Por Nizar El-Khatib
No jejum do Ramadan (9º mês lunar), que iniciou-se em 22/agosto e terminou neste domingo com a comemoração de “Al Id”, mais de 1 bilhão de muçulmanos em todo o mundo abstiveram-se de beber água e comer, do alvorecer ao pôr-do-sol.
O Al Id é o dia em que as pessoas desejam felicitações umas às outras, geralmente durante as festas que são preparadas nas mesquitas quando do término do jejum. Sentimos uma alegria incomum após jejuarmos durante um mês inteiro.
A abstenção de alimentos nos faz refletir de maneira mais intensa sobre a nossa espiritualidade e a nossa atitude diante do mundo material e do consumo.
A sensação de fome nos coloca no lugar de nossos semelhantes que lutam com muita dificuldade pela sobrevivência, nos levando a refletir sobre a dor de tantas crianças famintas e o desespero de tantas mães para alimentarem seus filhos. O jejum nos leva a meditar e nos ensina a humildade. Durante este período desejamos paz, saúde e prosperidade para todas as pessoas e mentalizamos um mundo melhor, mais justo, com pessoas dignas e respeitadas, independentemente de religião, cor ou nacionalidade.
A privação de alimentos por vontade própria também nos leva a perceber nosso sistema digestivo como um importante centro de saúde ou enfermidade, e o alimento seu melhor remédio. É um processo de aprendizagem tanto sobre o nosso corpo quanto sobre os alimentos que ingerimos.
O jejum cultiva no homem, uma consciência vigilante e sã, um sentido criador de esperança e uma atitude otimista perante a realidade.
Cria no homem o verdadeiro espírito de dedicação social, de unidade, fraternidade e de igualdade perante a Deus e perante as Leis.
O jejum cria o sentimento de misericórdia e nos acostuma à disciplina, à generosidade e à paciência nas dificuldades.
O Islamismo, com a Instituição do jejum de Ramadan, traz à humanidade um benefício incomparável, transformando as pessoas em bondade, compreensão e amor.
Kúl ám u antúm bikheir (Felicidades em árabe)
Um forte abraço a todos e Feliz AL ID !
Nizar El-Khatib, representante da comunidade árabe e companheiro de lutas populares aqui em Poços de Caldas.
Um comentário:
Esses nosso irmãos muçulmanos se acham mais próximo a Deus que nós ocidentais.
Ainda não ví um povo tão cumpridor dos seus deveres religiosos como esse. Acho que nem mesmos os isaelitas se comportam tão alinhados aos preceitos do judaismo. São esses conceitos do mais puro respeito a Deus que fazem com que os povos do lado de cá os tenham como fanáticos religiosos. Não tenho tal conceito sobre esse povo antigo. Acho-os dignos de respeito e de reconhecimento únicos em sua religiosidade. E se eles levam isso às "guerras santas", contra os bárbaros ocidentais, têm razão em fazê-las. Como quaisquer outros, são povos livres e hospitaleiros, profundamente religiosos e cônscios de suas ligações com o Absoluto.
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