*Por Tiago Barbosa
Mafra
Em comunicado propagado nos
meios de comunicação da cidade, a empresa concessionária do transporte coletivo
de Poços de Caldas, afirma que “luta pela mesma causa” que os manifestantes da
cidade: “uma tarifa mais justa”.
Tomo a liberdade de escrever
uma resposta, pontuando que definitivamente, não estamos na mesma luta. Estamos
em lados opostos e justifico porque.
A empresa coloca como meta a
curto, médio e longo prazo, o barateamento da tarifa. Porém, o trabalhador que
vive com pouco mais de um salário mínimo, não quer esperar e não pode esperar.
A população quer redução agora.
Segundo trecho da nota
publicada, “temos que atacar as causas que oneram a tarifa”. E nesse ponto a
empresa requisita faixas especiais e isenção de impostos. Mas como implantar
essas faixas especiais em uma cidade do porte de Poços de Caldas? E como
isentar ou reduzir de impostos de uma empresa que cobra uma das tarifas mais
caras do interior do país?
Interessante como não se
toca no fato da fiscalização da prefeitura sobre o serviço prestado ser
praticamente inexistente. Proponho, já que estamos na mesma luta, que seja
feita uma fiscalização efetiva por parte do poder público, para acompanhamento
e conferência dos dados enviados pela empresa ao executivo. Depois é possível
falar em concessão de benefícios.
Por fim, cabe lembrar que
assim como aparece na nota emitida que a luta da empresa se baseia na
legalidade, friso que a luta vivificada nas manifestações das últimas semanas
não é vandalismo, nem incitação à violência e muito menos baderna, é também
pautada na legalidade e no direito à expressão e à organização.
Não estamos do mesmo lado,
porque como finalidade os manifestantes tem a busca de uma tarifa digna,
cabível aos padrões salariais de hoje. A finalidade da empresa é a busca de
lucro, sobrepondo o interesse privado ao público, fazendo uso de uma prefeitura
contratante que é inoperante.
*Tiago
Barbosa Mafra é professor de Geografia e História na rede
pública municipal e coordenador do curso pré-vestibular comunitário Educafro
Um comentário:
Bravo, Robert! Bravíssimo!
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