Ainda estou digerindo a informação, correta ou equivocada, sobre uma chapa puro sangue tucano.
Sinceramente acho pouco provável Aécinho entrar de vice. Aécinho tem uma eleição garantida pro Senado, e de lá, com Serra presidente, pode negociar seu apoio tendo em troca o antigo jeitinho brasileiro de usar o poder da caneta para empossar aliados no primeiro, segundo, terceiro, quarto... escalão. Poderá também pleitear a presidência da Casa ou algum ministério estratégico e de grande visibilidade. No entanto, caso aceite ser vice de Serra o apoio já é intrínseco, e a barganha tende a ser menor.
Aécinho deve levar em conta também outras coisas numa eventual presidência Serra. Qual a garantia de que Serra não disputará a reeleição? Um acordo entre ambos parece estar condicionado ao fim da reeleição, todavia, imagine o caro leitor a pressão que governadores e prefeitos farão contra o fim de tal instituto, e mesmo muitos parlamentares que vislumbram para si a oportunidade de se encastelar por 8 anos a frente do executivo. Outra coisa, caso o governo Serra naufrague e tenha uma avaliação negativa – coisa não muito improvável, pois sempre será comparado ao seu antecessor imediato, ou alguém imagina que mesmo com apoio da mídia oligopolizada Serra igualará os recordes de popularidade de Lula? – ele próprio (Aécinho) sendo seu vice, também pagará o ônus.
Agora, consumada a chapa pura sangue, fica espaço aberto para outras candidaturas. O DEMO passa por uma crise de identidade, na verdade escassez de votos, muito grande, e num cenário assim pode lançar César Maia, só pra marcar terreno, ajudar alguns candidatos ao governo estadual e ao Congresso e divulgar a sigla. Mas, bom mesmo para o PT seria ver um cenário pulverizado, com muitas candidaturas, uma mais a esquerda (PSOL). Uma mais a direita, qualquer nome do DEMO, ou então Paulo Maluf (PP) roubando votos do Serra em São Paulo e entre os mais conservadores. E outra de centro(?) com o PMDB lançando algum nome, quem sabe Hélio Costa pra tirar votos dos tucanos em Minas, ou Roberto Requião no Sul. Um desses dois também seria um bom vice – se for o Costa, haja pragmatismo, mas vá lá, dentro da atual conjuntura é melhor isso a entregar o Estado nas mãos dos privateiros.
O certo é que ainda está cedo, e como se diz aqui em Minas, muita água há de passar por debaixo da ponte.
Um comentário:
19/05/09
Em se tratando de jogos políticos, entre eles tudo é possível: todos se arranjam aqui ou acolá, seja na Câmara, no Senado, nos Ministérios ou no Executivo; o correto é estar em evidência, sobretudo se houver uma caneta à mão para distribuir benesses entre seus "pares", parentes ou amigos comuns. Nada muda, meu amigo. Tanto faz "estar" como vice (logo de quem!)como "estar" Senador. Dessa gente já não espero mais nada, a não ser vê-los enchendo os bolsos, adquirindo propriedades, fazendo castelos, viajando às nossas custas, cercados de todas as mordomias vergonhosas ditas "constitucionais", a, pois (como falam os nordestinos)), legítimas.
Meus cumprimentos.
Morani
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