quarta-feira, 2 de junho de 2010

Debaixo dos Panos

Por Lucas Rafael Chianello, no Além da Grande Mídia

Assim como cantava Raul Seixas, em Poços de Caldas implantou-se um dicionário da censura, baseado na prejudicial tradição coronelista que sempre pisoteou os interesses maiores da população do município. De 2005 pra cá, tudo é decidido em gabinetes, de tal forma que somente os administradores e seus amigos são contemplados com as medidas tomadas pela liderança do atual prefeito e seu antecessor.

Palavras e conceitos como partipação, povo, democracia participativa, debates de ideias e até mesmo o verbo escutar foram riscados do dicionário político poçoscaldense. Na verdade, nunca foram utilizados, exceto num período em que uma forma de governar diferente foi escolhida pelo eleitorado. Porém, num contexto histórico em que cada vez mais se descobre que a democracia é uma ebulição de ideias, cada vez mais a atual administração se encontra oposta à modernidade democrática.

O caso mais recente é o dos servidores públicos municipais. Do dia pra noite decidiram que o regime jurídico mudaria de celetista para estaturário. Para inibir o censo crítico dos funcionários municipais, visita-se os setores da Prefeitura com meias promessas dos benefícios que teriam o novo regime jurídico. Ainda sim, tamanha é a vocação coronelista dos que se dizem bons de coração que questionamentos do magistério se tornam motivos para atribuir-lhes a alcunha de sem educação.

Audiência públicas são uma farsa. Conforme já apuramos de alguns servidores comissionados, eles são OBRIGADOS a estarem presentes. O objetivo é claro: lotar a Câmara Municipal, costumeiro local das audiências, para que elas pareçam legítimas.

É desta forma que se faz política em Poços de Caldas atualmente: enfiando goela abaixo da população a vontade dos coronéis e bons de coração, ao invés de conversar com o povo sobre seus problemas e as soluções para eles.

Lucas Rafael Chianello,além de bacharel em Direito, jornalista e critico de Formula 1, é também grande amigo e companheiro de lutas aqui em Poços de Caldas.

Um comentário:

Luciano Vieira disse...

Chianello só tem um jeito de vencer essa coisa... É continuar nas ruas!
Topa?