Por Paulo Cássia Pereira
No mês de abril deste ano escrevi sobre os fragmentos da história, os quatro poderes, os acontecimentos políticos, a crise ética e a importância das mídias sociais para dar voz ao povo e formar opinião. Em uma parte do texto dizia o seguinte:
No mês de abril deste ano escrevi sobre os fragmentos da história, os quatro poderes, os acontecimentos políticos, a crise ética e a importância das mídias sociais para dar voz ao povo e formar opinião. Em uma parte do texto dizia o seguinte:
“Hoje
com os problemas dos partidos e seus aventureiros politiqueiros  de
última hora, os apadrinhados, os estrategistas políticos com suas
ideias  mirabolantes de conquistar o mundo (lembra o desenho animado
do Pink e Cérebro) escondidos em cargos  e ainda o nepotismo
nojento, percebemos o inicio do descrédito e o vazio da participação
popular...”
É lógico
que estamos dentro de um sistema  democrático que define suas leis 
para o funcionamento dos partidos políticos e outras instituições 
 que devem ser respeitadas cada vez mais para o fortalecimento da
própria democracia, pois afinal ainda é essa a regra do jogo a ser
seguido pela sociedade.
Porém, 
não é de hoje que percebemos claramente o descontentamento  com a
classe política,  principalmente com os politiqueiros profissionais
que abusam nos bastidores dos partidos como se fossem “pequenas
empresas e grande negócios”. Agem bem  longe da participação 
popular,  por telefone manipulam ,  tramam, usam pessoas para serem
eleitos e ascenderem na política (ninguém é eleito sozinho) e
depois viram as costas para o povo e para os próprios
companheiros(as) de partidos  que também são formadores de opinião.
Preferem confiar e se aliar a bajuladores, inimigos ou  adversários
históricos (forças ocultas). Perdem o rumo pelo qual foi eleito,
acham que são vitalícios e  fazem conchavos  que sejam bons para si
mesmos para perpetuarem no poder. Não pensam que suas decisões
insanas atrás da mesa  repercutirá na vida da dona de casa com seus
filhos que aguardam com  esperança um mundo melhor. Neste momento 
eu lembro de uma música cantada no grupo de reflexão das 
comunidades eclesiais de base “o poder tem raízes na areia...”
Penso que
 o clamor popular não é ainda  para acabar com os partidos ou
derrubar governos e que a nossa democracia está em construção,
pois a grande maioria sabe    que o povo  de forma pacífica está 
dando o seu recado  nas ruas que é o parlamento natural   no campo
das ideias e ações propositivas uma vez que  não temos  encontrado
eco nas instituições. É importante   separar o joio do trigo e
destacar os movimentos sociais  através das organizações
não-governamentais que mesmo endurecendo  sem perder a ternura são
comprometidos com a transformação para “outro mundo possível” 
e que há muito tempo tem funcionado como  um despertador para
acordar  muitos que estavam no berço esplêndido e hoje estão nas
manifestações.
O povo
na rua com a juventude na vanguarda é uma   advertência    aos
partidos e seus agentes  políticos  que precisam fazer uma reflexão
e exercitarem a humildade de reconhecer a legitimidade da atitude
popular e rever conceitos de que a tendência será a revolução
pela ética. Não é hora de retórica ou de discursos inflamados
para agradar a  plateia e sair lucrando politicamente com a situação.
  O momento pede  para  escutar, refletir e  ter a sensibilidade de 
interpretar os acontecimentos.
É
importante  considerar  que a mudança  nas áreas de transporte,
educação, saúde, segurança e habitação (cinco principais pontos
de todos  os planos de governos), o problema da corrupção e ainda a
reforma política, devem ser  urgentes e  que a paciência dos
cidadãos trabalhadores construtores desta nação está no limite e 
todos  querem o resultado para ontem, demorou!  Por isso é preciso 
arregaçar as mangas e  articular com serenidade junto com os anseios
populares as verdadeiras mudanças com ações concretas nas
políticas públicas.
Paulo
Cássio Pereira, é Professor de História na rede pública e grande companheiro de lutas.
Um comentário:
Clareza nas palavras do Camarada Paulo Cassio. É hora de darmos uma guinada à esquerda, atender os anseios populares e dar uma resposta que seja condizente com a história de lutas populares. Canalizar o descontentamento popular para as mudanças estruturais que estavamos tentando fazer lentamente e que o momento propicia uma possibilidade de aceleração.
Adiante, portanto!
Taigo Mafra
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