terça-feira, 10 de agosto de 2010

Um vice que dá orgulho

O tal Índio da Costa simplesmente sumiu de cena – ou teria sido retirado de cena? – e Michel Temer, por ora, cumpre ritualisticamente o que se esperava dele. Discrição.

O tempo passou, Temer foi o escolhido a vice e não escrevi nada sobre o assunto. De forma breve e seca escreverei. Já que o PT optou por uma aliança nacional com o PMDB – algo impensável por ambas as partes há alguns anos – o ideal seria alguém do chamado PMDB histórico, de tendência esquerdista e que somasse votos. Não há dentro do PMDB alguém que melhor reúna tais predicados que Roberto Requião. Mas Requião não conta com o apoio incondicional dos caciques peemedebistas – Sarney e Calheiros à frente –, portanto seu nome nunca foi de fato considerado para ocupar o posto de vice-presidente.

Já Michel Temer é desde sempre visto como um político ponderado e capaz de aglutinar em torno de si os diversos interesses que formam o PMDB, um partido cartorial. Contra Temer corre o fato de ter sido presidente da Câmara dos Deputados entre o fim do primeiro mandato e o inicio do segundo mandato de FFHH, período onde se consumou a privataria e a escandalosa emenda da reeleição. A favor está o tom moderado, a capacidade – já citada antes – de unir o PMDB e a reputação ilibada, não obstante pertença a um partido sempre presente em escândalos de corrupção.

Todavia, não é sobre Michel Temer e menos ainda sobre Índio da Costa que quero escrever hoje. O que me motivou a escrever sobre candidatos a vice é o desenrolar da campanha em Minas.

Aqui o candidato à vice de Hélio Costa nem é escondido e nem se espera que seja discreto. Muito pelo contrário. Patrus Ananias está de forma bem mineira se tornando uma das peças principais da campanha. Matéria publicada hoje pelo jornal Valor mostra como o ex-ministro do Desenvolvimento Social vem ocupando lugar de destaque, tanto na disputa pelo Palácio da Liberdade quanto na coordenação de Dilma Rousseff no Estado. Patrus coordena também o programa de governo de Hélio Costa e em todo o material de campanha de Costa, o nome do petista tem destaque igual ao do peemedebista (o sítio da campanha se chama Hélio+Patrus). Num eventual governo PMDB-PT, Patrus deverá ficar responsável pela área social.

Quando Patrus aceitou a condição de candidato à vice na chapa de Hélio Costa escrevi que talvez isso desse alento aos militantes petistas, muitos inconformados em não ter o número treze como opção para o governo, e que Patrus é um destes homens que enobrecem a vida pública e nos faz orgulhar de ser mineiro.

Em minha modesta opinião Patrus Ananias está fazendo justamente aquilo que se poderia esperar de alguém com a sua envergadura, ser um candidato à vice presente e ao mesmo tempo aglutinador e multiplicador.

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