Estudantes, professores, pais e mães ocuparam esta
quinta-feira as ruas de várias cidades espanholas em protesto contra as medidas
de austeridade impostas no setor da educação
Após uma greve de três dias inserida numa semana de luta estudantil, que
também foi marcada por manifestações e assembleias, milhares de estudantes,
professores, pais e mães concentraram-se, em Madri, contra os cortes de 4
bilhões de euros na Educação, o aumento das mensalidades universitárias, o
aumento do horário letivo dos professores e a demissão de 50 mil docentes, que
foram impostos pelo governo espanhol.
(Foto de Jan Slangen/Flickr)
Os cerca de 100 mil madrilenos que participaram no protesto, convocado
pelo Sindicato de Estudantes e pela Confederação de Associações de Pais e Mães
de Alunos, contestaram ainda as medidas de austeridade implementadas na
Comunidade de Madri na área da Educação, como, por exemplo, o corte de 10
milhões de euros em refeições escolares e a substituição dos apoios para
compras de livros por um sistema de empréstimo.
Ao som de palavras de ordem como “Por uma Educação pública de tod@s e
para tod@s” e “¡Se não há solução, haverá Revolução!”, a marcha, que começou na
Praça Neptuno e passou pelo Ministério da Educação, juntou-se, na Praça do Sol,
ao protesto dos trabalhadores do Metro de Madrid e da Empresa Municipal de
Transportes. No local, um grupo de estudantes da Real Escola Superior de Arte
Dramática realizou uma performance para ilustrar as
consequências da austeridade no setor e assinalar a sua intenção de continuar a
luta contra as medidas impostas pelo executivo de Mariano Rajoy.
“Vivam os radicais e abaixo os ultras”
Francisco García, secretário geral da Federação de Ensino das CCOO de
Madrid, sublinhou, durante o protesto, que os estudantes não se importam que
lhes chamem “radicais”. “Sim somos radicais e extremistas em defesa do ensino e
dos direitos dos cidadãos, já o ministro é um ‘ultra espanholista’, um ultra
liberal e um ultra conservador”, avançou García. “Então, sim, vivam os radicais
e abaixo os ultras”, salientou, respondendo às afirmações do ministro da
Educação espanhol, que afirmou que a convocatória da iniciativa “estava
inspirada em supostos da extrema esquerda radical e anti sistema”.
O protesto, durante o qual foi feito um apelo à mobilização para a Greve
Geral de 14 de novembro, contou com a presença dos sindicatos UGT, CCOO e STES,
bem como de Cayo Lara, representante da Izquierda Unida.
Manifestações em várias cidades espanholas
Realizaram-se ainda protestos contra os cortes na Educação em
várias outras cidades do estado Espanhol, tais como Barcelona, Valência e
Granada.
Conforme avança a Confederação Intersindical Galega, tiveram lugar, esta
quinta feira, 23 manifestações contra os cortes na Educação nas principais
cidades e vilas da Galiza.
Na Corunha, os alunos de Arquitetura da Universidade da Corunha
encerraram a faculdade.
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