quinta-feira, 6 de maio de 2010

Athens Calling

Ao ver os últimos acontecimentos na Grécia lembrei-me da letra de London Calling, do Clash. Realmente já há algum tempo, desde 2008 pelo menos, que a Grécia parece ser um barril de pólvora prestes a explodir. FMI e Comunidade Europeia têm trabalhado a fim de evitar tal explosão, mas até quando conseguirão contê-la?

Greve geral com confrontos na Grécia

Fonte: Esquerda Net - Portugal

O dia de greve geral na Grécia contra o plano do FMI e do governo fica marcado pela forte adesão e pelos confrontos. Na capital, os protestos juntaram 100 mil pessoas, com vários grupos a enfrentarem a polícia junto ao parlamento e em muitos outros pontos da cidade.

Ao fim da manhã de quarta-feira, foi divulgada a notícia da morte de três pessoas durante um incêndio num banco no centro de Atenas. Apesar do responsável pela polícia não ter apontado as causas, a imprensa internacional afirma que o incêndio ocorreu após um ataque com cocktails molotov lançados para o interior do edifício.

Logo pela manhã, cerca de 100 mil pessoas manifestaram-se em vários pontos da capital grega em protesto contra as medidas de austeridade negociadas pelo governo, FMI e Banco Central Europeu. O centro de Atenas converteu-se no palco de confrontos com a polícia, lançamento de cocktails molotov, muitas montras partidas e graffitis apelando à resistência contra as medidas do governo de Giorgos Papandreou.


Membro da Juventude Comunista Grega explica os motivos da greve geral


O protesto alastrou a outras cidades, como Salónica, onde se manifestaram 20 mil pessoas e se registaram igualmente confrontos com a polícia grega.

A greve está a ter uma grande adesão, com a paragem dos transportes aéreos, marítimos e ferroviários, bem como da maioria das escolas e serviços públicos. Também a imprensa aderiu a esta greve geral, interrompendo os serviços noticiosos de rádio e TV. Em Atenas, os transportes públicos funcionaram com horário reduzido, de modo a permitir a chegada dos manifestantes aos locais dos protestos convocados pelas centrais sindicais no centro da cidade.

"Este comício teve o dobro das pessoas do maior comício alguma vez realizado na Grécia", disse Spyros Papaspyros, do sindicato da função pública ADEDY. "Amanhã à tarde vamos protestar em frente ao Parlamento e se o governo não nos ouvir, pode contar com mais acções de luta na próxima semana", acrescentou o sindicalista citado pelo Wall Street Journal.

O plano do FMI para financiar a economia grega, avaliado em 110 mil milhões de euros, prevê medidas de corte na despesa pública grega no valor de 30 mil milhões, atingindo fortemente os salários e as pensões, a subida imediata do IVA para 23% e a liberalização das leis laborais. O parlamento vai votar esta quinta-feira o pacote de austeridade do governo socialista.


Clipe de London Calling - The Clash

Um comentário:

Blog do Morani disse...

Acompanho a situação na Grécia e especialmente em Athenas onde estão os focos grevistas e as principais células da sociedade do país. A aviação comercial já aderiu totalmente; os transportes em geral, idem.
Pois é sempre a mesma situação: os governos gastam sem limítes, endividam-se, desviam verbas, gastam-se fortunas com a politicagem geral e depois é o povo que tem que pagar as contas. Ai só há uma solução: cortes aqui e acolá, previdência atingida de forma brutal, salários e outros cortados drasticamente, aumento de impostos, preços reajustados para cima. O povo grego está dando uma lição aos demais povos do mundo de como não aceitar ou se revoltar contra governos pífios, dando-se as mãos uns aos outros sem correr da raia! Enfrentando o aparato militar dos governos, que só não os coloca para o combate ao narcotráfico e aos corrutos. Mais uma vez o povo paga as contas, ou pretendam que pague. Portugal começa a ir pelo mesmo caminho e a Espanha, idem. O pavor desses "governos" é que isso se espalhe por toda a Europa e atinja a outros países fora daquele Continente do euro. A marola pode virar onda. E quem escapa a um "tsunami" econômico? Em 1929, a sopa aos desempregados e outras infelizes vítimas do crack da Bolsa de N.York ia de Washington a Wingham Street em Londres. Tudo pode se repetir porque a História tende a evolver aos ciclos que a abraçam. Apenas 11 anos separaram as duas Grandes Guerras e ambas de resultados letais à Humanidade. A depressão de 1929 teve os mesmos resultados de uma Guerra Total.
Onde o foco do incêndio que se espalha por toda a Grécia e já tenta atingir outras nações européias? Que cada governo reflita melhor e mais profundamente por melhor que se ache o mais conveniente, o mais de acordo às modernas exigências das forças econômicas e sociais de outras nações. Cada qual afeita às suas características internas e à personalidade de seu povo.