segunda-feira, 28 de junho de 2010

Imigrantes passarão por teste de inteligência na Alemanha

Essa notícia que acabo de ler no sítio português Esquerda.Net conseguiu me embrulhar mais o estomago (perdão pela comparação escatológica) do que a imagem do técnico da seleção alemã, Joachim Löw, retirando meleca do nariz e depositando-a na boca.

Quando pensamos que a extrema-direita alemã está morta e o xenofobismo é coisa do passado, eis que nos deparamos com absurdos como esse atentado aos direitos humanos, justificado, como sempre, pela defesa do Estado-Nação.


Dirigentes do partido de Merkel propõem testes de inteligência para imigrantes

Membros da CDU, defenderam nesta segunda-feira a exigência de testes de inteligência aos candidatos a imigrantes na Alemanha.

Segundo o porta-voz para os Assuntos internos da secção de Berlim da Christlich Demokratische Union (CDU), Bild Peter Trapp, partido liderado pela chanceler alemã Angela Merkel, o país deve exigir testes de inteligência aos candidatos a imigrantes na Alemanha. “Esta questão não deve ser mais um tabu”, afirmou Trapp, “Devemos introduzir critérios que sirvam verdadeiramente o nosso Estado. Além de uma boa formação e de uma qualificação profissional, a inteligência deve entrar em consideração. Eu defendo testes de inteligência”.

Afirmando ser favorável a uma harmonização da política de imigração europeia Markus Ferber, outro membro da CDU, também defendeu a medida dando o exemplo canadiano: “O Canadá é bem mais avançado na matéria e exige dos filhos dos imigrantes um quociente intelectual mais elevado que o das crianças locais. As razões humanitárias como o reagrupamento familiar não podem ser a longo prazo o único critério para a imigração”.

Vale lembrar que a Alemanha já impõe testes de língua aos candidatos à aquisição de nacionalidade alemã, e também outros testes cujo objectivo é provar conhecimentos de ordem social e jurídica alemã para os quais há cursos específicos de instrução cívica.



domingo, 27 de junho de 2010

Especial Neil Young

Mais Neil Young. Em 1971 tocando Heart of Gold, talvez seu maior sucesso, e Old Man numa cena d’onde foi tirada sua foto clássica. No terceiro vídeo, Cortez The Killer junto com o Crazy Horse. No quarto You´re Like A Hurricane e no último com o Pearl Jam e interpretando Rockín The Free World.

1- Neil Young, Heart Of Gold




2- Neil Young, Old Man



3- Neil Young & Crazy Horse, Cortez The Killer



4- Neil Young, You´re Like A Hurricane




5- Neil Young & Pearl Jam, Rockín The Free World

Solidariedade venezuelana ao povo de Alagoas

Recebi de um amigo a seguinte informação e repasso ao Dissolvendo No Ar:

Venezuela doa oito toneladas de ajuda para Alagoas; 36 morreram e 76 estão desaparecidos no Estado

UOL Notícias

O governo venezuelano, por meio do Consulado da Venezuela em Recife, doou oito toneladas de ajuda para os afetados pelas enchentes em Alagoas. Entre os produtos doados, estão alimentos, água, colchões, cobertores e roupas. De acordo com a Defesa Civil Estadual, os donativos devem chegar na noite deste sábado (26).

Segundo a Defesa Civil, não é necessário doar alimentos e água mineral, que já foram providenciados pelos governos estadual e federal. O órgão informa que os municípios necessitam, sobretudo, de material de limpeza e de higiene pessoal, colchões, cobertores, fraldas, velas e fósforo.

A Defesa Civil pede que empresários disponibilizem caminhões para ajudar na distribuição e donativos (Tenente-Coronel Alberto: (82) 8833-8541 e faz um apelo aos caminhoneiros para ajudar a transportar 25 toneladas de alimentos e roupas que estão na Associação dos Motoqueiros de São Miguel dos Campos e precisam ser levadas até o Quartel Geral do Corpo de Bombeiros do Trapiche da Barra.

O órgão ainda apela para que alguém disponibilize um veículo para transportar, do cais do porto de Maceió até o aeroporto Zumbi dos Palmares, uma empilhadeira para retirar de uma aeronave quatro toneladas de medicamentos que vieram do Rio de Janeiro. A Defesa Civil pede ainda que aqueles que buscam informações sobre desaparecidos liguem para o (82) 3315-2822.

Mais um hospital de campanha foi montado em Alagoas, em Murici. Trabalhem nele quatro médicos, um enfermeiro e quatro técnicos de enfermagem do Exército.

Hospital de campanha
Em Alagoas, 36 pessoas morreram por conta das enchentes. Segundo a Defesa Civil, 76 permanecem desaparecidos. Há, no Estado, quase 48 mil desalojados, que tiveram que sair de casa e se hospedar em casa de amigos e parentes.
Você Manda!

Além dos desalojados, são mais de 26 mil pessoas desabrigadas que foram encaminhadas a abrigos públicos. A Defesa Civil contabiliza ainda 6.242 deslocados, que migraram da área afetada pelo desastre para outro local.

Das 28 cidades afetadas, 14 decretaram estado de calamidade pública e quatro estão em situação de emergência.

Ao menos 28 municípios foram atingidos, dos quais 15 decretaram estado de calamidade pública e quatro estão em situação de emergência. Permanecem sem abastecimento de água as cidades de Branquinha, Murici, Paulo Jacinto, Capela e Jacuípe.

sábado, 26 de junho de 2010

Neil Young – Cinnamon Girl

Já escrevi tantas vezes aqui sobre Neil Young, no entanto parece que quanto mais escrevo sobre ele e, principalmente, o ouço, mais admiro sua vasta obra. O compositor canadense certamente figura entre as personalidades mais importantes da musica popular do século passado e nunca escondeu seu ativismo político – um ativismo que os estadunidenses chamam de ‘liberal’ e que para nós latino-americanos se pareceria com algo do tipo ‘esquerda progressista’. Neil Young, Bob Dylan, Joan Baez e Joni Mitchell (também canadense) estão para a América do Norte o que Chico Buarque, Caetano Veloso e Mercedes Sosa, guardadas as devidas proporções, estão para nós da America Latina.

Cinnamon Girl, embora não seja exatamente uma letra política como Southern Man, Ohio, Cortez The Killer ou as músicas de Living With War (um ataque direto a Bush, aos WASP e ao fundamentalismo cristão de ultradireita) e nem filosófica como Here We Are In The Years, forma a junção entre bela melodia e letra.

Cinnamon Girl é a faixa de abertura do excelente Everybody Knows This Is Nowhere de 1969, o segundo disco solo de Neil Young -- antes Young tivera discos gravados com o Bufallo Springfield -- e o primeiro com o Crazy Horse, parceria que dura até hoje.


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Tucanos perdidos

A novela sobre quem será – e, a essa altura, quem não será – o vice de José Serra ultrapassou os limites da analise política e se transformou em comédia. Afinal alguma coisa está muita errada com a cabeça de José Serra e seus companheiros.

Senão vejamos.

Achar que Patrícia Amorim agregará votos porque é presidente do Flamengo ou Valéria Pires Franco porque, pasmem, conta com 12% da preferência dos eleitores no Pará, é coisa de quem pouco entende de estratégia política; de quem está desesperado; de quem não tem discurso; de quem não tem projeto; de quem não conhece o Brasil; de quem não sabe a que veio ou o que fará da campanha. Ou seja, todo esse imbróglio em torno de quem será ou não o vice – ou a vice – de Serra é bem o retrato do atual estágio da campanha tucana.

Aqui em Minas costumamos usar um ditado, talvez até pouco politicamente correto, mas a campanha tucana está mais perdida que ”cego em tiroteio”.

Não fosse a grande força que Serra recebe do Partido do Capital (mídia oligopolizada e mazombeira), sua candidatura estaria derretendo de forma ainda mais rápida.

O desespero a caça de um nome para compor a chapa apenas transparece a falta de sintonia entre um candidato sem ter o que dizer, propor ou mostrar, para uma nação satisfeita com o grupo político que ora governa o país.

Peguemos um exemplo claro da falta de sintonia dos tucanos e da oposição farisaica como um todo com a realidade. Ultimamente deram pra atacar com unhas e dentes a política externa do governo Lula. Pois bem. Política externa nunca rendeu mais 0,0001% dos votos no Brasil, mas a oposição de direita na sua completa falta de criatividade imaginou que pudesse empolgar os eleitores desancando o Itamaraty. Infelizmente, para a oposição, o povo brasileiro – e quando falo povo me refiro ao povão, a gente simples, que, por exemplo, trabalha de dia e à noite cursa o EJA (Educação para Jovens e Adultos) – está orgulhoso pela forma como o Presidente Lula é tratado no exterior e enxergam nele, com razão, o responsável pelo respeito que o Brasil adquiriu junto à comunidade internacional nos últimos anos. Mais que isso, Lula elevou a autoestima dos brasileiros em todos os segmentos e a política internacional não é diferente.

Esse é apenas e tão somente um exemplo da falta de sintonia da oposição farisaica com quem realmente importa, o povão. Para o infortúnio dessa oposição o país está crescendo a taxas que há muito não se via, o desemprego cai vertiginosamente, o acesso à moradia digna, a educação e a saúde melhoraram de forma significativa e o trabalhador a cada dia se vê mais inserido no mundo do consumo – com todos os aspectos positivos e negativos que isso acarreta.

As bandeiras neoliberais empunhadas pelo PSDB/DEMO ou foram confinadas a página virada da historia – flexibilização da CLT, desmanche do setor público etc. – ou surrupiadas pelo PT que as pôs em prática de forma mais eficiente – superávit primário, acumulo das reservas internas etc.

O único fato que poderia dar um alento novo a candidatura Serra seria nesse momento Aécio Neves aceitar a condição de vice. Todavia o governador mineiro, além de vaidoso demais para aceitar o papel de coadjuvante, tem seus próprios planos.

Não que Aécio seja uma sumidade, longe disso, Aécio é na verdade o grande rei da publicidade, pai da mentira e fã do autoritarismo que ele mesmo implantou em Minas. Mas seria um sinal que o PSDB está unido e quer retomar o poder.

Sem Aécio, para usar outro ditado mineiro, Serra ficará na chuva sem pai nem mãe.

Agências investem milhões na oposição venezuelana

Por Eva Golinger, no sítio da Revista Forum

Um relatório preparado pelo Instituto FRIDE, da Espanha, com financiamento e apoio da Fundação Nacional para a Democracia (National Endowment for Democracy - NED) e pelo Movimento Mundial para a Democracia (entidade criada pela NED), revela que distintas agências internacionais investem entre 40 e 50 milhões de dólares em setores da oposição na Venezuela a cada ano.

Segundo o relatório, que foi publicado em maio de 2010, os fundos multimilionários estão exclusivamente orientados para fins políticos e incluem grandes contribuições para partidos políticos venezuelanos, como Primeiro Justiça, Um Novo Tempo e Copei.

No relatório, o governo do presidente Hugo Chávez está classificado como "autoritário" e "ditatorial", além de "violador dos direitos humanos". Os fundos internacionais destacados no relatório estão destinados a grupos venezuelanos com o objetivo de lutar contra o governo de Hugo Chávez, para "restaurar o Estado democrático".

Os autores do relatório admitem que a "assistência internacional" para fins políticos na Venezuela começou somente em 2001/2002 e, após o fracasso do golpe de Estado de abril de 2002, cresceu. Desde então, o principal objetivo dessas organizações tem sido impulsionar uma "mudança de regime" na Venezuela para conseguir derrocar permanentemente o presidente Chávez e acabar com a Revolução Bolivariana.

Mais de 6 milhões de dólares estão destinados a grupos políticos na Venezuela este ano através das agências estadunidenses, como a Usaid, a NED, o Centro Carter, o Instituto Republicano Internacional (IRI), o Instituto Democrata Nacional (NDI), a Freedom House, a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (PADF) e o Instituto da Sociedade Aberta (OSI). O OSI pertence ao bilionário húngaro George Soros, conhecido por seu extenso financiamento e apoio às chamadas "revoluções de cores", em países como a Sérvia, a Ucrânia e a Geórgia, entre outros da Europa Oriental.

Porém, não são somente os Estados Unidos que financiam a oposição na Venezuela. O relatório revela que devido aos "perigos" enfrentados pelos grupos venezuelanos que recebem as colaborações de Washington para fins políticos no país, criaram uma rede de "triangulação" para canalizar fundos através de fundações europeias e canadenses. A Comissão Europeia (EC) é uma das principais entidades que está filtrando esses fundos, com investimentos entre 6 e 7 milhões de euros a cada ano para grupos opositores na Venezuela. Este ano, segundo o relatório, a Comissão Europeia doou até 3 milhões de euros para financiar ONGs e projetos dedicados a demonstrar as supostas ameaças contra os direitos humanos e pela liberdade de expressão na Venezuela.

A ajuda estadunidense se canaliza da seguinte maneira:

Desde 2002, a contratista Development Alternatives Inc (DAÍ) investiu mais de 40 milhões de dólares em pequenas ONGs e programas dirigidos à formação e capacitação de jovens líderes políticos, movimentos estudantis, companhias midiáticas e "assuntos sociais";

O Instituto Democrata Nacional (NDI) financia desde 2002 partidos políticos da oposição e organizações de observação eleitoral. Fundou a organização venezuelana Olho Eleitoral e subministrou grandes contribuições a Súmate;

O Instituto Republicano Internacional (IRI) financia e apoia estrategicamente aos partidos políticos da direita, como Copei, Primeiro Justiça e Um Novo Tempo;

A NED investe ao redor de 1 milhão de dólares anualmente em distintas ONGs dedicadas aos temas "democracia" e "liberdade de expressão", na Venezuela;

Freedom House está desde 2004 na Venezuela trabalhando com os temas de direitos humanos e liberdade de expressão;

A Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (PADF) financia diretamente a ONGs venezuelanas para "fortalecer a sociedade civil";

O OSI está financiando projetos relacionados com as campanhas eleitorais da oposição.

O relatório da NED revela que várias fundações alemãs também estão trabalhando com os partidos políticos e ONGs da oposição na Venezuela. As principais fundações da Alemanha são Konrad Adenauer (KAS) e Friedrich Ebert Foudation (ILDIS-FES). Essas duas fundações alemãs investem ao redor de 500 mil euros anuais em projetos com Copei, Primeiro Justiça e com a Universidade Católica Andrés Bello (Ucab), além de outras ONGs e grupos políticos na Venezuela.

Os governos do Canadá e da Espanha são os outros principais doadores das atividades da oposição venezuelana, apesar de que muitos de seus fundos são também provenientes de Washington.

Finalmente, o relatório evidencia que uma maioria das organizações venezuelanas que estão recebendo essas contribuições internacionais são realmente entidades "virtuais". Não têm escritórios nem equipamentos, nem trajetórias de trabalho. São canais para filtrar recursos para a oposição venezuelana, para manter vivo o conflito político no país.

Também afirmam no relatório que a maioria das agências Internacionais, com exceção da Comissão Europeia, está trazendo os fundos em moeda estrangeira e cambiando-os no mercado paralelo, em clara violação da lei venezuelana. Em alguns casos, como destaca o relatório da NED, abre contas no exterior para depositar os recursos ou os entregam em euros e em dólares em efetivo. A Embaixada dos Estados Unidos na Venezuela poderia utilizar a mala diplomática para trazer grandes quantidades de dólares ou euros ao país que, em seguida, seriam entregues a atores venezuelanos de forma ilegal, sem nenhuma contabilidade formal do Estado venezuelano.

A maioria das agências estadunidenses que hoje financiam a oposição venezuelana opera através da Embaixada dos Estrados Unidos em Caracas. Quando antes tinham escritórios na Venezuela, agora operam a partir do exterior, para evitar o monitoramento do governo venezuelano.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O “Picolé de Chuchu” e “Príncipe do Atraso” que se cuide

Geraldo Alckmin que se cuide. Mesmo estando muito bem colocado nas pesquisas sobre intenção de voto, o ex-governador, alcunhado por uns por Picolé de Chuchu e por outros de Príncipe do Atraso - Alckmin no minha opinião personifica o que há de mais atrasado e arcaico na política nacional, talvez o único concorrente de peso seja a família Sarney -, creio que deverá disputar uma eleição apertada.

Creio nisso por duas razões. A primeira, por mais que o PT teime em não dar a cabeça de chapa a Eduardo Suplicy, o partido ainda conta com um nicho nada desprezível do eleitorado paulista e Mercadante embora tenha tido a imagem um tanto riscado nesses últimos oito anos em que foi senador por sempre baixar a cabeça para o presidente Lula, por outro lado não esteve envolvido naquilo que o Partido do Capital (a mídia) e a oposição farisaica chamaram de “mensalão”. Mercadante talvez não tenha fôlego para vencer o Príncipe do Atraso sozinho – não por propriamente por Alckmin ou o que ele representa, mas mais pela força do PSDB e da máquina governamental do estado –, mas com a candidatura de Dilma crescendo e solapando à de José Serra no cenário nacional, não é de se descartar a possibilidade que isso acabe contagiando, de alguma forma, a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

A segunda razão reside no fato de o PP de Paulo Maluf lançar candidato próprio ao governo paulista e este candidato ser o deputado federal Celso Russomano. Se Alckmin representa o atraso e o arcaico, Russomano não está muito longe disso, com o agravante de ser demagogo e populista. Russomano reúne condições de se oferecer àqueles típicos eleitores da direita paulista – que já teve como heróis Adhemar de Barros, Jânio Quadros, Paulo Maluf e nos últimos anos se aproximou do PSDB – como herdeiro dessa tradição. Mais, o deputado federal já em quarto mandato e o mais votado no estado em 2006, é um homem de televisão e possui enorme facilidade de interpretação em frente às câmeras. Um concorrente e tanto que buscará votos em segmentos muito próximos ao do Príncipe do Atraso, só que, com a vantagem de ser comunicativo e carismático, enquanto Alckmin é comparado até por seus correligionários a um picolé de chuchu.

Um eventual segundo turno entre Alckmin e Mercadante pode ser muito mais complicado do que muita gente imagina.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Adeus Saramago (1922-2010)

José Saramago por José Saramago

Sobre a Democracia



Sobre Deus, Igreja e Bíblia



A profecia de Saramago

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pausa Eportiva (que sono)



Infelizmente, pelo começo de Copa, essa Copa na África do Sul deverá ter uma das piores ou a pior média de gols por partida. Seria culpa da vuvuzela? Particularmente acho que as chatas cornetas sul-africanas tem sim o poder de atrapalhar o futebol, tirando a atenção dos jogadores. Mas obviamente não é só isso. Tampouco podemos responsabilizar a Jabulani, a bola oficial do torneio, pelo o que eu pude notar ela é redonda – como eram as bolas de couro horríveis que Pelé, Garrincha e Didi jogaram em 1958, por exemplo. Não. A principal responsável pela baixa média de gols são os esquemas táticos adotados. O futebol nas últimas décadas se tornou burocrático e previsível. As equipes, tanto a que ataca quanto a que defende, ocupam cada vez mais uma faixa menor de campo. Então porque não acabar com a lei do impedimento da linha da grande área para trás? Isso poderia dar ao futebol uma nova vida, porque do jeito que tá, está ficando cada vez mais sem graça e mesmo os jogos de Copa do Mundo são um forte remédio contra a insônia.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Circuito Tela Verde 2010


Circuito Tela Verde 2010


Relação dos debatedores convidados:

Dia 19 - sábado

-Ângela dos Santos, Geóloga (CBH Mogi Pardo e Mãos da Terra)
-Ana Cecília Gonçalves - Engenheira Florestal, MsC. Agroecologia)


Dia 20 - domingo

-Hudson Luiz Vilas Boas (Sociólogo)
-Kátia - Psicóloga, docente da PUC



Dia 26 - sábado

-Maria Teresa - Geógrafa (Coordenadora da PG Gestão Ambiental PUC)
-Leonel (EMATER)



Dia 27 - domingo

-Rodrigo Infante (Cineasta e Mãos da Terra)
-Carlos Rodrigues Brandão ( antropólogo, escritor, professor,...)


Programação:

18:00 até 19:30 - exibição dos filmes.
19:30 até 21:00 - abertura dos debates.
21:30 início das apresentações musicais.

sábado, 12 de junho de 2010

Futebol é apenas passatempo

Li certa vez, não me lembro aonde, que “o capitalismo na incapacidade de criar heróis, se apropria dos esportistas como sendo seus heróis”.
Por uma questão de formação, primeiro humanista, depois de cunho socialista-marxista, sempre fui avesso a patriotismo ou nacionalismo. Todavia esses conceitos, confundidos com sentimento, são ainda mais deletérios para a formação do cidadão quando empurrados para dentro do esporte.

Não tenho nada contra os esportes, inclusive gosto muito de futebol e já admirei e admiro muitos futebolistas (Zidane, Zico, Romário,Júnior, Edmundo, Gerard, Messi...) e outros esportistas noutras modalidades (Michael Jordan, Sergey Bubka, Sena, Hortência...) e alguns que sequer cheguei a ver atuar (Mohamed Ali, Jesse Owens, Mark Splitz, Adhemar Ferreira da Silva...). Mas a questão é a seguinte, misturar esporte com patriotismo (no caso é mais patriotada) e nacionalismo me cheira a coisa de Mussolini, Hitler, Médici, Videla e companhia.

Mas Dunga suscitou esse o tema; quem não torce pela seleção não é patriota!!!

Ora, por qual razão deveria eu torcer para a seleção do Brasil nesta Copa do Mundo? Quantos jogadores presentes na seleção de Dunga jogam em clubes brasileiros? Qual a real identificação que eles possuem com o trabalhador brasileiro? Aliás, quantos anos, ou vidas, um trabalhador mortal tem que verter seu suor para ganhar o que ganha um Kaká ou Robinho por semana, por dia, ou até mesmo por hora?

Assistirei aos jogos da Copa do Mundo como puro passatempo, sem obrigação alguma de torcer para o sucesso da seleção patrocinada por um leque de transnacionais – Nike, Nestlé, Ambev e o diabo a quatro. O que eu quero é presenciar bons jogos e ver boas seleções como Espanha, Argentina, Inglaterra, Holanda e, quiçá, o próprio Brasil e os anfitriões sul-africanos protagonizarem duelos que entrem para a história do esporte bretão, mas sem essa baboseira da pátria de chuteiras.

Quem quiser ler as bobagens ditas por Dunga clique aqui e confira no Brasil de Fato.

PS. Pequena lista de grandes jogos em Copas do Mundo:

Alemanha Ocidental 3 X 2 Hungria – final, 1954
Portugal 5 X 3 Coréia do Norte – quartas de final, 1966
Inglaterra 4 X 2 Alemanha Ocidental – final, 1966
Itália 4 X 3 Alemanha Ocidental – semifinal, 1970
Itália 3 X 2 Brasil – quartas de final, 1982
Alemanha Ocidental 3 X 3 França (5 X 4 nos pênaltis) – semifinal, 1982
França 1 X 1Brasil (4 X 3 nos pênaltis) – quartas de final, 1986
Argentina 3 X 2 Alemanha Ocidental – final, 1986
Argentina 1 X 1 Itália (4 X 3 nos pênaltis)– semifinal, 1990
Romênia 3 X 2 Argentina – oitavas de final, 1994
Brasil 3 X 2 Holanda – quartas de final, 1994
Suécia 2 X 2 Romênia (5 X 4 nos pênaltis) – quartas de final, 1994
França 1 X o Paraguai – oitavas de final, 1998
Brasil 1 X 1 Holanda (4 X 2 nos pênaltis) – semifinal, 1998
Brasil 2 X 1 Inglaterra – quartas de final, 2002
Itália 2 X 0 Alemanha – semifinal, 2006
Itália 1 X 1 França – final, 2006

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O complexo de carcará

Por Flávio Aguiar, na Carta Maior

Nossa, não estava no mapa o que deu de metáfora cediça na mídia brasileira cartorial depois da aprovação das sanções de Hillary Clinton (disfarçadas como do Conselho de Segurança da ONU) contra o Irã e contra o acordo firmado por este país com a Turquia e o Brasil.

Dois exemplos:

1) Virando a metáfora do presidente Lula contra ele, saiu que o Brasil se aproximar do Irã e manter uma “política terceiro-mundista” é o último charme ou armadilha do nosso “complexo de vira-lata”. A metáfora não vai muito além de suas pernas, porque não as tem. Falar de “terceiro mundo” hoje, como fonte de inspiração política, é de um anacronismo tão grande quanto falar de um “primeiro mundo”. A não ser no sentido de que o ex-primeiro (EUA e Europa) estão criando o “seu” terceiro. Aquele, pela miserabilização – que o governo Obama tenta corretamente conter – de enormes parcelas de sua população. Esta, pela adoção, pelo conservador Consenso de Bruxelas, manu econômica, das mais conservadoras receitas do Consenso do Washington, via intervenção do FMI na zona do euro.

2) Citando pela não-sei-quanta-centésima-vez o infeliz episódio do nosso querido e grande poeta Castro Alves, saiu-se gente a dizer que o voto contrário do Brasil às sanções sobre o Irã na ONU foi “um tiro no pé”. Me desculpe o autor de mau gosto da metáfora sem gosto: só se o tiro foi no pé de dona Hillary. Mas guardemos as proporções: “tiro” é demais. Digamos que o voto brasileiro – junto com o da Turquia – no Conselho de Segurança foi uma “pedra no sapato” da política que tenta segurar o lobby judeu a seu favor nos EUA diante de uma eleição a perigo no fim do ano, e aplacar os falcões norte-americanos que herdou de Condoleeza Rice no Depto. de Estado, Pentágono, CIA, etc., além dos que promoveu.

“Pedra no sapato”? Sim, porque a Turquia é o aliado na OTAN mais a leste desse protetorado norte-americano que se chama Europa. Através de uma ponte, ela extrapola a própria Europa, e vai em direção aos contenciosos da Ásia. Sem Turquia, os norte-americanos ficam sem ponte para o vasto continente onde têm também vastos interesses – entre eles o de cercar a Rússia. E sem o Brasil, os Estados Unidos não vão a lugar nenhum (a não ser às suas bases na Colômbia) na América do Sul. Bom, mas for o Brasil da aliança tuca-dema, aí os Estados Unidos irão longe.

O vazio do discurso dos que tentam desqualificar a visão da diplomacia brasileira como “imatura” (!!!???) ficou mais patente depois da contradição entre uma afirmativa de algum funcionário do Departamento de Estado (apresentada nas manchetes como “Os Estados Unidos reprovam"...) de que os Estados Unidos viriam como inaceitável que o Brasil vendesse etanol ao Irã, e a asserção russa de que as tais de sanções não impediriam a venda de mísseis S-300, fundamentais para que o país defenda suas instalações nucleares, ao Irã. Sem falar que os maiores parceiros comerciais do Irã, além da Rússia e da China, estão na União Européia.

Como entender essa cegueira parcial para o mundo, além, evidentemente, da falta de uma consulta bibliográfica adequada sobre a diplomacia brasileira e sua história?

É que aos arautos da nossa “élite” sequiosa de benesses, benefícios e subsídios para os seus supérfluos, assalta um “complexo de carcará”.

O carcará, ave do nosso sertão, é um parente distante dos falcões. Ah, os falcões, esses velozes e mortais caçadores das aristocracias d’Europa... Não os temos. Mas temos os carcarás. São aves pequenas, que vivem de atacar insetos, roedores, preás, e filhotes pequenos de animais grandes, como porcos, bovinos, etc. São a metáfora perfeita para os nossos roedores na política internacional. Inclusive porque o carcará também é um devorador de carniça, e vive na esteira dos urubus.

É mais ou menos isso que esses arautos da subserviência nos desejam, quer dizer, para as “élites” que defendam. O que nos cabe nesse mundo “mal dividido” é comer os sobejos da potência que domina o nosso hemisfério e o mundo. A gente podia chamar isso também de “complexo do beija-mão”. Beija-mão da potência, claro, porque por aqui, o que essa “élite” gosta mesmo é do “beija-anel”, porque a mão já perdeu faz tempo.

O mundo mudou. O carcará já foi um ícone da esquerda brasileira. “Carcará, pega, mata e come! Não vai morrer de fome!” E aí vinha algo assim como que ele ataca os borregos e segura “no umbigo até matá”. E que tinha “mais corage do que home”. A canção era bonita, a metáfora nem tanto. Até porque, tudo bem pesado, naquela época os carcarás eram “eles” e os borregos éramos nós.

Mas enfim, a metáfora hoje se ajusta a essa crosta da sociedade brasileira, mídia conservadora e seus arautos incluídos, que pensa que nossa inserção no mundo deva ser a de ajudar a explorar mais os já explorados e oprimidos, os países menores nossos vizinhos, aliados a uma subserviência mundial que garanta a idéia de que política, internamente, é coisa para quem preza apenas a ascendência européia da nossa cultura, apesar de quantos pés na cozinha, na oca e em outros lugares assumamos ter.

Finalmente, só me resta pedir desculpas ao carcará, ave nobre do nosso sertão, que ajuda a manter o equilíbrio do nosso biossistema com a galhardia dos resistentes, por tê-lo usado como metáfora para descrever mentalidades tão avessas à análise reflexiva quanto chegadas ao amor pelos privilégios.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Toninho Malvadeza

Por sugestão do amigo e crítico e cinema Daniel Souza Luz, do blog Humano Obsoleto, posto esse vídeo onde Toninho Malvadeza, o todo poderoso senhor da Bahia entre as décadas de 1960 e 2000 trata de maneira ultrajante um jornalista que teimava em não rezar de sua cartilha.

O vídeo expõe de maneira límpida a forma como os coronéis agem no interior do Brasil. Embora o fato tenha ocorrido no longínquo 1986, infelizmente continua a ser corriqueiro em cidades pequenas e médias do país afora, onde a liberdade de expressão não passa de conversa pra boi dormir, jornais são comprados e jornalistas perseguidos com processos judiciais infundados ou veem a cabeça a prêmio ¬– no sentido figurado ou no pé da letra.

domingo, 6 de junho de 2010

Final de feriadão

O feriadão chega ao final. Então antes de voltar ao batente para ganhar o pão nosso de cada dia, vamos curtir um pouquinho de Rolling Stones, Moonlight Mile – já escrevi uma vez que essa música é uma das mais lindas que conheço – e o trailer do filme homônimo dirigido por Brad Silberling onde este conseguiu reunir um elenco pra lá de excepcional. Dustin Hoffman, Jake Gyllenhaal, Susan Sarandon e Holly Hunter dentre outros nomes participam desta produção de 2002.


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Debaixo dos Panos

Por Lucas Rafael Chianello, no Além da Grande Mídia

Assim como cantava Raul Seixas, em Poços de Caldas implantou-se um dicionário da censura, baseado na prejudicial tradição coronelista que sempre pisoteou os interesses maiores da população do município. De 2005 pra cá, tudo é decidido em gabinetes, de tal forma que somente os administradores e seus amigos são contemplados com as medidas tomadas pela liderança do atual prefeito e seu antecessor.

Palavras e conceitos como partipação, povo, democracia participativa, debates de ideias e até mesmo o verbo escutar foram riscados do dicionário político poçoscaldense. Na verdade, nunca foram utilizados, exceto num período em que uma forma de governar diferente foi escolhida pelo eleitorado. Porém, num contexto histórico em que cada vez mais se descobre que a democracia é uma ebulição de ideias, cada vez mais a atual administração se encontra oposta à modernidade democrática.

O caso mais recente é o dos servidores públicos municipais. Do dia pra noite decidiram que o regime jurídico mudaria de celetista para estaturário. Para inibir o censo crítico dos funcionários municipais, visita-se os setores da Prefeitura com meias promessas dos benefícios que teriam o novo regime jurídico. Ainda sim, tamanha é a vocação coronelista dos que se dizem bons de coração que questionamentos do magistério se tornam motivos para atribuir-lhes a alcunha de sem educação.

Audiência públicas são uma farsa. Conforme já apuramos de alguns servidores comissionados, eles são OBRIGADOS a estarem presentes. O objetivo é claro: lotar a Câmara Municipal, costumeiro local das audiências, para que elas pareçam legítimas.

É desta forma que se faz política em Poços de Caldas atualmente: enfiando goela abaixo da população a vontade dos coronéis e bons de coração, ao invés de conversar com o povo sobre seus problemas e as soluções para eles.

Lucas Rafael Chianello,além de bacharel em Direito, jornalista e critico de Formula 1, é também grande amigo e companheiro de lutas aqui em Poços de Caldas.