quarta-feira, 17 de março de 2010

Oposição "nada corporativa"

Muitos dizem que a oposição ao presidente Lula é fraca, frágil e titubeante, ou como disse FFHH certa vez, “a oposição tem que ter gosto de sangue na boca”. Talvez essas pessoas queiram de fato um golpe que surrupie o poder e o entregue de volta à sacrossanta aliança PSDB/DEMO, hoje contando também com o liqüidacionista PPS.

Já eu acho que a oposição de direita no Brasil é bastante “corajosa”. Não nos esqueçamos que entre outras vitórias, que podem ser contabilizadas por essa malta, estão a eleição de Severino Cavalcanti para a presidência da Câmara dos Deputados, a imobilização imposta ao governo Lula durante a crise do “mensalão”, o fim da CPMF – e conseqüentemente o fim de um dos únicos impostos que incidia de forma mais pesada sobre a classe alta – e a demora em apreciar o ingresso da Venezuela ao Mercosul.

E é justamente na Comissão de Relações Exteriores, encarregada de analisar o ingresso ou não da Venezuela, que ocorre nesse instante mais um embate entre governo e oposição enquanto o último grupo mostra todo o seu desprendimento, coragem e sentido cívico. A comissão, presidida por Eduardo Azeredo (o pai de todos os mensalões) está obstruindo a nomeação de embaixadores.

O processo de escolha de embaixadores funciona mais ou menos assim. O Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) apresenta um nome ao presidente da República, este encaminha o nome para o Senado. O Senado por sua vez tem um tempo determinado para sabatinar o indicado e aprová-lo ou não como membro do corpo diplomático brasileiro.

Leiam a nota e vejam o quanto nossos senadores de oposição prezam pela idoneidade, desprendimento, sentido cívico e, claro, pela ausência de qualquer forma de corporativismo.

Protesto contra a política externa de Lula

De Ilimar Franco (o Globo)

A oposição está obstruindo as votações de embaixadores no Senado em protesto contra a política externa petista. Há divergências sobre o tratamento a Cuba e ao Irã.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), suspendeu a sessão que analisaria os embaixadores da Venezuela e do Equador.

Só passou, em plenário, a indicação de Oto Agripino Maia para embaixador da Grécia. Ele é irmão do líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN).


PS. Agripino “Rabo de Palha” Maia é aquele mesmo senador que em 2005 entrou com um pedido no TSE requerendo a extinção do Partido dos Trabalhadores.

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