sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Discussão sobre a Educação


Por Yuri de Almeida Gonçalves

Por incrível que pareça após a redemocratização, a Educação no Brasil passou por um processo de sucateamento. Isso aconteceu por vários fatores, mas principalmente porque a política educacional acompanhou a implantação do neoliberalismo no país. Houve uma privatização da política estatal, minimizando o Estado e sua responsabilidade para com a Educação e instrumentalizando o Estado para com o capital e as corporações capitalistas.

Houve no Brasil, e isso é claro, uma desregulamentação das políticas públicas, inclusive a educacional. Em consequência, o foco da educação, que já não era formar cidadãos críticos e conscientes das nossas realidades social, política e econômica, se distanciou ainda mais daquilo que os profissionais da educação entendem como “educação de qualidade”.

Não podemos esquecer da descapitalização que a educação sofreu durante muitos anos. Falta dinheiro para o ensino de qualidade. As Secretarias Institucionais de Educação não têm condições para aplicar educação integral e os salários dos professores chegam a condições vergonhosas. Hoje o Brasil aplica menos de 5% do PIB nacional em Educação e o novo PNE define a meta de 7%. Contudo, 10% do PIB para a Educação é o mínimo para um país que deseja se desenvolver econômica e socialmente.

Órgãos internacionais como a ONU utilizam estatísticas para medir o avanço e incentivar a educação nos países emergentes e subdesenvolvidos. Mas no Brasil a Educação se tornou refém das estatísticas, pois os números são manipulados na base para indicar alto nível de aprovação, enquanto a qualidade do aprendizado está debilitada. As provas externas dos governos federal e estadual têm demonstrado que falta conteúdo a nossos alunos, que mal conseguem interpretar um texto.

Não obstante, a temática “qualidade de educação” tem sido discutida em todo país por sindicatos, movimentos sociais, no congresso nacional e também no Ministério da Educação. Contudo, essa discussão deve partir da base, isto é, de quem está na sala de aula, por quem está com o giz na mão, do professor.

Diante disso, em Poços de Caldas, o Sinpro Minas (Sindicato dos Professores de Minas Gerais) em parceria com SindUTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais), o SAAEMG (Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar de Minas Gerais), o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Poços de Caldas) e o Educafro farão um bate papo sobre o novo PNE (Plano Nacional da Educação). O objetivo é chamar os profissionais da educação para discutir a educação em nosso país.

Defendemos uma educação de qualidade que corrobore para construção de uma civilização brasileira crítica e democrática e para isso todos devem se envolver no processo de luta.

Yuri de Almeida Gongalves, Professor das redes pública e particular de Poços de Caldas

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