Se alguém na mais pura ingenuidade ainda conseguisse a façanha de continuar crendo que a mídia oligopolizada não tem partido, essa crença ingênua se desfez nos últimos dias com o muro de silêncio em torno do livro de Amaury Ribeiro Jr.
E, ora, não se trata de afirmar se o que está no livro é ou não verídico ou se o livro é bom ou ruim. Afinal a mesma mídia oligopolizada que se silencia sobre o livro do jornalista mineiro não cansa de levantar “suposições” – ou como diz o todo-poderoso diretor de jornalismo da tv Globo Ali Kamel, testar hipóteses – quando o assunto lhe interessa. Noutras palavras: quando a denúncia (embasada ou não) serve pra atacar o governo petista e seus aliados.
A forma vergonhosa e canhestra como a mídia oligopolizada (não) está tratando o livro “Privataria Tucana” é a mesma como trata os inúmeros pedidos de CPI barrados na Assembleia Legislativa de São Paulo ou como trata os sucessivos atos autoritários perpetrados em Minas por Aécio Neves e seu boneco de ventríloquo Antonio Anastasia. Ou então, voltando um pouco no tempo, o confronto entre PMs e policiais civis às portas do Palácio dos Bandeirantes, fato que de tão inusitado a mídia não pôde esconder, mas tratou-o da maneira mais superficial o possível e rapidamente retirou da pauta.
Agora dando um rápido giro por alguns sites e blogs me deparei com essa declaração de Dora Kramer no Blog do Noblat:
“Na hora do escândalo é que se enxerga com mais nitidez a divisão: no governo há os ministros do PT e há os outros.”
Obviamente que a colunista do Estadão fazia referência às denúncias que têm recaído sob o ministro do Desenvolvimento e ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel.
Bom, já não bastasse o silêncio ensurdecedor sobre “Privataria Tucana”, Dora Kramer faz questão de gritar em alto e bom som qual o objetivo do denuncismo (seletivo) da mídia oligopolizada – ou como diria Antonio Gramsci do Partido do Capital: desestabilizar a base aliada, isto está suficientemente claro na coluna de Dora Kramer, engessar o governo e servir como condutora da oposição farisaica.
Será que ainda tem gente crendo que dentro dum sistema no qual tudo é mercadoria possa haver de fato uma “imprensa livre, independente, imparcial e isenta”???
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