"Lula e Congresso Nacional nomeiam Daniel Dantas primeiro-ministro".
Pelo andar da carruagem não estamos muito longe disso. Assim Lula permanecerá no Palácio do Planalto por mias uns quatro anos além de 2010 e deixará de aturar a grande imprensa sob o signo do PIG.
A forma como Dantas vem conduzindo uma investigação que a principio seria contra ele próprio e a metamorfoseou em uma investigação contra instituições republicanas, é digno de uma obra de Kafka ou do surrealismo de Felini. No processo de Dantas, fazendo um paralelo com o Processo de Franz Kafka, o delegado da polícia federal Protógenes Queiroz e o juiz Fausto De Sancts, tornaram-se réus sem conhecer o conteúdo da acusação ou sequer do que são de fato acusados. O Senhor K, personagem criado pelo celebre autor tcheco, é julgado nos porões de um sistema de horror e totalitarismo para sem conhecer o veredicto final ser condenado à pena capital. No caso do processo de Dantas, o megaempresario saí da condição de réu direto para a de inquisidor.
Claro, não se dá ao trabalho de fazer isso explicitamente, bastar acionar sua bancada pluripartidária na Câmara e no Senado, convocar seus servidores ao longo da Esplanada dos Ministérios ou dentro do Palácio Planalto e clamar por súplica a algum amigo do peito e irmão camarada no STF. Antes disso, pavimenta todos os movimentos através do rolo compressor da grande mídia – Veja, Folha, Globo e congêneres – todos, lógico, regiamente pagos. E o governo Lula recebe o beijo do vampiro.
Mas Lula venderá a alma ao diabo se for preciso – caso já não a tenha vendido em 2002 e selado o pacto com Carta ao Povo Brasileiro – a fim de manter-se no poder para além de 2010 e continuará a fingir-se de cego que não sabe o quanto à elite branca o odeia por sua trajetória política e pessoal. Lula com todos as suas contradições – e o governo Lula está repleto de contradições – representa, ainda que de maneira muita tortuosa, uma quebra de paradigma que causa horrores à elite branca. No entanto Lula, ou não deu ou não quer dar-se conta desse fato. Como diz um ditado bem popular cá em Minas, “o pior cego é aquele que não quer enxergar”.
Mas voltando ao processo de Dantas , ainda não sei se seria roteiro melhor para literatura de Kafka ou se para cinematografia de Felini, todavia o certo é que agora rico não pode mais ser algemado, o delegado Protógenes e o juiz De Sanctis se transformaram em vilões covardes que não tiveram pudor em utilizar o aparato estatal para perseguir um indefeso megaempresario.
Gilmar Mendes tornou-se baluarte da justiça e democracia, além de paladino dos direitos individuais, tudo isso ao mesmo tempo em que, ele próprio também é vítima de uma conspiração da PF ou da Abin – ainda não decidiram em quem colocar o culpa nesse caso – ao lado do nobre – só Deus sabe o quanto me custa escrever esse “nobre”, mesmo de forma irônica – senador Demóstenes Torres.
E quem denunciou a conspiração e a trouxe a luz da verdade sem possuir prova alguma? Não poderia ser outro veículo senão o panfleto antilutas populares “Veja”.
Outras personagens de destaque nessa trama surreal são o deputado federal Raul Jungmann – aquele mesmo acusado de desviar 33 milhões de reais enquanto ministro da reforma agrária de FFHH – e para variar Arthur Virgilio no incansável papel de meretriz a beira dum ataque de nervos e cheia de faniquitos. Por último o ministro tucano da defesa do governo Lula, Nelson Jobim, posto no cargo justamente para defender os interesses da oposição e agora nomeado por Daniel Dantas como advogado de defesa.
Como desfecho kafkaniano e surreal para o imbróglio sugiro a prisão tanto do juiz Fausto De Sanctis quanto do delegado Protógenes Queiroz e a pena de trabalhos forçados nas empresas de Daniel Dantas. A Gilmar Mendes a elevação de oráculo da democracia. Já Daniel Dantas seria nomeado primeiro-ministro, uma vez ser possuidor duma bancada grande e com nomes de peso – que o diga Heráclito Fortes – ademais conta com a simpatia, omissão e conivência do governo Lula.
Ah!!! e claro, ao nosso presidente restaria o fim do limite de dois mandatos consecutivos para o executivo federal, uma vez que não faz sentido tal limite quando o governo não passa de fantoche dos interesses burgueses.
Um comentário:
DESTRINCHANDO O “PROCESSO” BRASÍLICO
“Lula e Congresso Nacional nomeiam Daniel Dantas”...
Assim começa o mais recente comentário do Sr. Hudson, insigne sociólogo e professor em uma cidade que parece existir somente em sonhos dos que vivem fora do país chamado Brasília. Somente lá na capital federal poderiam acontecer os mais absurdos imbróglios na esfera do Judiciário. Mas com o acima mencionado Daniel Dantas como Primeiro-Ministro do governo Lula – por este “nomeado”, para não deixar dúvidas, e mais, com o aval do Congresso – tem ele todo poder, em todas as esferas políticas, de inverter o “Processo”, tipo Kafkaniano, no qual ele passa de réu ao posto de manda-chuvas e os personagens Protógenes Queiroz e Fausto de Sancts – o primeiro delegado da Polícia Federal e o segundo, Juiz, nesta ordem – de homens da Lei para a marginalidade. Duas obras de Kafka podem ser inseridas ao contexto: A METAMORFOSE, quando se dá a inversão de valores e de posição, e O PROCESSO, quando se dá a passagem de ambos os homens da Lei para a clandestinidade, transformando-os em réus sem, contudo, conhecerem o conteúdo da acusação. Seria como se tirassem a donzela de Donremy – burgo medieval francês – de acusada de heresia a acusadora, colocando-a a cabeça do Tribunal de Inquisição da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Não seria um drama digno de um Kafka? Lula, nessa grande farsa de nossos tempos, sem cerimônia, seria o advogado do Diabo – intocável, apesar de tanto “ódio que lhe pesa da elite branca por sua trajetória política e pessoal” (copio o autor, mas gostaria de ser o dono da frase). Porém, como o desavisado Lula não sabe de nada, não enxerga a um palmo do nariz, é capaz de ele ignorar esse ódio que lhe devotam os que ele acredita estarem satisfeitos com o andamento dos fatos do Palácio e do Judiciário. Ledo engano! Diz a nossa Constituição que todos são iguais perante a Lei, mas nada valida essa assertiva. Os de colarinho branco, os muito ricos, os executivos e outra raia graúda, apanhados em delito (não em flagrante), não devem nem podem ser algemados. É coisa fresca, muito nova. Por que sujeitar um bandido “chic” ao constrangimento de uma pulseira dupla? Ao menos fosse ela de ouro! Mas, ainda assim... Sei não. Estarão tendo visões de um futuro perdido no Limbo da Justiça Divina e humana?
Sendo, como já disse atrás, advogado do Diabo não precisará vender sua alma ao Demo, que já a paga regiamente, para tudo aceitar em favor dos “endemoniados” tomarem conta do vazio que há em sua poltrona, pois vive no “mundo aéreo” das viagens internacionais. E que fique por aqui o teatro saltimbanco a dar espetáculos como esse do Judiciário e do conluio entre Gilmar Mendes e do “nobre” Demóstenes Torres, o valente senador que está sempre em evidência ao ocupar a tribuna daquela Casa, onde deveriam ser feitas as Leis iguais a todos. E, como cabeça do Supremo, já declarou que não irá à CPI do grampo porque esta é a orientação que recebem (De onde e de quem?).
De Raul Jungmann e de sua mão leve, não quero nem tocar. Dá-me nojo, de revolver meu estômago delicado acostumado a iguarias mais leves. Arthur Virgilio meu amigo Hudson? Ah! Como diz você: histerismo puro! Não me esquece a sua passagem no governo FHC. Chego ao raciocínio lógico de que aquele ex-presidente e o atual são como unha e sabugo, pois não serve ao ex-metalúrgico (entre esses apontados não há ódio contra o barbudo Lula), hoje presidente da república, um Jobim e o líder do governo no Senado, antigo vassalo de FHC?
Pois não é assim o surrealismo de Felini no “Processo” que corre solto no lupanar de Brasília? Eta! Um Brasil bom de tudo o que não presta, em primeiríssimo lugar! Baixemos a cortina sobre a boca do palco da devassidão, dos escândalos, dos “não sei e nem sabia” dos roubos (não rombo) na Previdência, dos gastos exorbitantes nos cartões corporativos, dos mensalões e dos grampos – esta a mais nobre arte da técnica em favor dos alcoviteiros de plantão. Eta, fuminho bão!
Morani
Postar um comentário