terça-feira, 15 de novembro de 2011
Música de Feriadão – Especial Oasis
Arrogantes, esnobes, infantis, mimados, ególatras, mauricinhos, plagiadores. Esses são os adjetivos frequentemente usados para definir os irmãos Gallagher. Além, claro, de idiotas pela chata insistência que os próprios Gallagher têm em se comparar aos Beatles. E mesmo quando a discussão vai para o que realmente deveria importar, a qualidade da musica que produzem, a conversa parece não mudar de rumo: “o que matava o Oasis é os Gallagher serem tão arrogantes, esnobes...”.
Será???
Num cenário musical tão pasteurizado onde o bom-mocismo e o politicamente correto se tornaram regra (vide Coldplay, U2 e congêneres), o Oasis fugia a regra e era um suspiro do que ainda podia existir do espirito transgressor e provocador do Rock. As constantes brigas entre Noel e Liam ¬– tanto fora quanto em cima dos palcos – e suas declarações polêmicas denotavam justamente tal espirito avesso às convenções.
E, ao contrário do que muitos imaginavam, os desentendimentos públicos entre os irmãos não se tratava, meramente, de quererem chamar a atenção para si numa estratégia de autopromoção. Prova disso são algumas passagens ocorridas em 1996 e que entraram para o repertorio de polêmicas da banda.
Pouco antes da gravação dum MTV Unplugged, Liam, já nos camarins, alegou não ter condições de se apresentar por conta de uma suposta irritação na garganta, deixando com Noel a responsabilidade pelos vocais. Não demorou muito para Noel divulgar que Liam assistira a apresentação se esbanjando na cerveja e nos charutos. Poucos dias depois Liam deixou novamente o Oasis na mão ao se recusar a acompanha-los numa turnê pelos EEUU. Dessa vez alegando precisar de tempo para arranjar uma nova casa. Quando Liam finalmente resolveu se unir a banda, Noel teve a oportunidade de dar o troco e voltou para a Europa. Acho que não preciso dizer como os fãs ficaram putos com esses fatos. Tudo isso, afinal, não me parece ser uma boa jogada de marketing!!!
Mas vamos à carreira musical. As letras não muito trabalhadas por um lado e de outro a capacidade de Noel em transpor para o terreno musical sentimentos e coisas do cotidiano se tornaram hinos na voz de plateias em todo o mundo e o Oasis rapidamente se tornou a queridinha do público britânico. Uma estreia de arrebentar e milhões de álbuns vendidos depois fizeram o Oasis assumir a invejável posição de principal banda de Rock após a morte de Kurt Cobain.
Os três primeiros álbuns Definitely Maybe (1994) – que ostentou durante doze anos o posto de álbum de estreia mais vendido da história do Reino Unido –, (What's the Story) Morning Glory? (1995) – mais de 23 milhões de cópias vendidas em todo o mundo – e Be Here Now (1997) foram responsáveis por colocar o britpop no topo das paradas dos dois lados do Atlântico criando uma áurea mágica em torno da banda e elevando merecidamente Noel, o mais velho dos Gallagher, a condição de gênio.
Em 1998, apenas quatro anos após seu debute, o Oasis já lançava uma coletânea com 14 faixas só de b-sides, The Mastreplan, e logo essa coletânea se tornaria uma das mais cultuadas de todos os tempos.
Os anos 2000 e os álbuns seguintes não deram ao Oasis o mesmo sucesso da década e álbuns anteriores, contudo ainda continuaram como referência, os shows ainda atraiam multidões e em cima do palco a presença e energia da banda era a mesma – Familiar to Millions, gravado em Wembley em 2000, é dos meus discos ao vivo preferidos – e mesmo com álbuns abaixo daquilo que haviam mostrado antes, conseguiam trazer no mínimo três ou quatro hits.
Pena que a disputa de egos levou o Oasis ao fim após quase vinte anos de uma relação conturbada, porém, a de maior sucesso da música pop pós Nrivana.
Atualmente Liam e o que restou da última formação da banda formaram o Beady Eye e estão em turnê de divulgação do primeiro álbum do grupo Different Gear, Still Speeding, lançado em fevereiro desse ano, enquanto Noel acaba de lançar no Reino Unido Noel Gallagher`s High Flying Birds, seu primeiro trabalho solo.
Quem sabe, para o bem da música e deleite dos fãs, Noel e Liam deem um tempo em seus projetos em separado (e brigas via imprensa) e voltem a subir juntos no mesmo palco. Nem que seja apenas para comemorar os vinte anos de Definitely Maybe. O mundo da música agradeceria.
Discografia:
Álbuns de Estúdio
Definitely Maybe (1994)
(What's the Story) Morning Glory? (1995)
Be Here Now (1997)
Standing on the Shoulder of Giants (2000)
Heathen Chemistry (2002)
Don't Believe the Truth (2005)
Dig Out Your Soul (2008)
Ao vivo
Familiar to Millions (2000)
Coletâneas
The Masterplan (1998)
Stop the Clocks (2006)
Time Flies... 1994-2009 (2010)
Última formação
Liam Gallagher - Voz
Noel Gallagher - Guitarra e Voz
Gem Archer - Guitarra
Andy Bell - Baixo
Chris Sharrock – Bateria
Antigos integrantes
Tony McCarroll - Bateria (1991-1994)
Paul Arthurs - Guitarra (1991-1999)
Paul McGuigan - Baixo (1991-1999)
Alan White - Bateria (1995-2004)
Zak Starkey - Bateria (2004-2008)
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