A novela sobre quem será – e, a essa altura, quem não será – o vice de José Serra ultrapassou os limites da analise política e se transformou em comédia. Afinal alguma coisa está muita errada com a cabeça de José Serra e seus companheiros.
Senão vejamos.
Achar que Patrícia Amorim agregará votos porque é presidente do Flamengo ou Valéria Pires Franco porque, pasmem, conta com 12% da preferência dos eleitores no Pará, é coisa de quem pouco entende de estratégia política; de quem está desesperado; de quem não tem discurso; de quem não tem projeto; de quem não conhece o Brasil; de quem não sabe a que veio ou o que fará da campanha. Ou seja, todo esse imbróglio em torno de quem será ou não o vice – ou a vice – de Serra é bem o retrato do atual estágio da campanha tucana.
Aqui em Minas costumamos usar um ditado, talvez até pouco politicamente correto, mas a campanha tucana está mais perdida que ”cego em tiroteio”.
Não fosse a grande força que Serra recebe do Partido do Capital (mídia oligopolizada e mazombeira), sua candidatura estaria derretendo de forma ainda mais rápida.
O desespero a caça de um nome para compor a chapa apenas transparece a falta de sintonia entre um candidato sem ter o que dizer, propor ou mostrar, para uma nação satisfeita com o grupo político que ora governa o país.
Peguemos um exemplo claro da falta de sintonia dos tucanos e da oposição farisaica como um todo com a realidade. Ultimamente deram pra atacar com unhas e dentes a política externa do governo Lula. Pois bem. Política externa nunca rendeu mais 0,0001% dos votos no Brasil, mas a oposição de direita na sua completa falta de criatividade imaginou que pudesse empolgar os eleitores desancando o Itamaraty. Infelizmente, para a oposição, o povo brasileiro – e quando falo povo me refiro ao povão, a gente simples, que, por exemplo, trabalha de dia e à noite cursa o EJA (Educação para Jovens e Adultos) – está orgulhoso pela forma como o Presidente Lula é tratado no exterior e enxergam nele, com razão, o responsável pelo respeito que o Brasil adquiriu junto à comunidade internacional nos últimos anos. Mais que isso, Lula elevou a autoestima dos brasileiros em todos os segmentos e a política internacional não é diferente.
Esse é apenas e tão somente um exemplo da falta de sintonia da oposição farisaica com quem realmente importa, o povão. Para o infortúnio dessa oposição o país está crescendo a taxas que há muito não se via, o desemprego cai vertiginosamente, o acesso à moradia digna, a educação e a saúde melhoraram de forma significativa e o trabalhador a cada dia se vê mais inserido no mundo do consumo – com todos os aspectos positivos e negativos que isso acarreta.
As bandeiras neoliberais empunhadas pelo PSDB/DEMO ou foram confinadas a página virada da historia – flexibilização da CLT, desmanche do setor público etc. – ou surrupiadas pelo PT que as pôs em prática de forma mais eficiente – superávit primário, acumulo das reservas internas etc.
O único fato que poderia dar um alento novo a candidatura Serra seria nesse momento Aécio Neves aceitar a condição de vice. Todavia o governador mineiro, além de vaidoso demais para aceitar o papel de coadjuvante, tem seus próprios planos.
Não que Aécio seja uma sumidade, longe disso, Aécio é na verdade o grande rei da publicidade, pai da mentira e fã do autoritarismo que ele mesmo implantou em Minas. Mas seria um sinal que o PSDB está unido e quer retomar o poder.
Sem Aécio, para usar outro ditado mineiro, Serra ficará na chuva sem pai nem mãe.
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