segunda-feira, 24 de novembro de 2008

17 anos sem Freddie Mercury, 40 anos do White Album dos Beatles

Sábado último completou- se exatos 40 anos do lançamento do “White Album” pelos Beatles. E hoje, 24 de novembro de 2008, faz 17 anos que Freddie Mercury tombou vítima de AIDS.

E o mundo mudou bastante entre 1968 e 1991, e continuou mudando muito entre 1991 e os dias atuais. No entanto uma coisa parece ser imutável, o prazer em ouvir o “White Album” ou as canções de Mercury.

Acho desgastante essa celeuma entre fãs do Queen sobre o retorno deles, agora com Paul Rodgers, ex Free e, sobretudo Bad Company, como frontman. Não aceitar que outro músico de peso, ou não, ocupe o posto consagrado por Mercury é puro sectarismo e beira ao fundamentalismo. Freddie Mercury foi sem dúvida alguma um dos melhores vocalistas da história do rock and roll e da musica pop. Um frontman tão grande quanto Robert Plant, Roger Daltrey, Ozzy Osbourne, Jim Morrison, Bon Scott, Bryan Johnson ou Mick Jagger. Entretanto querer impor aos demais integrantes do Queen a aposentadoria por conta de Mercury não estar mais entre nós, ou taxá-los de oportunistas e indagar porque não deram outro nome à nova formação, é não respeitar o trabalho de músicos com tamanha genialidade.

Os músicos remanescentes Brian May/guitarras e Roger Taylor/percussão – em 1997 o baixista John Deacon após a gravação do videoclipe "No One But You", música em homenagem a Freddie Mercury, decidiu deixar a banda e se dedicar a família – estarão no Brasil essa semana, ao lado de Paul Rodgers, para shows em São Paulo, na quarta (26) e quinta (27), na Via Funchal, e no sábado (29) no HSBC Arena, no Rio de Janeiro para a parte sul-americana da turnê "Return of The Champions". Se eu estivesse em São Paulo ou no Rio de Janeiro nesses dias não perderia o espetáculo.

No mais, guardadas as devidas proporções, faço uma pequena analogia. Imaginem aqueles que amam o rock and roll se o AC/DC após a trágica morte de Bon Scott tivesse largado tudo. Talvez não conhecêssemos Bryan Johnson como conhecemos hoje. Ou então se a banda australiana, mergulhada no luto pela falta do antigo companheiro, não lançasse álbum algum no fatídico ano de 1980, estaríamos todos privados do Back in Black.

A conclusão é a seguinta, Freddie era um baita dum frontam, um puta dum músico e compositor, e algumas canções imortalizadas por ele – Bohemian Rhapsody, The Prophet´s Song, Love of My Life, Tie Your Mother, Somebody To Love, We Will Rock You, ufa,e muitas, mas muitas outras mesmo!!! – jamais sairão dos ouvidos de seus fãs. Mas o restante da banda está aí e como artistas criativos que são querem mostrar algo novo.




Já quanto ao White Album, ou The Beatles como também é chamado, até o Vaticano acaba de reconhecer e elogiar o valor dessa obra. De minha parte reconheço o valor e importância histórica para a música do Sargent Pepper´s, considerado quase por unanimidade o melhor álbum de rock de todos os tempos. E provavelmente o é mesmo. No entanto o meu favorito dos Beatles, aqui o que vale á a pura subjetividade interior presente em cada um, é o White Album. Talvez por sua postura descompromissada e eclética.

Os Beatles vinham de sucessivos recordes e triunfos. Haviam invadido os EEUU. Eram sumidades mundiais. Mas o peso do sucesso e os compromissos com gravadora, produtora, shows e o diabo a quatro, os esgotara de tal maneira após terem sido catapultados a fama, que, em pouco tempo, ressentiam-se do peso acarretado por tornarem-se produto da indústria cultural de massas e responsabilidade resultante disso.

Em 1967 após o enorme sucesso de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band resolvem embarcar noutro mega-projeto, esse para a televisão, Maggical Mystery Tour. Um retumbante fracasso tanto de vendas quanto de crítica. O primeiro grande revés sofrido pela banda. Ainda que a trilha sonora trouxesse pérolas, algumas inéditas, outras não, como Blue Jay Way, Strawberry Fields Forever ou All You Need Is Love.

O fim do quarteto já se prenunciava. Os egos estavam cada vez mais difíceis de ser contidos. No entanto entraram em estúdio para cumprirem mais uma parte do contrato assinado anos antes. Para o novo trabalho não estava previsto nenhum mega-projeto e o próprio nome sugerido, simplesmente “The Beatles”, e a capa inteira branca, se contrapunham a Sargent Pepper´s. Mas os fabfour sabiam como ninguém dar vida a genialidade latejante que pulsava em suas veias.

Composto basicamente durante o retiro dos Beatles na Índia, levou quase oito meses de trabalho em estúdio. Pelas palavras de John Lennon, 'Era John e a banda, Paul e a banda, George e a banda... '. A constante presença de Yoko e os primeiros problemas com a Apple fizeram deste um disco tenso, Ringo chegou a abandonar o grupo, mas retornou uma semana depois... obviamente arrependido.

São 30 músicas num disco duplo, uma coletânea de vários estilos musicais como Rock'n'Roll, Blues, Reggae, Soul, Country, Pop e mesmo uma colagem avant-garde. White Album ou The Beatles é também o adeus a fase psicodélica da banda e um prelúdio do que seria a música nos anos 70.

Quem não ouviu não sabe o que está perdendo. Quem já ouviu conhece a grandeza da obra, um álbum tal qual Rubber Soul, Revolver, Sgt Pepper´s ou Abbey Road, ou seja, antológico. Um clássico dos Beatles, o que equivale a dizer um dos melhores discos do rock britânico de todos os tempos, o que por sua vez é o mesmo que afirmar que se trata de um das maiores obras pop que o mundo já ouviu.

01. Back in the U.S.S.R.
02. Dear Prudence
03. Glass Onion
04. Ob-La-Di, Ob-La-Da
05. Wild Honey Pie
06. Continuing Story of Bungalow Bill
07. While My Guitar Gently Weeps
08. Happiness Is a Warm Gun
09. Martha My Dear
10. I'm So Tired
11. Blackbird
12. Piggies
13. Rocky Raccoon
14. Don't Pass Me By
15. Why Don't We Do It in the Road?
16. I Will
17. Julia
18. Birthday
19. Yer Blues
20. Mother Nature's Son
21. Everybody's Got Something To Hide Except Me And My Monkey
22. Sexy Sadie
23. Helter Skelter
24. Long, Long, Long
25. Revolution 1
26. Honey Pie
27. Savoy Truffle
28. Cry Baby Cry
29. Revolution 9
30. Good Night

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