Por Tiago Barbosa Mafra
Nobre vereador: em uso da tribuna da Câmara Municipal na Reunião Ordinária de 25/03/2014, o senhor vereador afirmou que acha “estranho”cargos de confiança da administração municipal se manifestarem na presença do governador, impedindo que os discursos fossem ouvidos, sendo que o “chefe” (prefeito) estava recebendo o mesmo.
Primeiramente senhor vereador: um governo que não acata a pauta da educação, que finge pagar o piso nacional através de subsídios, que congela a carreira dos servidores da educação, que não consegue manter a merenda dos alunos em dia e que por fim, não dialoga e entra pela porta dos fundos, não merece mesmo ser ouvido. Estávamos lá para demonstrar realmente qual é o tipo de compromisso que este governo tem com o povo de Minas Gerais e com a educação. E fiz questão de furar a segurança e expor um cartaz de protesto de frente ao governador.
Segundo: meus Camaradas Hudson Luiz Vilas Boas, Clayton Gonçalves,Vanessa Barzagli e eu, antes de cargos comissionados, somos militantes, membros do PT e atuantes em movimentos sindicais e sociais. Os governos passam, mas a militância permanece. Não há cargo e nem cerimônia que silencie a indignação frente a um governo que não se sensibiliza com uma greve de 112 dias como foi a dos profissionais da educação em Minas. O que há em curso é um desmonte do aparato da educação, uma desmobilização da categoria, uma fragmentação conduzida pelo governador do seu partido. Portanto é necessário relembrar a frase de Gramsci que diz que viver é tomar partido. Nós tomamos partido da educação e de seus profissionais e alunos. O senhor parece ter tomado do lado contrario.
Por fim, não há que haver estranheza em relação a nossas ações. Fomos forjados assim e continuamos em construção dentro do Partido dos Trabalhadores, dos movimentos sindicais e sociais e permaneceremos lá mesmo quando este governo findar. Estranheza deve haver com um governo que não cumpre o mínimo constitucional para a educação há anos; estranheza deve haver quando alunos ficam sem refeição nas escolas estaduais; estranheza deve haver quando patrimônios públicos são restaurados com dinheiro público e entregues à iniciativa privada.
Esta é minha resposta nobre Vereador: não se dá ouvidos e não devemos deixar ressoar a voz daqueles que não consideram os movimentos sociais e suas pautas. Que o ano de 2014 seja o fim do desmonte que o seu partido promove em Minas Gerais.
“Ser professor e não lutar é uma contradição pedagógica”
Tiago Barbosa Mafra é professor de Geografia na Rede Municipal de Ensino e no curso pré-vestibular comunitário Educafro.
tiago.fidel@yahoo.com.br
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