03T11:18:00.000-02:002015-02-03T11:22:04.880-02:00A supremacia do equilíbrio<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por Tiago
Mafra </span></i></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">tiago.fidel@yahoo.com.br</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Após
a artimanha da redução do Imposto Sobre Serviço de Qualquer
Natureza (ISSQN) de 5% para 2%, aprovada sem entraves na Câmara
Municipal, livre sequer de uma oposição corajosa no último 17 de
dezembro, o alarde foi de que a tarifa seria mantida no valor de R$
2,80.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Com
uma isenção de mais de 1 milhão de reais ano, a esperança era de
que as requisições de reajuste cessassem pelo próximo ano, como
afirmou o Executivo e acreditou o Legislativo. Balela...</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Menos
de dois meses depois, a tarifa é reajustada para R$ 3,00, que
passará a vigorar a partir de 8 de fevereiro. A justificativa:
“manter o equilíbrio financeiro do sistema de transporte coletivo
urbano e garantir a qualidade do serviço”. Equilíbrio que o
discurso corrente em dezembro garantia que a redução de impostos
asseguraria.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Além
disso, alguns argumentos oficiais do executivo Municipal valem
análise e contraponto:</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>1º
“A correção se dá após dois anos sem reajustes”</b></span>:
Não estamos a 2 anos sem aumento. A empresa obteve diversos
incentivos desde as manifestações de 2013, com redução de
impostos federais, com a redução de 60% de ISSQN, com acréscimo de
R$ 0,20 ainda em 2014 e mais R$ 0,20 a partir de fevereiro deste ano.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>2º
“A correção da tarifa ocorre juntamente a uma série de melhorias
no sistema de transporte coletivo urbano”</b></span>:
o poder público, ao conceder ajuste, anuncia juntamente medidas que
considera melhorias fruto de um levantamento feito junto à
população. Realmente as demandas são justas e necessárias, mas
não devem ser encarados como “benefícios” ou contrapartidas. O
contrato de concessão (205/04) que rege o serviço prevê que ao
“poder concedente (prefeitura) cabe zelar pela boa qualidade do
serviço” e à concessionária “prestar serviço adequado,
executar todas as atividades relativas à concessão com zelo,
diligência e economia”. É, portanto, obrigação contratual de
ambas as partes a manutenção da qualidade do serviço vigente.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Porém,
outras previsões contratuais parecem não estar em muita evidência
como as demais. A fiscalização permanente, obrigação do
Executivo, continua um mistério para a população. Nenhuma medida
de transparência foi tomada para garantir maior participação ou
para sanar as dúvidas quanto à metodologia de acompanhamento, como
a quantidade de servidores que fiscalizam o serviço, com que
frequência o fazem, dispondo de quais meios para confrontar dados
aferidos com os apresentados pela concessionária.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Assim,
com um belo “chapéu” dado da Câmara Municipal, mais R$ 0,20 no
bolso, digo, na tarifa e menos 60% de ISSQN, o equilíbrio financeiro
da prestadora do serviço (que mais parece a proprietária do mesmo)
está garantido. Garantido até que ela mesma apresente nova
requisição, que ninguém contradirá, porque não têm meios e nem
vontade política para tal.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Abrir
mão de receita parece um bom negócio para uma prefeitura em crise
financeira. Ganhar mais vinte centavos, uma grande jogada para quem
acabou de ter isenção de imposto. Fazer 15 vereadores defenderem
fielmente algo que não se concretiza, um grande espetáculo cômico,
onde no fim, rimos de nós mesmos. Tudo pelo equilíbrio econômico
financeiro, da empresa é claro.</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div align="CENTER" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É
como se diz: <span style="font-size: small;"><i>“Quanto
mais te agachas, mais te põem o pé em cima.”</i></span></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><i><br /></i></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0.35cm; text-align: left;">
<span style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Tiago Mafra é companheiro de lutas populares aqui em Poços de Caldas, professor de geografia na rede pública municipal de ensino e coordenador do Educafro.</i></span></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"><i><br /></i></span></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: small;"><i><br /></i></span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-8704156614576852062015-01-13T16:08:00.001-02:002015-01-14T11:12:56.563-02:00Reflexão, inflexão e ação<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Iniciando o ano de 2015 e olhando pelo retrovisor, fica mais
fácil analisar o turbilhão de fatos acontecidos antes, durante e após as
eleições de 2014. E uma coisa salta aos olhos mesmo ao observador menos atento:
a esquerda brasileira saiu, em termos eleitorais, muito menor do que entrou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">As forças do campo democrático-popular sofreram um revés
histórico. Os dados mostram isso. Porém mais importante que os dados é a
análise do porquê de a esquerda ter sofrido golpes tão fortes. De nada adianta
enxergar o efeito e negar a causa. Também não adianta tapar o sol com a
peneira. No caso celebrar a reeleição de Dilma Rousseff – que obteve importante
apoio da esquerda em ambos os turnos, sobretudo no segundo – como se a
reeleição em si representasse um quadro pronto e acabado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">O Brasil que foi às urnas em outubro último elegeu um congresso
mais conservador que o anterior, sendo que esse anterior já era o mais
conservador em décadas. Se é no Congresso que a luta pelos avanços sociais e o
debate sobre a construção de uma nova sociedade mais democrática se dá de forma
privilegiada, não é difícil imaginar o quanto as lutas sociais sofrerão e o
quanto o debate será interditado por esse “novo” Congresso cheio de “velhas”
ideias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Há um sentimento, ainda não generalizado, mas já muito presente,
o de letargia da esquerda brasileira frente aos desafios de se impor como
alternativa ao status-quo ao mesmo tempo em que pertence ao status-quo. Um
sentimento de angústia, igualmente muito presente, ao ver que parte da esquerda
– ao menos parte da institucionalizada dentro das regras vigentes – abraça antigos
desafetos e adversários histórico, se alia a estes e juntos se conspurcam na partilha do poder. Creio ser desnecessário
afirmar que essa parte da esquerda comete os mesmos desvios que antes combatia
e ao chegar ao poder logo se deixou levar pelos mesmos vícios, provocando ainda
mais mal-estar entre a militância, gerando crise existencial para a própria
esquerda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Quando Marcelo Freixo surgiu no programa eleitoral de Dilma
Rousseff no segundo turno, escrevi nas redes sociais que aquilo se tratava de
um marco para a esquerda brasileira. De fato se tratou de um marco, afinal, no
segundo turno a esquerda se uniu em prol da reeleição de Dilma. No entanto, a
própria união da esquerda – coisa que não ocorria desde 1989 – já denotava a
sua fraqueza e a crise existencial pela qual passa. Ter que se unir a fim de
derrotar um candidato tão vazio quanto Aécio Neves foi sintoma da correlação de
forças na qual a direita vem ganhando espaço. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: Arial;">A sintese da </span><span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">crise existencial em que
a esquerda brasileira mergulhou pode ser resumida por duas contatações: A de
que Eduardo Jorge – egresso do PT – tornou-se presidenciável pelo PV, partido
reconhecidamente fisiológico, não obstante apresentou propostas muito mais
progressistas que a presidenta candidata à reeleição pelo Partido dos
Trabalhadores. E o sebastianismo
pós-moderno presente no insistente “volta Lula”, deixando a esquerda brasileira
refém de um nome ao invés apresentar uma plataforma programática para a
construção de uma nova sociedade.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Se negar essa crise é difícil, mais difícl ainda é negar o
retrocesso eleitoral que a esquerda presenciou. No estado de São Paulo, berço
do Partido dos Trabalhadores e de vários movimentos sindicais, tanto PT quanto
demais partidos de esquerda foram massacrados pelo eterno governador e membro
da Opus Dei Geraldo Alckmin. O candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes, o
ex-ministro Alexandre Padilha, amargou um trágico – para as pretensões petistas
– terceiro lugar com míseros 18% dos votos, ficando atrás inclusive de Paulo
Skaff, convicto demagogo e difícil de ser levado a sério.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">O deputado mais votado do PT ficou em 20º lugar entre os mais
votados. Na realidade o<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">PT paulista regrediu a eleição de 1990 quando elegeu apenas 11
deputados federais. Já o PSOL por pouco não viu o bravo Ivan Valente perder sua
cadeira na Câmara dos Deputados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Talvez pior, por todo o significado embutido, tenha sido a
derrota de Eduardo Suplicy. Após 24 anos a esquerda brasileira será privada de
ter no Senado Federal um dos seus melhores quadros e uma verdadeira bandeira da
luta pela justiça social e pelos direitos humanos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Culpar o conservadorismo da elite branca paulista pela
“tragédia” ocorrida em São Paulo é enxergar o efeito sem determinar a causa.
Entretanto é opção mais fácil do que fazer autocrítica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Já aqui em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do
país, o Partido dos Trabalhadores pela primeira vez elegeu o governador e de
quebra tirou do poder o grupo de Aécio Neves depois de doze longos anos. Mesmo
assim se faz imperioso uma análise mais profunda. Fernando Pimentel nunca foi o
petista mineiro mais próximo dos movimentos populares ao passo que seu vice Antônio Andrade (PMDB) sempre foi ligado ao agronegócio. Os deputados federais petistas mais votados em
Minas – Reginaldo Lopes, campeão nacional de votos pelo PT, Odair Cunha e
Gabriel Guimarães – receberam fortunas para o financiamento de suas campanhas.
Por outro lado candidatos ligados ao campo democrático-popular que se recusaram
a receber doações de empresas tiveram dificuldades em se eleger mesmo sendo
quadros históricos. Patrus Ananaias, ex-prefeito de Belo Horizonte e o
preferido dos movimentos sociais de Minas, obteve menos da metade dos votos de
Reginaldo Lopes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">No Rio Grande do Sul Tarso Genro e Olívio Dutra, dois dos
maiores nomes da política nacional da sua geração, foram derrotados
respectivamente para o governo e o Senado e ambos por figuras cujo discurso de
campanha era o nada sobre o nada com pitadas de coisa nenhuma. Aliás, uma
característica marcante dessas eleições foi o excesso de candidatos cujos
discursos falavam nada sobre tema nenhum. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">O Rio de Janeiro talvez tenha sido o palco onde a esquerda
(inclusive eu) quebrou a cara de forma mais patente. A ida de Lindberg Farias
para o segundo turno era dada como favas contadas. Contudo, o segundo turno foi
disputado pelo peemedebista Pezão e pelo representante da Igreja Universal do
Reino de Deus, Marcelo Crivella. Não fosse o desempenho dos representantes do
PSOL – Marcelo Freixo, Chico Alencar e Jean Willys – a esquerda fluminense
teria sido solapada nessas eleições.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">No Distrito Federal a esquerda colecionou duas derrotas. A
primeira eleitoral e vergonhosa. O então governador Agnelo Queiroz
amargou um modesto terceiro lugar. A segunda ainda mais vergonhosa foi a
derrota moral. Agnelo deixou o governo sem pagar o salário do funcionalismo
público referente ao mês de novembro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Na Bahia mesmo com a vitória do PT a eleição não foi um mar de
rosas para a esquerda. Jacques Wagner depois de oito anos no poder garantiu
mais quatro para o PT bahiano ao eleger seu sucessor. No entanto, o vice-governador
eleito é do PP e o senador apoiado pelo PT e eleito é do PSD. A prova que a
esquerda só consegue se manter no poder se estiver aliada às facções da
oligarquia regional. Como mostra Florestan Fernandes, a elite brasileira é
heterogênea e por vezes tem suas dissidências momentâneas, essas dissidências
buscam meios de se manter no poder e garantir seus privilégios se aliando ao
que for necessário e já pensando na futura recomposição com as outras facções
da elite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Outro caso emblemático nas eleições passadas é o do Maranhão. A
vitória do comunista Flávio Dino expôs as dificuldades da esquerda brasileira.
Lutando contra uma das maiores e mais retrógradas oligarquias do Brasil, Dino
logrou êxito, contudo aceitou uma aliança com facções da elite local e viu o PT
apoiar os Sarney.</span><span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif"; mso-fareast-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Ao esmiuçar os resultados de 2014, resta claro que é hora de a
esquerda brasileira parar para reflexão e inflexão. A esquerda brasileira
precisa disso. Precisa ser mais crítica e fazer sua autocrítica. Tem que reconhecer
os avanços dos últimos doze anos, mas isso não quer dizer que deva ser leniente
com a corrupção ou com o modus operandi de hoje em dia que é o do governo de
consenso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Caso a esquerda se omita de fazer isso, à direita, e podem ter
certeza a mais golpista possível e que não tem medo do fascismo, continuará a
crescer e a ganhar espaço. O tempo urge e chegou a hora de a esquerda brasileira
fazer uma pausa para dialeticamente realizar sua reflexão, inflexão e por fim
mudar sua forma de ação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="color: #262626; font-family: "Arial","sans-serif";">Pra encerrar, se a Venezuela, embora eu particularmente tenha
críticas contumazes ao chavismo, conseguiu implantar um modelo mais
participaitvo e democrático, além de ter enfrentando de frente suas
oligarquias, cabe à pergunta: por que nós não? Não que devêssemos importar o modelo chavista,
longe disso, pois as sociedades de Brasil e Venezuela têm as complexidades próprias
de cada uma. Entretanto, se a Venezuela superou em parte sua complexidade sem o
governismo de consenso e enfrentando desafios de toda sorte, o Brasil poderia
buscar superar seus desafios de maneira minimamente parecida.<o:p></o:p></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-78563760747315974462014-11-10T22:44:00.000-02:002014-11-12T11:19:55.759-02:00Não dá pra ficar calado!!!<div class="western" lang="pt-PT">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><i>"Um
dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu,
não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro
vizinho, que era comunista. Como não sou comunista, não me
incomodei.". Mas "no quarto dia vieram e me levaram. Já
não havia ninguém para reclamar".</i></span></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<i style="font-family: Arial, sans-serif;"><br /></i></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<i style="font-family: Arial, sans-serif;">(Martin Niemoler)</i></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Ao ler a famosa
frase do pastor luterano nascido na Alemanha e testemunha dos
horrores do nazismo, simplesmente não dá para ficarmos calados diante da onda de ódio, preconceito e intolerância que
toma conta de alguns setores ditos “politizados” do
Brasil. Escolhermos nos calar nesse instante, significa
pecarmos por omissão diante do monstro que aos poucos vai sendo
fomentado por uma elite que se recusa a repartir até migalhas,
quanto mais construir uma sociedade minimamente civilizada e que faça
jus, ao menos, de ser chamada de democrática.</span></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Estou
lendo com muita atenção a obra recém lançada do filósofo
francês Jacques </span></span><em><span style="color: #545454;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><span style="font-style: normal;">Rancière</span></span></span></span></span></em><span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> “Ódio
à Democracia” e é incrível perceber o quanto a conquista de
direitos por minorias – entendamos por minoria os oprimidos
política, cultural e economicamente – traz consigo a
intolerância daqueles que antes detinham determinados privilégios.</span></span></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Temos vivido isso nessas
primeiras semanas pós eleições. Na verdade uma certa onda de
intolerância e preconceito já nos ronda bem antes da campanha desse
ano. Quem não se lembra da frase recheada de
preconceitos jactada por Jorge Bornhausen em 2005? Naquela
oportunidade o então senador pelo PFL de Santa Catarina expôs o
sentimento de muitos dos seus confrades ao se referir ao PT, seus
membros e simpatizante como “raça” – “<span style="color: #333333;">Vamos
acabar com essa raça. Vamos nos ver livres dessa raça por pelo
menos 30 anos”</span>.</span></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">No entanto, após
promulgado o resultado da última eleição presidencial em que
sagrou-se vencedora a presidenta candidata a reeleição, todo e
qualquer pudor foi prontamente deixado de lado e foram
retirados do armário esqueletos de intolerância, ódio e
preconceito. O fascismo deixou de ser apenas flertado por
parte de nossa “elite” e foi assumido sem nenhum rubor. Os
militares chamados de volta e o Brasil, do dia para a noite, se
converteu numa república bolivariana, comunista, soviética...</span></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Nesse contexto pobres,
negros, mulheres, militantes dos mais diversos movimentos sociais,
sindicalistas, homossexuais, defensores dos direitos humanos, mas
sobretudo nordestinos (esses nos últimos dias ganharam a companhia
de cariocas e mineiros) passaram a ser tratados como escória da
humanidade e sujeitos incapazes de participar de forma plena da
sociedade, tendo que ser constante e permanentemente tutelados. Todo
esse “povo” que faz parte da sociedade brasileira, na visão
elitista forma um grupo de preguiçosos, indolentes, inaptos, idiotas
que se vendem em troca dos parcos benefícios oriundos dos programas
sociais financiados pelos exorbitantes impostos pagos por quem
realmente trabalha, mas é massacrado diuturnamente pela presença do
Estado aparelhado pela camorra que dele se apropriou há 12 anos.
Portanto, nada mais justificável do que, por exemplo, chamar
nordestinos de antas, mineiros de burros e ao mesmo tempo clamar para
que uma intervenção militar livre o Brasil desse governo corrupto
bolivariano, comunista, soviético...</span></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">É essa visão
preconceituosa, divorciada de qualquer nexo com a realidade, difusora
do discurso do ódio, da intolerância e do autoritarismo que somos
obrigados a combater se quisermos de fato avançar na construção de
uma sociedade mais justa, mais igual, mais democrática. Se quisermos
de fato sairmos do atual estágio de democracia meramente formal para
alcançarmos aquilo que o cientista político canadense C. B. Macpherson chama de democracia substancial.
Democracia substancial é justamente aquela cujos poderes
transpassam a esfera das instituições estatais e torna a sociedade
civil organizada sua co-protagonista. Infelizmente não conseguiremos
chegar a tanto enquanto parte de nossa sociedade preferir
viver na Idade das Trevas ao invés do século XXI.</span></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Ontem eu estava lendo um
artigo dedicado a contar um pouco da história do Partido Operário
Social Democrata da Suécia e seus ininterruptos e incríveis 40 anos
no poder. Não dá pra comparar Suécia com Brasil e menos ainda o
sistema parlamentarista dos escandinavos com nosso presidencialismo
torto. Mas o que achei interessante é que em muitos momentos houve
na Suécia um consenso entre governo e oposição em torno de temas
que mudariam a face da sociedade sueca. Como pensar em algo assim no
Brasil quando o partido que perde uma eleição sequer reconhece sua
derrota? Pior, acaba com isso incitando (diretamente ou não) o clima
de nós contra eles, de Brasil dividido por conta do mapa eleitoral.</span></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Pena, ainda estamos
anos-luz de sermos uma sociedade minimamente civilizada. Ainda falta
muito para termos uma sociedade na qual haja uma defesa intransigente
das liberdades i</span><span lang="pt-BR" style="font-family: Arial, sans-serif;">ndividuais </span><span style="font-family: Arial, sans-serif;">e radical dos
direitos coletivos.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-36821927991837949412014-10-30T00:28:00.002-02:002014-10-30T00:28:35.879-02:00A luta de classes em evidência<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;"><i>Por
Tiago Barbosa Mafra</i></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">O
processo eleitoral que se encerra trouxe definitivamente à tona a
disputa em voga na sociedade brasileira. O processo redistributivo e
a mudança efetiva nas condições de vida dos trabalhadores,
iniciada há 12 anos, fizeram com que as pautas de reivindicações
adquirissem um patamar superior, em busca de serviços públicos de
maior qualidade, uma vez supridas em parte as demandas mais
elementares.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Venceu
nas urnas a proposta apoiada pelos movimentos sociais e pela
militância que sentiu a obrigação de tomar as ruas em sua defesa.
São esses movimentos que conseguiram canalizar as “jornadas de
junho” e suas demandas, pedindo dentre outras coisas, mais
participação popular e a reforma política profunda, com supressão
do financiamento privado das campanhas eleitorais, mudanças nas
formas de coligação e alianças entre os partidos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Os
movimentos sociais cobrarão agora, após papel decisivo no segundo
turno do processo eleitoral, uma radicalização em direção às
mudanças estruturais tão necessárias para seguir combatendo a
desigualdade e fortalecendo a democracia. Têm como pauta central, a
reforma política a ser conduzida com participação ampla da
população (após quase 8 milhões de votantes no plebiscito
popular) e o controle social da mídia, em voga em países ditos
“desenvolvidos” e chamado de “censura” ou “controle
bolivariano” pelos que tem ojeriza à efetiva participação
popular nas decisões políticas.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">A
elite vê com medo qualquer ato em direção à distribuição do
poder decisório e de execução, algo que tomou para si como
privilégio do qual não quer abrir mão. Estaríamos a caminho da
ditadura do proletariado? Talvez ai resida a raiz da onda histérica
anti-PT, propagada pela classe dominante através de seus meios de
comunicação de massa e adotada, infelizmente, por muitos
trabalhadores conforme apontou o resultado apertado do pleito de
domingo (26).</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Sintomaticamente,
na primeira terça (28) após a reeleição, a Câmara dos Deputados
derrubou o decreto do Executivo Federal que instalava os conselhos de
participação popular como mecanismo de empoderamento e controle
social. Isso antes mesmo da posse do novo congresso, onde será mais
difícil consolidar alianças e avançar em questões de
aprofundamento das reformas estruturais como querem os movimentos
sociais, tendo em vista o perfil mais conservador dos representantes
que passarão a compor as duas casas legislativas em 2015.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Isso
posto, urge ao campo democrático popular, mas em especial ao Partido
dos Trabalhadores, repensar sua prática enquanto organização
representativa, como partido dirigente e como vanguarda das
transformações sociais e anseios populares que foi e que em certa
medida ainda é. Cabe perceber que tal papel tem sido deixado em
segundo plano para priorizar adequações às lógicas em vigência
na disputas leitorais. Prima pelo poder formal, institucional e deixa
de lado seu estatuto, as bases e a vontade dos filiados, militantes e
demais grupos progressistas que historicamente o apoiaram. Para não
se igualar aos demais partidos brasileiros, terá que se reinventar,
como ressaltou Tarso Genro ainda durante o processo eleitoral.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">A
luta de classes está evidenciada. A disputa das ruas e das
mentalidades também. A direita apropria-se do sentimento de
necessidade de mudança da população, sem ao menos qualificar quais
mudanças pretende. A população, a classe trabalhadora, sem
referenciais em razão do afastamento e da deficiência de
representatividade, divide-se entre a opção pelo projeto de
continuidade da melhora dos últimos anos e uma proposta de mudança
que não se sabe ao certo qual.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Cabe
aos setores mais progressistas continuar e aprofundar a participação
nestas disputas. Aos partidos, em especial ao PT, a autocrítica e a
reorganização. Ao governo, optar pela composição que aprofundará
o status quo ou a tentativa de colocar em marchas mudanças mais
profundas na sociedade brasileira e comprar briga com o congresso
mais conservador desde 1964. O poder está em disputa, no intento de
conter os impulsos raivosos e totalitários da elite que acusa seus
adversários de “bolivarianismo” para manter intacto seu
patrimônio. Como ensinou Hannah Arendt, “onde se esvai o poder,
sobressai a violência”.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Encerro,
com a ainda atual reflexão de Florestan Fernandes: “Contra as
ideias da força, a força das ideias”.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;"><i>Tiago
Barbosa Mafra é companheiro de lutas populares aqui em Poços de
Caldas, professor de Geografia da rede pública municipal de ensino
e coordenador do pré vestibular comunitário Educafro.</i></span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-13455591676438999062014-10-29T01:27:00.004-02:002014-10-29T01:31:33.877-02:00Pequena reflexão sobre o 26 de Outubro<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Passados
os dias a pressão vai voltando ao normal e já dá pra fazer algumas
análises.</span></span></span><br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Essa
foi a eleição mais acirrada de todos os tempos. Nunca uma eleição
presidencial foi decidida por margem tão estreita!</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">A
campanha dos grupos conservadores – partidos de direita, mídia,
elite branca – flertou sem nenhum pudor com o golpismo e o
fascismo, e transformou uma disputa eleitoral numa verdadeira
demonstração de imbecilidade, ódio e desprezo à Democracia.
Surgiu até uma militância tucana de rua. Na verdade anti-PT ou
qualquer coisa que mesmo de longe lembre o PT (anti-Nordeste,
anti-Cuba, anti-Venezuela, anti-bolivarismo, sem sequer saber o que é
bolivarismo, etc e tal), dando uma energia incrível a criação da
chamada “onda conservadora”.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Mas
se essa onda conservadora surgiu tão forte, por que não levou o seu
candidato à vitória?</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Porque
a antiga militância saiu às ruas. Na cabeça do político
profissional e dos marqueteiros o pensamento é o seguinte: quando a
eleição já está pré-definida com um candidato tendo larga
vantagem sobre os demais, a militância é algo improdutivo e que
mais atrapalha do que ajuda.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Porém,
ah sempre existe esse bendito porém, nem sempre dá pra se decidir
eleições com grande antecedência, portanto – e isso, creio eu,
não passa pela cabeça dos políticos profissionais e nem pela
cabeça dos marqueteiros – quando a disputa está acirrada e é
decidida nos pequenos detalhes, a militância faz toda a diferença.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">E
agora em 2014 militância mostrou sua força e tornou-se peça
fundamental para que a onda conservadora e as forças do atraso não
chegassem ao poder.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">No
entanto, de forma alguma podemos imaginar que a militância (ou pelo
menos sua grande maioria) concorde com as alianças feitas pelo PT
com políticos tradicionais e profissionais (Sarney, Jader Barbalho,
Renan Calheiros, Kátia Abreu et caterva) ou com alguns setores dos
mais atrasados de nossa sociedade (o agronegócio, alguns grupos
neopentecostais) ou com o exorbitante pagamento de juros ao sistema
financeiro ou com a inércia dos três primeiros governos do PT
frente a urgência das reformas política, agrária, fiscal e
tributária, além da urbana (só pra citar as reformas mais
urgentes) ou então a sua falta de coragem em enfrentar o oligopólio
da mídia.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Ainda assim
a militância não é tola e tem consciência que é impossível
negar a trnsformção que ocorreu no País nos últimos
doze anos. O Brasil saiu do "mapa da fome", o ensino
universitário passou por enorme expansão, o salário
mínimo foi valorizado e... nem vou citar mais pra não
ficar cansativo, tantos e inegáveis são os avanços que fizeram a
militância abraçar a candidatura de Dilma Rousseff ante Aécio
Neves.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Outro
fator foi a própria história de vida da presidenta. Desde a sua
juventude como integrante da guerrilha urbana, sua prisão e tortura,
passando já como ministra de Lula por uma luta contra o câncer, até
os dias mais recentes onde foi humilhada e achincalhada pela "elite
branca paulista" que não conhece o significado das palavras
respeito e educação.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Por
último, a contraposição da biografia da presidenta em relação
a do seu adversário no segundo turno. Um típico garotão do
Leblon, filhinho de papai, cheio de vida fácil e arrogante que já
adulto se tornou um yuppie que gosta de brincar de ser político.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">A
militância espontânea que não se guia pela enferrujada burocracia
partidária, tomou às ruas em defesa dos avanços dos últimos doze
anos e de uma mulher, cidadã brasileira, desrespeitada das mais
diversas formas pela coragem que sempre teve ao fugir do papel social
destinado às mulheres na sociedade machista. E também contra o
yuppie ungido a novo príncipe do atraso.</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Por
tudo isso, dou os meus parabéns a toda a militância de norte a sul
do Brasil por não poupar esforços na luta contra o
retrocesso!</span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 13pt;">Valeu!</span></span></span></div>
<br />
<div lang="pt-PT" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-62233755575296400082014-10-26T11:27:00.002-02:002014-10-26T11:27:18.973-02:00Pra quem não conhece o Brasil<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">A elite nunca vai entender o porquê do voto em Dilma...</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Afinal ela não sabe a emoção do casal de semi-analfabetos que veem o filho se formar numa universidade,</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Não sabe a felicidade de pela primeira vez na vida ter luz elétrica em casa,</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Não sabe o sentimento da família que depois de anos pagando aluguel, enfim poder ter sua casa própria,</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Não sabe o orgulho dos pais ao verem o filho tendo a oportunidade de estudar fora do Brasil,</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br />Não sabe a importância do jovem/adolescente receber pra fazer um curso técnico e assim não precisar parar de estudar pra trabalhar e ajudar a família,<br />Não sabe o alívio do pai e mãe que hoje têm o que por pra comer na mesa do lar,<br />Não sabe o que significa uma pessoa ser pela primeira vez na vida atendida por um médico,<br />Não sabe a alegria do trabalhador que depois de muitos anos poder ter a carteira assinada,<br />A elite é pobre de espírito e não conhece o Brasil de verdade, só conhece o Brasil que vive a sua volta.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-59205818072884017032014-08-14T23:32:00.004-03:002014-08-14T23:32:44.732-03:00SOBRE CANIS E LOBOS POLÍTICOS.<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><i>Por Rubens Caruso</i></span><br />
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Vergonhosa, para dizer pouco, a situação em que se coloca a prefeitura de Poços de Caldas diante de um fato aparentemente banal: circula no Facebook a "produção" abaixo, a respeito da polêmica que se tornou a </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">simples implantação de um canil municipal.<br /><br />Até onde minha vista alcança, o projeto não levou em conta o democrático debate com os moradores do bairro São José, dos mais carentes da cidade, motivo pelo qual o vereador Flávio Faria, que sei acompanha com lupa aquela população, teria proposto a elaboração de uma petição ou abaixo-assinado, um formato de participação popular reconhecido desde sempre.<br /><br />Quem já deparou numa repartição com o aviso "Destratar funcionário público no exercício da função é crime" sabe que, se por um lado essa categoria conta com prerrogativas que não alcançam o cidadão "comum", por outro é dever de quem está justamente "servindo o público" (e recebendo para tanto!) ser modelo de decoro, comportamento e ética, inclusive quando não está no exercício da função.<br /><br />Por isso, causa estranheza e lamento aqui que à frente desse movimento contra o vereador estejam servidores públicos municipais, em um texto agressivo que emprega, por exemplo, o termo "mentirosamente" a uma fala atribuída a ele.<br /><br />Se a Câmara Municipal não sai em defesa dos seus, a Prefeitura não apenas admite que servidores ataquem uma autoridade eleita pelo voto -a segunda maior votação da última eleição- como pelo jeito não vai tomar qualquer providência em relação ao fato.<br /><br />Só para esclarecer, especialmente a quem não é de Poços de Caldas: prefeito, presidente da Câmara e o vereador ofendido são do mesmo partido, o PT. Que, definitivamente, rachou.<br /><br />Mais diálogo, senhores. O poder passa. Reitero: protestar é um direito sagrado, seja de quem quer o canil, seja de quem não o quer. O que não dá para aceitar é que dois poderes -Executivo e Legislativo- tolerem esse tipo de situação que, no fim, os desmoraliza.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><i>Rubens Caruso Jr,, é jornalista radicado há anos em Poços de Caldas.</i></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-55245937832577918282014-07-30T21:29:00.003-03:002014-07-30T21:30:12.846-03:00Israel: anão humanitário<i>Por Tiago Barbosa Mafra</i><br />
<i><br /></i>
Após as declarações do governo brasileiro considerando a mais recente ação militar israelense sobre o território palestino da Faixa de Gaza como sendo “inaceitável” e “desproporcional”, e ainda, a retirada do representante diplomático brasileiro de Tel Aviv, a resposta dos sionistas foi imputar ao Brasil a alcunha de “anão diplomático”. Obviamente que a quase imediata reação, tão agressiva diplomaticamente quanto a ofensiva militar, num ímpeto de declarar a irrelevância daqueles que chegam a discordar, mesmo que timidamente, de Israel, prova que a opinião do anão não é tão irrisória assim.<br />
<br />
Mas a tarefa aqui hoje não é debruçar sobre a decisão do Itamaraty. Faz se necessária uma análise acerca de outro ator desta cena, um outro anão. Estas linhas são dedicadas a discorrer um pouco sobre Israel: o anão humanitário.<br />
<br />
Israel tem um histórico infindável, vergonhoso, de violações e desrespeito às convenções ou qualquer acordo internacional no tocante aos direitos humanos. Isso lhe garante a titulação de anão humanitário. Opera diariamente, com maestria, um conjunto de ações na Palestina contra seus irmãos de origem também semita, mas que fazem questão de tentar extinguir. Tarefa que já executam há 67 anos contra os palestinos.<br />
<br />
A construção deste desprezo pelos direitos humanos remonta ainda ao século XIX, nos escritos de Herlz e depois alimentado pela Declaração de Balfour (1917), antes mesmo da criação do Estado de Israel, que fomenta a falácia da necessidade de “uma terra sem povo para um povo sem terra”.<br />
<br />
Organizados já como Estado em 1948, em processo de ocupação expansionista e unilateral, Israel inicia sua longa escalada de agressões e desrespeito ao povo que ali habitava. Apoiados na banalização da violência, na institucionalização da tortura, na segregação e na discriminação étnica e religiosa, avançam initerruptamente no processo de “colonização”, anexação territorial e migração forçada das populações que não deveriam estar em uma terra prometida apenas a um seleto grupo.<br />
<br />
Para que a terra seja realmente aos prometidos, é necessário na visão sionista, retirar os entraves. É a base da apologia ao extermínio palestino, que tem rendido frutos e se concretizado de forma brutal.<br />
<br />
Uma coisa é inegável: o anão humanitário aprendeu com a história. Decidiu inclusive reproduzir os feitos de seus professores em proporções gigantescas e prolongadas. Na verdade, os territórios palestinos são hoje grandes campos de concentração. Ratoeiras que dão pouca perspectiva de vida e muito menos de dignidade. O muro de 750 km que dá “segurança” à Israel no entorno da Cisjordância restringe o livre fluxo dos palestinos. Há guaritas e checkpoints espalhados por todo lado. Os muros se reproduzem nas fronteiras de Gaza e até na conexão territorial com o Egito. Não há autonomia sobre nada. Toda a água, comida, combustível, medicamentos, produtos básicos, dependem de autorização para entrar em Gaza. Mas é uma questão de segurança. Como saber se todas essas regalias não serão entregues aos “fundamentalistas” do Hamas? Prevenção do anão.<br />
<br />
Não bastasse cercar, aperta. Desapropria, confisca, demole casas e conjuntos residenciais inteiros, em razão do abandono. Só não se perguntam porque tudo é deixado pra trás continuamente pelos palestinos. Alguns analistas chegam a dizer que é em razão do alto índice de chuvas: chuva de fósforo branco, que cai em conjunto com toneladas de outras bombas jogadas durante os bombardeios indiscriminados sobre qualquer tipo de construção, seja casa, hospital, escola ou prédio comercial. Reza a lenda que os pilotos israelenses nem precisam fazer treinamento com alvos, pois qualquer local que for atingido será válido, desde que contribua com a causa do povo de deus.<br />
<br />
O anão humanitário também tem entendimento relativista no tocante às resoluções das instâncias internacionais. Chego a pensar que a única decisão considerada válida da ONU na visão sionista é a que criou o Estado de Israel. Se bastaram com essa e se viram desobrigados a cumprir quaisquer outras. Talvez por isso tenham infindáveis denúncias e condenações na Anistia Internacional ou na própria ONU.<br />
<br />
Na realidade o que está em curso é uma versão atualizada de nazismo, um modelo século 21. Um formato sustentado internamente por dirigentes desajuizados, militares brutais, colonos inescrupulosos e eleitores conservadores, sem memória, como já alertavam alguns intelectuais judeus franceses em 1967. Quase um conjunto de assassinos.<br />
<br />
Externamente, a sustentação e custeio vêm das grandes corporações, dos conglomerados midiáticos, da indústria bélica, do governo estadunidense (aliado incondicional), além da impotência dos anões diplomáticos mundo fora.<br />
<br />
O resultado é o impedimento da autodeterminação do povo palestino, uma limpeza étnica. O que é chamado de uma república parlamentarista se assemelha mais a um Estado teocrático, beligerante, expansionista e racista.<br />
<br />
Por fim, reproduzo uma fala do ex-ministro das relações exteriores do Anão Diplomático em relação ao conflito gerado pelo anão humanitário:<br />
<br />
“É lamentável que o humanismo que aprendemos a cultivar, em boa parte, como reação aos sofrimentos causados ao povo judeu, venha a dar lugar a outra visão, em que predominará a expressão da dor no rosto, coberto de lágrimas, da menina palestina, perdida no meio dos escombros causados pelos bombardeios israelenses, e que busca desesperadamente seus pais ou seus irmãozinhos, provavelmente mortos, ao mesmo tempo que procura, em vão, entender o mundo que a rodeia.” Celso Amorim, Ministro da Defesa – 25/07/2014.<br />
<br />
<i>Tiago Barbosa Mafra é professor de Geografia na rede pública municipal de Poços de Caldas e membro do pré-vestibular comunitário Educafro.</i>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3514807085499297801.post-66481356576428353082014-07-10T19:47:00.001-03:002014-07-10T19:47:13.056-03:00Um pouco talvez menos gente<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2169" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<b class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2199"><i>Por Tiago Barbosa Mafra</i></b></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2168" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br class="yiv4007012245" /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2110" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
Cercas, muros quilométricos, escassez de produtos básicos à sobrevivência, racionamento de energia elétrica, controle sobre a água, barreiras de contenção e <i class="yiv4007012245">checkpoints</i> para monitorar as movimentações da população. Somadas à dominação territorial e à intolerância, parece um descritivo da situação europeia no ápice da II Guerra Mundial. Mas não é. As táticas são parecidas, mas as vítimas de ontem são hoje os algozes e cada empecilho à uma vida digna citado acima nada mais é do que parte do retrato cotidiano das últimas seis décadas da vida dos palestinos, massacrados em um território descontínuo, mas unidos pela repressão, violência e genocídio aplicados à Cisjordânia e a Gaza.</div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2110" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2110" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
Mais uma vez, o Estado de Israel e suas forças armadas assassinas avançam implacavelmente sobre Gaza, assassinando indiscriminadamente a população, bombardeando hospitais e escolas e contando com apoio das potências ocidentais, a inoperância da ONU e o silêncio do mundo.</div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2219" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br class="yiv4007012245" /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2115" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
Corpos destroçados, espalhados, crianças ensanguentadas, a chuva de fósforo branco (banido desde 1980 - Genebra) nos céus de Gaza. Imagens e vídeos que correm o mundo graças às possibilidades do fluxo das notícias, que ampliam tanto nosso arcabouço de informações quanto nosso sentimento de impotência frente a mais uma incursão genocida, dentre tantas já perpetradas na Palestina.</div>
<div class="yiv4007012245" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br class="yiv4007012245" /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2201" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
Edward Said já dizia: “O mais difícil é ser a vítima das vítimas”. Mais uma vez a frase se materializa.</div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2200" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br class="yiv4007012245" /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2114" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
No prefácio do livro “<i class="yiv4007012245">Os condenados da Terra</i>”, Sartre diz que tem “a esperança como sua concepção de futuro”. As cenas recorrentes do massacre em Gaza, mais uma vez escancaradas ao mundo durante a nova ofensiva, fazem com que até mesmo a esperança na humanidade se esvaia frente ao espetáculo da barbárie.</div>
<div class="yiv4007012245" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br class="yiv4007012245" /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2117" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
A vida nada mais vale. Mas o mercado bélico se aquece. Impedidos de ser, de simplesmente existir, os palestinos agonizam mais uma vez enquanto suas escolas, casas, hospitais são bombardeados com uma arma letal proibida pelas convenções internacionais. Mas não há convenções, não há nada que pare Israel e sua máquina militar. Além de ocupar os territórios numa escalada gradativa, os sionistas dão, de tempos em tempos, a mostra de que aprenderam bem com os nazistas o que significa a <i class="yiv4007012245">blitzkrieg</i>.</div>
<div class="yiv4007012245" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br class="yiv4007012245" /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2207" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
E sempre “cede” e “cessa”, quando a matança começa a gerar mal estar. Então para, se retira, os holofotes se apagam no dinamismo da informação globalizada, e mais uma vez a Palestina respira, espera, agoniza, em destroços, uma vez mais como inúmeras outras nos últimos 60 anos. O “exército da paz” se vai enquanto os “terroristas” do Hamas podem voltar tranquilamente a maquinar o fim de Israel.</div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2112" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br class="yiv4007012245" /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2122" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
Enfim, tem dias que são de descrença na humanidade, que tiram o sono, a utopia, a força, a vontade. Hoje a esperança morreu um pouquinho, junto com os mais de 80 palestinos já assassinados. Dois terços dessas vítimas são mulheres e crianças. Hoje só resta lembrar o maluco beleza: “Tem dias que a gente se sente, um pouco talvez menos gente”.</div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2202" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br class="yiv4007012245" /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2121" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<br class="yiv4007012245" /></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2120" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<i><br class="yiv4007012245" /></i></div>
<div class="yiv4007012245" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px;">
<i><span class="yiv4007012245"></span></i></div>
<div class="yiv4007012245" id="yui_3_16_0_1_1405032149421_2164" style="font-family: HelveticaNeue-Light, 'Helvetica Neue Light', 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 0cm;">
<i><b class="yiv4007012245">Tiago Barbosa Mafra</b> é professor de Geografia na rede pública municipal de Poços de Caldas e membro do pré vestibular comunitário EDUCAFRO.</i></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18400775315113718875noreply@blogger.com0