domingo, 10 de janeiro de 2010

ELEIÇÕES 2010: análise política

* Por João Alexandre Moura

O dramaturgo alemão Bertolt Brecht já escrevia que o pior analfabeto é o analfabeto político, portanto 2010 é um ano mais do que propicio a falarmos de política, ou melhor, de eleições partidárias que decidirão o rumo do país.


Grande parte do eleitorado brasileiro anda desacreditado da classe política, “mensalões” da esquerda, da direita, do horizonte e das verticais comprovam o falho sistema político brasileiro que necessita imediatamente ser revisto.


Mais do que votarmos em outubro teremos que rever nossos conceitos em quem votarmos e garimparmos nossa consciência política para elegermos políticos coerentes e que tenham um projeto de Brasil. O atual quadro configura a disputa das últimas duas décadas entre o PT da ministra Dilma e o PSDB do governador paulista José Serra. Os petistas estão no poder (Lula) que anteriormente esteve nas mãos do PSDB (FHC), ou seja, “o bicho vai pegar” no quesito de não termos um candidato a reeleição (Lula) e os tucanos ao lado dos “democratas” buscando voltar ao poder depois de oito anos.


Sem sombra de dúvidas será uma disputa acirrada que dependerá do discurso que o PSDB vai propor para desbancar a excelente popularidade do governo Lula. Entretanto o perfil “gerentona” e inexperiente de Dilma poderá favorecer o PSDB que aposta em Serra e seus genéricos (DEM e PPS) para chegarem à vitória. Como possíveis alternativas ao projeto tucano e petista surgem Marina Silva (PV) que buscará colocar na agenda política a questão ambiental, o contraditório Ciro Gomes (PSB) e o PSOL de Plínio de Arruda ou Heloísa Helena que podem até apoiarem Marina Silva em uma aliança de ex-petistas.


Em Minas, Aécio Neves (candidato ao Senado ou vice de Serra) tentará transferir votos para o “gerentão” do choque de gestão Anastasia que disputará contra Hélio Costa (PMDB) ou os petistas Pimentel e Patrus.


Nas eleições proporcionais renovaremos ou não 2/3 do Senado e votaremos também para deputados estaduais e federais (pára-quedistas à vista).


Acharia interessante a reflexão sobre as eleições 2010 no sentido de exercermos a cidadania mas também que façamos uma leitura criteriosa de cada candidato, suas demagogias,alianças, projetos e “projetos” .Não sejamos analfabetos políticos e orgulhamos de odiar política porque a mesma é fundamental em nossas vidas na construção de um país melhor.

A escolha é nossa e o que queremos? Mudar, continuar, avançar, inovar ou regredir?

* João Alexandre Moura Oliveira, Geógrafo, Gestor Ambiental, Militante Cultural e professor de Geografia, Filosofia e Sociologia na rede privada de Poços de Caldas-MG.

5 comentários:

Lucas Rafael Chianello disse...

Ainda não sei quanto aos demais candidatos a Senador, dep. estadual/federal, etc, mas quanto à presidência, não tenho dúvidas de que a melhor opção é a candidatura Dilma Rousseff. Vencemos o desafio de eleger o primeiro operário, agora precisamos eleger a primeira mulher.

Professor Marcelo Fonseca disse...

Concordo com o Chianello, mas penso que que tal questão vai além de se eleger uma mulher ou operário. Não podemos deixar a tucanada tomar o poder novamente. Reconheço e concordo que o governo Lula deixou a desejar em alguns aspectos sociais (no tocante a Reforma Agrária por exemplo), mas um militante de esquerda, independente de sigla, se não apoiar o PT, correrá o risco de entregar o Brasil.

Prof. Yuri Almeida disse...

Creio que o povo precisa aprender a não votar em quem tem chance de ganhar e sim em quem será melhor. Serra significa retrocesso e Dilma continuismo. O Brasil precisa apontar alguém que preocupará com reformas de base, principalmente reformas agrária, educacional, urbana, tributária, política e judiciária.
Caso contrário, tudo continuará...

Blog do Morani disse...

Desculpem-me, mas não concordo a nenhum dos três comentaristas, pois de que continuísmos falam eles?
Estudando os parlamentares do nosso Congresso chegaremos à conclusão que são todos fisiologistas, e os que os sucederão, cheios de gás, aparecerão como "bons moços", mas, de repente, começam as compras de votos, novos mensalões, escândalos em cima de escândalos, dólares nas cuecas, meias, perucas... e sei mais lá quantas! Tropas de choque e o diabo a quatro. Não haverá mudanças enquanto os homens não mudarem suas consciências, que são mais sujas que pau de galinheiro ao amanhecer. Dilma não tem experiência de cargos eletivos; É mais um capricho de Lula, uma vaidade sua de desejar colocar no assento do Rei graças - acha ele -, à sua popularidade (Getulio e Juscelino também foram populares);
Popularidade não basta a um governante. É preferível secura no trato ao sorriso de hiena, pois geralmente esses homens são dissimulados. Lula é mais que isso. Mas ele não estará dando as cartas, nem Dilma. Infelizmente, deverá sair vencedor (quero estar errado) um tucano infernizado, um DEMônio aloucado, uma peste qualquer desse pandemônio que é o teatro político brasileiro. Lula precisa repensar sua atuação política, que pouca melhora teve em relação à famigerada Era FHC, o Vampiro; repensar a nova Lei dos Direitos Humanos e a compra de naves aéreas de guerra para as
nossas Forças Armadas. E até o final de seu mandato estabelecer assento em Brasília em vez de fazer turismo por aí.

Blog do Morani disse...

Nobre Perof. Yuri

Você toca em assuntos de caráter urgente que deve ser dado - mas não é - à:
Reforma Agrária
idem Educacional
idem Urbana
idem Tributária
idem Política
idem Judiciária.

Dentre estas apontadas, a prioridade deve ser estabelecida em primeiro lugar à Reforma Agrária, que desde que eu me entendo por gente (e os senhores nem eram nascidos), nem um só governo fez o que foi feito em Cuba. Sabe-se que o Estado é o principal dono de terras ( e ponham terras nisso). Acredita o senhor que o Estado queira abrir mão a esse privilégio? Eu não; em segundo lugar, a Tributária, para que se afrouxe o "laço de forca" a que se vêm os brasileiros com essa nefanda mania de acumular a tal reserva financeira. O Brasil é um país, hoje em dia, mais industrial que agrícola. Para que, pois, reserva primária desse quilate: 1 trilhão e oitocentos bilhões de reais de impostos, só em 2009? Não foi esse o índice a que chegou a arrecadação? Se o país está na "merda", e o povo idem, de acordo com a fala do Lula, por que 8 bilhões de reais para patrocinar a Copa do Mundo de 2014? Deixe-se isso para países que estão a nadar em dinheiro; em terceiro lugar, a Reforma Educacional, com critérios rígidos a serem observados e obedecidos e, por fim, as Reformas Política (esta muito, mas muito necessária com diminuição do número de parlamentares em todo o Brasil. Que economia, hein?; como sobraria dinheiro para as questões sociais, hein?), e a Judiciária (outro ninho de "cobras peçonhentas"). O Brasil necessita de oxigênio puro, livre dos deletérios expelidos por um grupo social que comanda esta Nação: a elite! Lula e família, hoje, são elite. O que se pode esperar de um governante da elite? O brasileiro precisa é de frentes de trabalho, não de Bolsa Família; precisa de sérias e verdadeiras oportunidades de produzir a contento, para si e para o país; não precisa de "esmolas"! Esses "Programas Sociais" de inclusão aos pobres ao bolo econômico dá uma falsa impressão de que muito em breve não existirá "miséria" dentro do limítes da Nação; todos serão admitidos como classe média. E a classe média, vai para onde? Sonhar é preciso, mas muito mais necessário é dar trabalho a essa mão de obra relegada, como sempre foi, a fim de que se sustentem sobre as suas próprias pernas e com os olhares voltados para o horizonte da esperança real de melhora social. O povo pobre não deseja ser considerado elevado a uma escala mais alta (mentira!), o que ele deseja é só isso: ter trabalho, saúde e um cantinho para abrigar a si e a sua família.
O resto, é conversa mole para boi dormir.