domingo, 5 de abril de 2009

Kurt Cobain

Por Alencar Vilas Boas

O começo é onde se mostra que pode ser uma grande banda. Passando por Bleach podemos ouvir uns gritos, uns berros, uma arte diferente. Algo belo de se escutar, algo que te liberta. Tudo aquilo que te dá vontade de pegar uma guitarra e bater em umas cordas pra ver se muda uma geração. Aquela vontade louca de berrar, gritar, exaltar, uma explosão de sonhos, vontades e desejos. “Mil orgasmos passando pelo corpo”, e todos aqueles hormônios querendo sair pela suas entranhas. Um “cara” junto à mais dois “caras” conseguem firmemente fazer o que se era esperado.

Uma alma pura que explode em palavras, querendo estar onde não pode, mostrar o que a sociedade esconde, ir atrás de tudo aquilo indesejado. O lixo do som na verdade é apenas uma forma de expressar seus sentimentos, desejos e vontades, através de berros, gestos e batidas de bateria.

Mas eu me odeio e quero morrer. Quem sabe tentando achar uma saída, a morte seria a melhor solução. Ou seria apenas a vontade de sentir um “orgasmo” pleno da droga e de todo o desejo, amargamente doce que passa pelo sangue? A química que se mistura com seu coração e te torna mecânico. Isto sim deve ser um desejo e uma vontade de mostrar tudo de bom que passa em sua alma, se é que você ainda tem uma. Depois de algum tempo tudo vai se acabando e parece que chega o momento em que todos te odeiam.

Um alívio imediato, que se trata com ervas matinais, uma caneta pode ser a “bola” da vez. Muitas coisas não se resumem somente em estudo ou em coisas “certinhas”, pode ser que pra mostrar o que se pensa, seja necessário um toque de algo que te alucina e que te eleva aos céus.

Uma batida que destrói e me alegra. Tudo que se passa dentro de mim são fatos e histórias, vividas e entristecidas. Mas estou feliz agora, e nesta sala fechada me enxergo e sou o único que diz algo que pode mudar toda essa circunstâncias e histórias. Poderia você imaginar o que se passa em minha cabeça? Não, claro que não, apenas lhes direi o que penso e tirem suas conclusões.

Um hino, algo que cheira como minha juventude, mas, que aos poucos fui odiando. Aqueles momentos em que gritei e me exaltei sem saber por que, mas depois encontrei meu verdadeiro “álibi” e vivendo minha fama, comecei a decair, e vendo que tudo na vida passa, quis me acabar pouco a pouco, tentando me encontrar, e aos poucos minha alma jovem foi se apagando.

Vejo tudo florescer. Enquanto estou longe muitas coisas passam, tudo gira, tudo se rebate em compassos, e sei que amanhã todos se lembraram de mim. Muitos sons são bons, mas, certas musicas são mais do que um simples grito. São sim o sentimento enrustido na alma de seu criador.

Tudo vai perdendo sentido quando envelhece. Contudo, não para alguém como Kurt Cobain, que quanto mais velho ficava, parecia que tudo ia se tornando igual. E, parecia que aquilo não fazia mais sentido e a única coisa que importava era algo químico em seu peito.

Citar algo, sobre a sexualidade de Deus, seria como matar seu próprio pai, para um cristão, mas não para alguém tão puro quanto Cobain, ele sim, sabia que o sentido daquela frase “Deus é gay”, era mais pelo fato de que não devemos julgar ninguém, nem mesmo alguém tão poderoso para muitos.

Um chá que me encaminha e aliviava as dores sentidas em cada momento de sufoco. Ninguém entende o que se passa em minha cabeça, mas a expressão de minha voz já mostra que meu “sacrifício” está no fim. Mesmo assim não me aceito como sou, e quero que todo o sentido desta porra passe. E quanto a vocês, enxerguem quem fui e, quem sou.

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