quarta-feira, 29 de abril de 2009
Gripe Tucana
Assisti a pouco ao programa do Tarcísio Holanda na TV Câmara. O deputado Antônio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) estava cobrando ações do governo na prevenção da "gripe suína". Tarcísio Holanda (que verdade seja dita, não faz questão alguma de esconder sua posição política de acordo com os demo-tucanos) chegou ao cúmulo de perguntar ao nobre deputado sobre a possibilidade de o Congresso Nacional entrar em recesso caso a "epidemia" se alastre!!! Eu não sabia que o lodaçal que tem tomado conta do Congresso havia se estendido até a TV Câmara. O que mais poderia explicar a realização de pergunta tão estapafúrdia por um jornalista pra lá de calejado? Só agora, me perdoem pela ingenuidade, notei também que chegou a hora da "gripe suína" se transformar no eco da oposição. Depois dos dólares cubanos, das fotos do falso dossiê, do Lula culpado pela tragédia (incompetência e irresponsabilidade) da TAM, da epidemia de febre amarela, da CPI da Tapioca, das algemas para ricos, da ameaça de apagão versão Lula (que nunca aconteceu), da crise mundial provocada pelo PT, de alguns palhaços alertando sobre o perigo de confisco da poupança, é a vez do governo brasileiro ser acusado de ineficiência no controle da epidemia de "gripe suína" que assola o MÉXICO. Com uma oposição dessas, Lula só tem que agradecer a Deus!!!
sábado, 25 de abril de 2009
Pra ajudar ou pra atrapalhar?
Parece inacreditável, incrível mesmo, mas o DEMO acaba de lançar nota através de sua Comissão Executiva Nacional em apoio a Gilmar “Dantas” Mendes. Bom, acho que a cada dia fica mais nítido que o presidente do Supremo Tribunal Federal pensa, gesticula e fala como porta-voz da oposição se esquecendo costumeiramente da importância do cargo que ocupa, enquanto que a oposição partidária o abraçou de vez como prócer.
Se a intenção do DEMO era ajudar, o que conseguiu de fato foi jogar mais lenha na fogueira!
E por favor, alguém me corrija se eu estiver enganado, mas não vi nenhum partido apoiando explicitamente a atitude do Ministro Joaquim Barbosa. Vi, e muito, isso sim, o povo o apoiando nas ruas e na blogosfera, deixando inclusive o Reinaldo “Boca de Esgoto” Azevedo tão assustado a ponto de rasgar o véu e mostrar, pra quem ainda duvidava, o seu pouco apreço por uma discussão de nível e democrática. O “Boca de Esgoto”, que incorpora muito bem a direitona tupiniquim, ficou em polvorosa e simplesmente barrou qualquer comentário contra Mendes ou a favor de Barbosa.
É assim que se dá o debate nesses espaços vendidos à direita e as oligarquias. Quando Barbosa transformou em réus os quarenta indiciados pelo “mensalão” o panfleto de lutas antipopulares Veja – panfleto para a qual o “Boca de Esgoto” trabalha – deu-lhe capa e o enalteceu. Todavia agora que Barbosa ousou atacar, e de forma veemente, o ídolo de onze entre dez reacionários brazucas, o jogo mudou.
A nota do DEMO se assemelha a outra, essa postada no “Cloaca News” [http://cloacanews.blogspot.com/]. Leiam as duas e depois me digam por qual vocês soltaram mais risadas.
Nota de apoio do DEMO a Gilmar Mendes
Nota da Comissão Executiva Nacional do Democratas (DEM):
A Comissão Executiva Nacional do Democratas vem a público manifestar seu apoio, sua confiança e seu respeito ao ministro Gilmar Mendes que, no exercício da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), cumpre com rigor e responsabilidade institucional o papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito.
Empenhado no aperfeiçoamento jurídico do país, o ministro Gilmar Mendes sabe responder aos desafios do nosso tempo e jamais deixou de iluminar e enriquecer o debate nacional com suas qualidades de pensador e estudioso da ciência jurídica.
De forma competente e objetiva, o presidente do STF dedica-se à atualização e à modernização da democracia brasileira, tarefa de grande dificuldade, que exige enorme esforço. A despeito dos obstáculos, o ministro tem sido exemplo de homem público que age com correção e profunda consciência institucional.
Brasília, 24 de abril de 2009
Rodrigo Maia
Presidente Nacional do Democratas
Capangas protestam no mato Grosso
Após tensa reunião, terminada com menos da metade do quórum inicial por causa da eliminação de vários participantes, o Sindicato dos Pistoleiros e Assemelhados de Diamantino emitiu nota oficial acerca dos recentes acontecimentos envolvendo sua laboriosa categoria.
Diz o documento: "Nós, cabras, cabras-de-peia, cacundeiros, curimbabas, espoletas, guarda-costas, jagunços, mumbavas, peitos-largos, pistoleiros, quatro-paus, satélites e sombras deste rincão do Brasil Central, reafirmamos a confiança e o respeito (sic) ao Senhor Nosso Chefe, lamentando o episódio ocorrido na data de ontem (22/04/2009)".
Se a intenção do DEMO era ajudar, o que conseguiu de fato foi jogar mais lenha na fogueira!
E por favor, alguém me corrija se eu estiver enganado, mas não vi nenhum partido apoiando explicitamente a atitude do Ministro Joaquim Barbosa. Vi, e muito, isso sim, o povo o apoiando nas ruas e na blogosfera, deixando inclusive o Reinaldo “Boca de Esgoto” Azevedo tão assustado a ponto de rasgar o véu e mostrar, pra quem ainda duvidava, o seu pouco apreço por uma discussão de nível e democrática. O “Boca de Esgoto”, que incorpora muito bem a direitona tupiniquim, ficou em polvorosa e simplesmente barrou qualquer comentário contra Mendes ou a favor de Barbosa.
É assim que se dá o debate nesses espaços vendidos à direita e as oligarquias. Quando Barbosa transformou em réus os quarenta indiciados pelo “mensalão” o panfleto de lutas antipopulares Veja – panfleto para a qual o “Boca de Esgoto” trabalha – deu-lhe capa e o enalteceu. Todavia agora que Barbosa ousou atacar, e de forma veemente, o ídolo de onze entre dez reacionários brazucas, o jogo mudou.
A nota do DEMO se assemelha a outra, essa postada no “Cloaca News” [http://cloacanews.blogspot.com/]. Leiam as duas e depois me digam por qual vocês soltaram mais risadas.
Nota de apoio do DEMO a Gilmar Mendes
Nota da Comissão Executiva Nacional do Democratas (DEM):
A Comissão Executiva Nacional do Democratas vem a público manifestar seu apoio, sua confiança e seu respeito ao ministro Gilmar Mendes que, no exercício da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), cumpre com rigor e responsabilidade institucional o papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito.
Empenhado no aperfeiçoamento jurídico do país, o ministro Gilmar Mendes sabe responder aos desafios do nosso tempo e jamais deixou de iluminar e enriquecer o debate nacional com suas qualidades de pensador e estudioso da ciência jurídica.
De forma competente e objetiva, o presidente do STF dedica-se à atualização e à modernização da democracia brasileira, tarefa de grande dificuldade, que exige enorme esforço. A despeito dos obstáculos, o ministro tem sido exemplo de homem público que age com correção e profunda consciência institucional.
Brasília, 24 de abril de 2009
Rodrigo Maia
Presidente Nacional do Democratas
Capangas protestam no mato Grosso
Após tensa reunião, terminada com menos da metade do quórum inicial por causa da eliminação de vários participantes, o Sindicato dos Pistoleiros e Assemelhados de Diamantino emitiu nota oficial acerca dos recentes acontecimentos envolvendo sua laboriosa categoria.
Diz o documento: "Nós, cabras, cabras-de-peia, cacundeiros, curimbabas, espoletas, guarda-costas, jagunços, mumbavas, peitos-largos, pistoleiros, quatro-paus, satélites e sombras deste rincão do Brasil Central, reafirmamos a confiança e o respeito (sic) ao Senhor Nosso Chefe, lamentando o episódio ocorrido na data de ontem (22/04/2009)".
terça-feira, 21 de abril de 2009
Esclarecimentos sobre acontecimentos no Pará
Da Agencia Brasil de Fato [http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia]
Em relação ao episódio na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará, o MST esclarece que os trabalhadores rurais acampados foram vítimas da violência da segurança da Agropecuária Santa Bárbara. Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, que apenas fecharam a PA-150 em protestos pela liberação de três trabalhadores rurais detidos pelos seguranças. Os jornalistas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria, como sustenta a Polícia Militar. Esclarecemos também que:
1- No sábado (18/4) pela manhã, 20 trabalhadores sem-terra entraram na mata para pegar lenha e palha para reforçar os barracos do acampamento em parte da Fazenda Espírito Santo, que estão danificados por conta das chuvas que assolam a região. A fazenda, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do Banco Opportunity, está ocupada desde fevereiro, em protesto que denuncia que a área é devoluta. Depois de recolherem os materiais, passou um funcionário da fazenda com um caminhão. Os sem-terra o pararam na entrada da fazenda e falaram que precisavam buscar as palhas. O motorista disse que poderia dar uma carona e mandou a turma subir, se disponibilizando a levar a palha e a lenha até o acampamento.
2- O motorista avisou os seguranças da fazenda, que chegaram quando os trabalhadores rurais estavam carregando o caminhão. Os seguranças chegaram armados e passaram a ameaçar os sem-terra. O trabalhador rural Djalme Ferreira Silva foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. O sem-terra foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas.
3- Os trabalhadores sem-terra que conseguiram fugir voltaram para o acampamento, que tem 120 famílias, sem o companheiro Djalme. Avisaram os companheiros do acampamento, que resolveram ir até o local da guarita dos seguranças para resgatar o trabalhador rural detido. Logo depois, receberam a informação de que o companheiro tinha sido liberado. No período em que ficou detido, os seguranças mostraram uma lista de militantes do MST e mandaram-no indicar onde estavam. Depois, os seguranças mandaram uma ameaça por Djalme: vão matar todas as lideranças do acampamento.
4- Sem a palha e a lenha, os trabalhadores sem-terra precisavam voltar à outra parte da fazenda para pegar os materiais que já estavam separados. Por isso, organizaram uma marcha e voltaram para retirar a palha e lenha, para demonstrar que não iam aceitar as ameaças. Os jornalistas, que estavam na sede da Agropecuária Santa Bárbara, acompanharam o final da caminhada dos marchantes, que pediram para eles ficarem à frente para não atrapalhar a marcha. Não havia a intenção de fazer os jornalistas de “escudo humano”, até porque os trabalhadores não sabiam como seriam recebidos pelos seguranças. Aliás, os jornalistas que estavam no local foram levados de avião pela Agropecuária Santa Bárbara, o que demonstra que tinham tramado uma emboscada.
5- Os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento na região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os trabalhadores sem-terra foram recebidos a bala e saíram correndo – como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre dos sem-terra pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara.
6- Nove trabalhadores rurais ficaram feridos pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara. O sem-terra Valdecir Nunes Castro, conhecido como Índio, está em estado grave. Ele levou quatro tiros, no estômago, pulmão, intestino e tem uma bala alojada no coração. Depois de atirar contra os sem-terra, os seguranças fizeram três reféns. Foram presos José Leal da Luz, Jerônimo Ribeiro e Índio.
7- Sem ter informações dos três companheiros que estavam sob o poder dos seguranças, os trabalhadores acampados informaram a Polícia Militar. Em torno das 19h30, os acampados fecharam a rodovia PA-150, na frente do acampamento, em protesto pela liberação dos três companheiros que foram feitos reféns. Repetimos: nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, mas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria. Os sem-terra apenas fecharam a rodovia em protesto pela liberação dos três trabalhadores rurais feridos, como sustenta a Polícia Militar.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - Pará
Em relação ao episódio na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará, o MST esclarece que os trabalhadores rurais acampados foram vítimas da violência da segurança da Agropecuária Santa Bárbara. Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, que apenas fecharam a PA-150 em protestos pela liberação de três trabalhadores rurais detidos pelos seguranças. Os jornalistas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria, como sustenta a Polícia Militar. Esclarecemos também que:
1- No sábado (18/4) pela manhã, 20 trabalhadores sem-terra entraram na mata para pegar lenha e palha para reforçar os barracos do acampamento em parte da Fazenda Espírito Santo, que estão danificados por conta das chuvas que assolam a região. A fazenda, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do Banco Opportunity, está ocupada desde fevereiro, em protesto que denuncia que a área é devoluta. Depois de recolherem os materiais, passou um funcionário da fazenda com um caminhão. Os sem-terra o pararam na entrada da fazenda e falaram que precisavam buscar as palhas. O motorista disse que poderia dar uma carona e mandou a turma subir, se disponibilizando a levar a palha e a lenha até o acampamento.
2- O motorista avisou os seguranças da fazenda, que chegaram quando os trabalhadores rurais estavam carregando o caminhão. Os seguranças chegaram armados e passaram a ameaçar os sem-terra. O trabalhador rural Djalme Ferreira Silva foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. O sem-terra foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas.
3- Os trabalhadores sem-terra que conseguiram fugir voltaram para o acampamento, que tem 120 famílias, sem o companheiro Djalme. Avisaram os companheiros do acampamento, que resolveram ir até o local da guarita dos seguranças para resgatar o trabalhador rural detido. Logo depois, receberam a informação de que o companheiro tinha sido liberado. No período em que ficou detido, os seguranças mostraram uma lista de militantes do MST e mandaram-no indicar onde estavam. Depois, os seguranças mandaram uma ameaça por Djalme: vão matar todas as lideranças do acampamento.
4- Sem a palha e a lenha, os trabalhadores sem-terra precisavam voltar à outra parte da fazenda para pegar os materiais que já estavam separados. Por isso, organizaram uma marcha e voltaram para retirar a palha e lenha, para demonstrar que não iam aceitar as ameaças. Os jornalistas, que estavam na sede da Agropecuária Santa Bárbara, acompanharam o final da caminhada dos marchantes, que pediram para eles ficarem à frente para não atrapalhar a marcha. Não havia a intenção de fazer os jornalistas de “escudo humano”, até porque os trabalhadores não sabiam como seriam recebidos pelos seguranças. Aliás, os jornalistas que estavam no local foram levados de avião pela Agropecuária Santa Bárbara, o que demonstra que tinham tramado uma emboscada.
5- Os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento na região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os trabalhadores sem-terra foram recebidos a bala e saíram correndo – como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre dos sem-terra pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara.
6- Nove trabalhadores rurais ficaram feridos pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara. O sem-terra Valdecir Nunes Castro, conhecido como Índio, está em estado grave. Ele levou quatro tiros, no estômago, pulmão, intestino e tem uma bala alojada no coração. Depois de atirar contra os sem-terra, os seguranças fizeram três reféns. Foram presos José Leal da Luz, Jerônimo Ribeiro e Índio.
7- Sem ter informações dos três companheiros que estavam sob o poder dos seguranças, os trabalhadores acampados informaram a Polícia Militar. Em torno das 19h30, os acampados fecharam a rodovia PA-150, na frente do acampamento, em protesto pela liberação dos três companheiros que foram feitos reféns. Repetimos: nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, mas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria. Os sem-terra apenas fecharam a rodovia em protesto pela liberação dos três trabalhadores rurais feridos, como sustenta a Polícia Militar.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - Pará
sábado, 18 de abril de 2009
Sarneylândia
Do site Yahoo Respostas:
– Para nascer, Maternidade Marly Sarney;
– Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou, Roseana Sarney;
– Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney;
– Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney;
– Para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue a TV na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney.
Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário;
– Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor);
– Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas 'maravilhosas' rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney.
Não gostou de nada disso? Então quer reclamar? Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney...
– Para nascer, Maternidade Marly Sarney;
– Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou, Roseana Sarney;
– Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney;
– Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney;
– Para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue a TV na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney.
Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário;
– Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor);
– Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas 'maravilhosas' rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney.
Não gostou de nada disso? Então quer reclamar? Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney...
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Quem está doente: Adriano ou os outros?
Pelo Professor Emir Sader
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=297
Que sociedade é esta que, quando alguém diz que não estava feliz no meio de tanto treino, tanta pressão, tanta grana, tanta viagem, que prefere voltar à favela onde nasceu e cresceu, compra cerveja e hambúrguer para todo mundo, fica empinando pipa – se considera que está psiquicamente doente e tem que procurar um psiquiatra? Estará doente ele ou os deslumbrados no meio da grana, das mulheres, das drogas, da publicidade, da imprensa, da venda da imagem? Quem precisa mais de apoio psiquiátrico: o Adriano ou o Ronaldinho Gaucho?
O normal é ter, consumir, se apropriar de bens, vender sua imagem como mercadoria, se deslumbrar com a riqueza, a fama, odiar e hostilizar suas origens, se desvincular do Brasil. Esses parecem “normais”. Anormal é alguém renunciar a um contrato milionário com um tipo italiano, primeiro colocado no campeonato de lá.
Normal é ser membro de alguma igreja esquisita, cujo casal de pastores principais foram presos por desvio de fundos. Normal é casar virgem, ser careta, evangélico, bem comportado, responder a todas as solicitações e assinar todos os contratos. Normal é receber uma proposta milionária de um clube inglês dirigida por um sheik, ficar pensando um bom tempo, depois resolver não aceitar e ser elogiado por ter preferido seu clube, quando antes ele ficou avaliando, com a calculadora na mão, se valia a pena trocar um contrato milionário por outro.
Considera-se desequilibrado mental quem recusa um contrato milionário, para viver com bermuda, camiseta e sandália havaiana. Falou à imprensa de todo o mundo, disposta a confissões espetaculares sobre o que havia feito nos três dias em que esteve supostamente desaparecido – quando a imprensa não sabe onde está alguém, está “desaparecido”, chegou-se até a dizer que Adriano teria morrido -, buscando pressioná-lo para que confessasse que era alcoólatra e/ou dependente de drogas, encontrar mulheres espetaculares na jogada.
Falou como ser humano, que singelamente tem a coragem de renunciar às milionárias cifras, eventualmente até pagar multar pela sua ruptura, dizer que “vai dar um tempo”, que não era feliz no que estava fazendo, que reencontrou essa felicidade na favela da sua infância, no meio dos seus amigos e da sua família.
Este comportamento deveria ser considerado humano, normal, equilibrado. Mas numa sociedade em que “não se rasga dinheiro”, em que a fama e a grana são os objetivos máximos a ser alcançados, quem está doente: Adriano ou essa sociedade? Quem ter que ser curada? Quem é normal, quem está feliz?
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=297
Que sociedade é esta que, quando alguém diz que não estava feliz no meio de tanto treino, tanta pressão, tanta grana, tanta viagem, que prefere voltar à favela onde nasceu e cresceu, compra cerveja e hambúrguer para todo mundo, fica empinando pipa – se considera que está psiquicamente doente e tem que procurar um psiquiatra? Estará doente ele ou os deslumbrados no meio da grana, das mulheres, das drogas, da publicidade, da imprensa, da venda da imagem? Quem precisa mais de apoio psiquiátrico: o Adriano ou o Ronaldinho Gaucho?
O normal é ter, consumir, se apropriar de bens, vender sua imagem como mercadoria, se deslumbrar com a riqueza, a fama, odiar e hostilizar suas origens, se desvincular do Brasil. Esses parecem “normais”. Anormal é alguém renunciar a um contrato milionário com um tipo italiano, primeiro colocado no campeonato de lá.
Normal é ser membro de alguma igreja esquisita, cujo casal de pastores principais foram presos por desvio de fundos. Normal é casar virgem, ser careta, evangélico, bem comportado, responder a todas as solicitações e assinar todos os contratos. Normal é receber uma proposta milionária de um clube inglês dirigida por um sheik, ficar pensando um bom tempo, depois resolver não aceitar e ser elogiado por ter preferido seu clube, quando antes ele ficou avaliando, com a calculadora na mão, se valia a pena trocar um contrato milionário por outro.
Considera-se desequilibrado mental quem recusa um contrato milionário, para viver com bermuda, camiseta e sandália havaiana. Falou à imprensa de todo o mundo, disposta a confissões espetaculares sobre o que havia feito nos três dias em que esteve supostamente desaparecido – quando a imprensa não sabe onde está alguém, está “desaparecido”, chegou-se até a dizer que Adriano teria morrido -, buscando pressioná-lo para que confessasse que era alcoólatra e/ou dependente de drogas, encontrar mulheres espetaculares na jogada.
Falou como ser humano, que singelamente tem a coragem de renunciar às milionárias cifras, eventualmente até pagar multar pela sua ruptura, dizer que “vai dar um tempo”, que não era feliz no que estava fazendo, que reencontrou essa felicidade na favela da sua infância, no meio dos seus amigos e da sua família.
Este comportamento deveria ser considerado humano, normal, equilibrado. Mas numa sociedade em que “não se rasga dinheiro”, em que a fama e a grana são os objetivos máximos a ser alcançados, quem está doente: Adriano ou essa sociedade? Quem ter que ser curada? Quem é normal, quem está feliz?
terça-feira, 14 de abril de 2009
Evo vitorioso
A oposição golpista-separatista-segregacionista da Bolívia acaba de sofrer mais uma derrota. Já se tornou de praxe na América Latina a oposição – atualmente composta pelos antigos “dono do poder”, descendentes direto de Pizarro e Cabral – não saber respeitar os parâmetros democráticos, tampouco a vontade popular. Usa dos mais variados subterfúgios golpistas. Dá a luz a crises institucionais, como o locaute na Venezuela em 2001 e depois o golpe de estado perpetrado contra Chávez; inventa no Brasil o “mensalão”, que até hoje carece de provas; sabota a base da economia, a agropecuária no caso da Argentina; ou fomenta o separatismo como temos visto recentemente na Bolívia. Todavia está tornando-se mestre-doutor em dar com os burros n’água. Agora, numa arriscada atitude política, Evo Morales entrou em greve de fome e assim se manteve por seis dias, até que o Congresso Nacional Boliviano aprovasse a nova lei eleitoral daquele país. Mais uma derrota para a aliança burguesa reacionária, mais uma vitória das forças populares latino-americanas. A História das lutas populares no século XXI começou a ser escrita na América Latina e, lutaremos para que assim continue.
Do site português Esquerda.net
http://www.esquerda.net
Evo Morales chega a acordo com a oposição sobre a lei eleitoral
O Congresso Nacional da Bolívia aprovou esta terça feira a lei do regime eleitoral transitório que chegou a levar Evo Morales a iniciar uma greve de fome. Com o acordo hoje conseguido com a oposição, o presidente da Bolívia terminou o seu jejum, que se prolongou durante seis dias. Com esta alteração, Evo Morales poderá voltar a candidatar-se à presidência.
Após nove horas de debate, o Congresso boliviano ratificou a lei de regime eleitoral transitório que já havia sido acordada por uma comissão de legisladores ligados ao governo e à oposição.
Com esta ratificação, Evo Morales põe fim a uma greve de fome que se prolongou por seis dias. O presidente boliviano adoptou esta forma de luta como forma de exigir a aprovação desta lei, tendo sido acompanhado por milhares de apoiantes. Hugo Chavez e Fidel Castro também se solidarizaram com o protesto de Morales.
A nova lei, que será enviada para promulgação pelo governo ainda esta tarde, cumpre a obrigação constitucional de fixar as regras para o processo eleitoral que se realiza a 6 de Dezembro deste ano.
De acordo com esta lei, será realizado um novo censo, serão definidas novas regras para a votação dos bolivianos residentes no estrangeiro e foi definida uma quota parlamentar reservada às minorais indígenas. Evo Morales, por seu lado, poderá candidatar-se a um novo mandato.
Do site português Esquerda.net
http://www.esquerda.net
Evo Morales chega a acordo com a oposição sobre a lei eleitoral
O Congresso Nacional da Bolívia aprovou esta terça feira a lei do regime eleitoral transitório que chegou a levar Evo Morales a iniciar uma greve de fome. Com o acordo hoje conseguido com a oposição, o presidente da Bolívia terminou o seu jejum, que se prolongou durante seis dias. Com esta alteração, Evo Morales poderá voltar a candidatar-se à presidência.
Após nove horas de debate, o Congresso boliviano ratificou a lei de regime eleitoral transitório que já havia sido acordada por uma comissão de legisladores ligados ao governo e à oposição.
Com esta ratificação, Evo Morales põe fim a uma greve de fome que se prolongou por seis dias. O presidente boliviano adoptou esta forma de luta como forma de exigir a aprovação desta lei, tendo sido acompanhado por milhares de apoiantes. Hugo Chavez e Fidel Castro também se solidarizaram com o protesto de Morales.
A nova lei, que será enviada para promulgação pelo governo ainda esta tarde, cumpre a obrigação constitucional de fixar as regras para o processo eleitoral que se realiza a 6 de Dezembro deste ano.
De acordo com esta lei, será realizado um novo censo, serão definidas novas regras para a votação dos bolivianos residentes no estrangeiro e foi definida uma quota parlamentar reservada às minorais indígenas. Evo Morales, por seu lado, poderá candidatar-se a um novo mandato.
terça-feira, 7 de abril de 2009
A Imprensa que chafurda
“a imprensa brasileira é conhecida internacionalmente por trazer regularmente notícias de fatos totalmente inventados, acusações que já destruíram a vida de outras pessoas”
Neue Zürcher Zeitung, Suíça, fevereiro de 2009
A Folhona faz mais uma das suas. Depois do infausto editorial da “ditabranda”, agora o jornalão do Otavinho Frias resolveu chamar a ”resistência armada” contra a ditadura militar de “terrorista”. Era exatamente esse o termo (terrorista) empregado pelos ditadores de plantão e seus lacaios durante o regime militar. E, é sempre bom lembrar, a Folhona ajudou de todas as formas possíveis àquele estado de exceção, seja através de editoriais ou então dando apoio logístico, como as peruas C-14 do grupo transportando presos políticos para o Doi-Codi. A Folhona que tanto ajudou os milicos golpistas, agora tornou-se panfleto de campanha de José Serra. Numa matéria nitidamente encomendada, tentou por todas as maneiras atingir a antiga “guerrilheira”, atual ministra-chefe da Casa Civil e provável candidata do Partido dos Trabalhadores à presidência da República, Dilma Rousseff.
Domingo (05/04) a Folhona publicou matéria sobre suposto plano para seqüestrar o então czar da economia, Delfim Netto, nos idos de 1969, onde a figura de Dilma Rousseuff aparece em destaque. A manchete já diz tudo: "Grupo de Dilma planejava seqüestrar Delfim". Acontece que com o PIG (Partido da Imprensa Golpista) as matérias não se sustentam nem por 24 horas. No mesmo dia o jornalista Antonio Roberto Espinosa, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), autor de "Abraços que sufocam – E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe”, uma das fontes usadas, senão a principal, para a matéria em questão, encaminhou a Folhona uma carta solicitando imediata retratação, alegando a distorção entre o que ele havia dito em entrevista por telefone e o que foi publicado.
Claro que a Folhona não publicou o pedido do professor Antonio Roberto Espinosa e tampouco reconheceu qualquer equivoco na matéria. Atestando assim a parcialidade como foi dirigida desde o começo.
Como declarou recentemente o diário suíço Neue Zürcher Zeitung: “a imprensa brasileira é conhecida internacionalmente por trazer regularmente notícias de fatos totalmente inventados, acusações que já destruíram a vida de outras pessoas”.
Reafirmando, quem declarou essa frase foi o Neue Zürcher Zeitung, da Suíça, e não a Carta Maior, a Agência Brasil de Fato, a Caros Amigos ou o Correio da Cidadania.
Segue a íntegra da correspondência:
Prezados senhores,
Chocado com a matéria publicada na edição de hoje (domingo, 5), páginas A8 a A10 deste jornal, a partir da chamada de capa “Grupo de Dilma planejou seqüestro de Delfim Neto”, e da repercussão da mesma nos blogs de vários de seus articulistas e no jornal Agora, do mesmo grupo, solicito a publicação desta carta na íntegra, sem edições ou cortes, na edição de amanhã, segunda-feira, 6 de abril, no “Painel do Leitor” (ou em espaço equivalente e com chamada de capa), para o restabelecimento da verdade, e sem prejuízo de outras medidas que vier a tomar. Esclareço preliminarmente que:
1) Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em “investigações” telefônicas;
2) Nossa primeira conversa durou cerca de 3 horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada. Esclareço que concedi a entrevista porque defendo a transparência e a clareza histórica, inclusive com a abertura dos arquivos da ditadura. Já concedi dezenas de entrevistas semelhantes a historiadores, jornalistas, estudantes e simples curiosos, e estou sempre disponível a todos os interessados;
3) Quem informou à Folha que o Superior Tribunal Militar (STM) guarda um precioso arquivo dos tempos da ditadura fui eu. A repórter, porém, não conseguiu acessar o arquivo, recorrendo novamente a mim, para que lhe fornecesse autorização pessoal por escrito, para investigar fatos relativos à minha participação na luta armada, não da ministra Dilma Rousseff. Posteriormente, por e-mail, fui novamente procurado pela repórter, que me enviou o croquis do trajeto para o sítio Gramadão, em Jundiaí, supostamente apreendido no aparelho em que eu residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Ela indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o seqüestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional número 5, principal quadro civil do governo ditatorial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas).
Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um não-fato de 40 anos atrás (o seqüestro que não houve de Delfim) num factóide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a Ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço há mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Última Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octávio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:
1) A VAR-Palmares não era o “grupo da Dilma”, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;
2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma;
3) Dilma sequer teria como conhecer a idéia da ação, a menos que fosse informada por mim, o que, se ocorreu, foi para o conjunto do Comando Nacional e em termos rápidos e vagos. Isto porque a VAR-Palmares era uma organização clandestina e se preocupava com a segurança de seus quadros e planos, sem contar que “informação política” é algo completamente distinto de “informação factual”. Jamais eu diria a qualquer pessoa, mesmo do comando nacional, algo tão ingênuo, inútil e contraproducente como “vamos seqüestrar o Delfim, você concorda?”. O que disse à repórter é que informei politicamente ao nacional, que ficava no Rio de Janeiro, que o Regional de São Paulo estava fazendo um levantamento de um quadro importante do governo, talvez para seqüestro e resgate de companheiros então em precárias condições de saúde e em risco de morte pelas torturados sofridas. A esse propósito, convém lembrar que o próprio companheiro Carlos Marighela, comandante nacional da ALN, não ficou sabendo do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Por que, então, a Dilma deveria ser informada da ação contra o Delfim? É perfeitamente compreensível que ela não tivesse essa informação e totalmente crível que o próprio Carlos Araújo, seu então companheiro, diga hoje não se lembrar de nada;
4) A Folha, que errou a grafia de meu nome e uma de minhas ocupações atuais (não sou “doutorando em Relações Internacionais”, mas em Ciência Política), também informou na capa que havia um plano detalhado e que “a ação chegou a ter data e local definidos”. Se foi assim, qual era o local definido, o dia e a hora? Desafio que os editores mostrem a gravação em que eu teria informado isso à repórter;
5) Uma coisa elementar para quem viveu a época: qualquer plano de ação envolvia aspectos técnicos (ou seja, mais de caráter militar) e políticos. O levantamento (que é efetivamente o que estava sendo feito, não nego) seria apenas o começo do começo. Essa parte poderia ficar pronta em mais duas ou três semanas. Reiterando: o Comando Regional de São Paulo ainda não sabia com certeza sequer a freqüência e regularidade das visitas de Delfim a seu amigo no sítio. Depois disso seria preciso fazer o plano militar, ou seja, como a ação poderia ocorrer tecnicamente: planejamento logístico, armas, locais de esconderijo etc. Somente após o plano militar seria elaborado o plano político, a parte mais complicada e delicada de uma operação dessa natureza, que envolveria a estratégia de negociações, a definição das exigências para troca, a lista de companheiros a serem libertados, o manifesto ou declaração pública à nação etc. O comando nacional só participaria do planejamento , portanto, mais tarde, na sua fase política. Até pode ser que, no momento oportuno, viesse a delegar essa função a seus quadros mais experientes, possivelmente eu, o Carlos Araújo ou o Carlos Alberto, dificilmente a Dilma ou Mariano José da Silva, o Loiola, que haviam acabado de ser eleitos para a direção; no caso dela, sequer tinha vivência militar;
6) Chocou-me, portanto, a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal – apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado -, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário. Prova disso é que nenhum de nós foi incriminado por isso na época pelos oficiais militares e delegados dos famigerados Doi-Codi e Deops e eu não fui denunciado por qualquer um dos três promotores militares das auditorias onde respondi a processos, a Primeira e a Segunda auditorias de Guerra, de São Paulo, e a Segunda Auditoria da Marinha, do Rio de Janeiro.
Osasco, 5 de abril de 2009
Antonio Roberto Espinosa
Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de Abraços que sufocam – E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.
Neue Zürcher Zeitung, Suíça, fevereiro de 2009
A Folhona faz mais uma das suas. Depois do infausto editorial da “ditabranda”, agora o jornalão do Otavinho Frias resolveu chamar a ”resistência armada” contra a ditadura militar de “terrorista”. Era exatamente esse o termo (terrorista) empregado pelos ditadores de plantão e seus lacaios durante o regime militar. E, é sempre bom lembrar, a Folhona ajudou de todas as formas possíveis àquele estado de exceção, seja através de editoriais ou então dando apoio logístico, como as peruas C-14 do grupo transportando presos políticos para o Doi-Codi. A Folhona que tanto ajudou os milicos golpistas, agora tornou-se panfleto de campanha de José Serra. Numa matéria nitidamente encomendada, tentou por todas as maneiras atingir a antiga “guerrilheira”, atual ministra-chefe da Casa Civil e provável candidata do Partido dos Trabalhadores à presidência da República, Dilma Rousseff.
Domingo (05/04) a Folhona publicou matéria sobre suposto plano para seqüestrar o então czar da economia, Delfim Netto, nos idos de 1969, onde a figura de Dilma Rousseuff aparece em destaque. A manchete já diz tudo: "Grupo de Dilma planejava seqüestrar Delfim". Acontece que com o PIG (Partido da Imprensa Golpista) as matérias não se sustentam nem por 24 horas. No mesmo dia o jornalista Antonio Roberto Espinosa, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), autor de "Abraços que sufocam – E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe”, uma das fontes usadas, senão a principal, para a matéria em questão, encaminhou a Folhona uma carta solicitando imediata retratação, alegando a distorção entre o que ele havia dito em entrevista por telefone e o que foi publicado.
Claro que a Folhona não publicou o pedido do professor Antonio Roberto Espinosa e tampouco reconheceu qualquer equivoco na matéria. Atestando assim a parcialidade como foi dirigida desde o começo.
Como declarou recentemente o diário suíço Neue Zürcher Zeitung: “a imprensa brasileira é conhecida internacionalmente por trazer regularmente notícias de fatos totalmente inventados, acusações que já destruíram a vida de outras pessoas”.
Reafirmando, quem declarou essa frase foi o Neue Zürcher Zeitung, da Suíça, e não a Carta Maior, a Agência Brasil de Fato, a Caros Amigos ou o Correio da Cidadania.
Segue a íntegra da correspondência:
Prezados senhores,
Chocado com a matéria publicada na edição de hoje (domingo, 5), páginas A8 a A10 deste jornal, a partir da chamada de capa “Grupo de Dilma planejou seqüestro de Delfim Neto”, e da repercussão da mesma nos blogs de vários de seus articulistas e no jornal Agora, do mesmo grupo, solicito a publicação desta carta na íntegra, sem edições ou cortes, na edição de amanhã, segunda-feira, 6 de abril, no “Painel do Leitor” (ou em espaço equivalente e com chamada de capa), para o restabelecimento da verdade, e sem prejuízo de outras medidas que vier a tomar. Esclareço preliminarmente que:
1) Não conheço pessoalmente a repórter Fernanda Odilla, pois fui entrevistado por ela somente por telefone. A propósito, estranho que um jornal do porte da Folha publique matérias dessa relevância com base somente em “investigações” telefônicas;
2) Nossa primeira conversa durou cerca de 3 horas e espero que tenha sido gravada. Desafio o jornal a publicar a entrevista na íntegra, para que o leitor a compare com o conteúdo da matéria editada. Esclareço que concedi a entrevista porque defendo a transparência e a clareza histórica, inclusive com a abertura dos arquivos da ditadura. Já concedi dezenas de entrevistas semelhantes a historiadores, jornalistas, estudantes e simples curiosos, e estou sempre disponível a todos os interessados;
3) Quem informou à Folha que o Superior Tribunal Militar (STM) guarda um precioso arquivo dos tempos da ditadura fui eu. A repórter, porém, não conseguiu acessar o arquivo, recorrendo novamente a mim, para que lhe fornecesse autorização pessoal por escrito, para investigar fatos relativos à minha participação na luta armada, não da ministra Dilma Rousseff. Posteriormente, por e-mail, fui novamente procurado pela repórter, que me enviou o croquis do trajeto para o sítio Gramadão, em Jundiaí, supostamente apreendido no aparelho em que eu residia, no bairro do Lins de Vasconcelos, Rio de Janeiro. Ela indagou se eu reconhecia o desenho como parte do levantamento para o seqüestro do então ministro da Fazenda Delfim Neto. Na oportunidade disse-lhe que era a primeira vez que via o croquis e, como jornalista que também sou, lhe sugeri que mostrasse o desenho ao próprio Delfim (co-signatário do Ato Institucional número 5, principal quadro civil do governo ditatorial e cúmplice das ilegalidades, assassinatos e torturas).
Afirmo publicamente que os editores da Folha transformaram um não-fato de 40 anos atrás (o seqüestro que não houve de Delfim) num factóide do presente (iniciando uma forma sórdida de anticampanha contra a Ministra). A direção do jornal (ou a sua repórter, pouco importa) tomou como provas conclusivas somente o suposto croquis e a distorção grosseria de uma longa entrevista que concedi sobre a história da VAR-Palmares. Ou seja, praticou o pior tipo de jornalismo sensacionalista, algo que envergonha a profissão que também exerço há mais de 35 anos, entre os quais por dois meses na Última Hora, sob a direção de Samuel Wayner (demitido que fui pela intolerância do falecido Octávio Frias a pessoas com um passado político de lutas democráticas). A respeito da natureza tendenciosa da edição da referida matéria faço questão de esclarecer:
1) A VAR-Palmares não era o “grupo da Dilma”, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;
2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma;
3) Dilma sequer teria como conhecer a idéia da ação, a menos que fosse informada por mim, o que, se ocorreu, foi para o conjunto do Comando Nacional e em termos rápidos e vagos. Isto porque a VAR-Palmares era uma organização clandestina e se preocupava com a segurança de seus quadros e planos, sem contar que “informação política” é algo completamente distinto de “informação factual”. Jamais eu diria a qualquer pessoa, mesmo do comando nacional, algo tão ingênuo, inútil e contraproducente como “vamos seqüestrar o Delfim, você concorda?”. O que disse à repórter é que informei politicamente ao nacional, que ficava no Rio de Janeiro, que o Regional de São Paulo estava fazendo um levantamento de um quadro importante do governo, talvez para seqüestro e resgate de companheiros então em precárias condições de saúde e em risco de morte pelas torturados sofridas. A esse propósito, convém lembrar que o próprio companheiro Carlos Marighela, comandante nacional da ALN, não ficou sabendo do seqüestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. Por que, então, a Dilma deveria ser informada da ação contra o Delfim? É perfeitamente compreensível que ela não tivesse essa informação e totalmente crível que o próprio Carlos Araújo, seu então companheiro, diga hoje não se lembrar de nada;
4) A Folha, que errou a grafia de meu nome e uma de minhas ocupações atuais (não sou “doutorando em Relações Internacionais”, mas em Ciência Política), também informou na capa que havia um plano detalhado e que “a ação chegou a ter data e local definidos”. Se foi assim, qual era o local definido, o dia e a hora? Desafio que os editores mostrem a gravação em que eu teria informado isso à repórter;
5) Uma coisa elementar para quem viveu a época: qualquer plano de ação envolvia aspectos técnicos (ou seja, mais de caráter militar) e políticos. O levantamento (que é efetivamente o que estava sendo feito, não nego) seria apenas o começo do começo. Essa parte poderia ficar pronta em mais duas ou três semanas. Reiterando: o Comando Regional de São Paulo ainda não sabia com certeza sequer a freqüência e regularidade das visitas de Delfim a seu amigo no sítio. Depois disso seria preciso fazer o plano militar, ou seja, como a ação poderia ocorrer tecnicamente: planejamento logístico, armas, locais de esconderijo etc. Somente após o plano militar seria elaborado o plano político, a parte mais complicada e delicada de uma operação dessa natureza, que envolveria a estratégia de negociações, a definição das exigências para troca, a lista de companheiros a serem libertados, o manifesto ou declaração pública à nação etc. O comando nacional só participaria do planejamento , portanto, mais tarde, na sua fase política. Até pode ser que, no momento oportuno, viesse a delegar essa função a seus quadros mais experientes, possivelmente eu, o Carlos Araújo ou o Carlos Alberto, dificilmente a Dilma ou Mariano José da Silva, o Loiola, que haviam acabado de ser eleitos para a direção; no caso dela, sequer tinha vivência militar;
6) Chocou-me, portanto, a seleção arbitrária e edição de má-fé da entrevista, pois, em alguns dias e sem recursos sequer para uma entrevista pessoal – apelando para telefonemas e e-mails, e dependendo das orientações de um jornalista mais experiente, no caso o próprio entrevistado -, a repórter chegou a conclusões mais peremptórias do que a própria polícia da ditadura, amparada em torturas e num absurdo poder discricionário. Prova disso é que nenhum de nós foi incriminado por isso na época pelos oficiais militares e delegados dos famigerados Doi-Codi e Deops e eu não fui denunciado por qualquer um dos três promotores militares das auditorias onde respondi a processos, a Primeira e a Segunda auditorias de Guerra, de São Paulo, e a Segunda Auditoria da Marinha, do Rio de Janeiro.
Osasco, 5 de abril de 2009
Antonio Roberto Espinosa
Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de Abraços que sufocam – E outros ensaios sobre a liberdade e editor da Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.
domingo, 5 de abril de 2009
Kurt Cobain
Por Alencar Vilas Boas
O começo é onde se mostra que pode ser uma grande banda. Passando por Bleach podemos ouvir uns gritos, uns berros, uma arte diferente. Algo belo de se escutar, algo que te liberta. Tudo aquilo que te dá vontade de pegar uma guitarra e bater em umas cordas pra ver se muda uma geração. Aquela vontade louca de berrar, gritar, exaltar, uma explosão de sonhos, vontades e desejos. “Mil orgasmos passando pelo corpo”, e todos aqueles hormônios querendo sair pela suas entranhas. Um “cara” junto à mais dois “caras” conseguem firmemente fazer o que se era esperado.
Uma alma pura que explode em palavras, querendo estar onde não pode, mostrar o que a sociedade esconde, ir atrás de tudo aquilo indesejado. O lixo do som na verdade é apenas uma forma de expressar seus sentimentos, desejos e vontades, através de berros, gestos e batidas de bateria.
Mas eu me odeio e quero morrer. Quem sabe tentando achar uma saída, a morte seria a melhor solução. Ou seria apenas a vontade de sentir um “orgasmo” pleno da droga e de todo o desejo, amargamente doce que passa pelo sangue? A química que se mistura com seu coração e te torna mecânico. Isto sim deve ser um desejo e uma vontade de mostrar tudo de bom que passa em sua alma, se é que você ainda tem uma. Depois de algum tempo tudo vai se acabando e parece que chega o momento em que todos te odeiam.
Um alívio imediato, que se trata com ervas matinais, uma caneta pode ser a “bola” da vez. Muitas coisas não se resumem somente em estudo ou em coisas “certinhas”, pode ser que pra mostrar o que se pensa, seja necessário um toque de algo que te alucina e que te eleva aos céus.
Uma batida que destrói e me alegra. Tudo que se passa dentro de mim são fatos e histórias, vividas e entristecidas. Mas estou feliz agora, e nesta sala fechada me enxergo e sou o único que diz algo que pode mudar toda essa circunstâncias e histórias. Poderia você imaginar o que se passa em minha cabeça? Não, claro que não, apenas lhes direi o que penso e tirem suas conclusões.
Um hino, algo que cheira como minha juventude, mas, que aos poucos fui odiando. Aqueles momentos em que gritei e me exaltei sem saber por que, mas depois encontrei meu verdadeiro “álibi” e vivendo minha fama, comecei a decair, e vendo que tudo na vida passa, quis me acabar pouco a pouco, tentando me encontrar, e aos poucos minha alma jovem foi se apagando.
Vejo tudo florescer. Enquanto estou longe muitas coisas passam, tudo gira, tudo se rebate em compassos, e sei que amanhã todos se lembraram de mim. Muitos sons são bons, mas, certas musicas são mais do que um simples grito. São sim o sentimento enrustido na alma de seu criador.
Tudo vai perdendo sentido quando envelhece. Contudo, não para alguém como Kurt Cobain, que quanto mais velho ficava, parecia que tudo ia se tornando igual. E, parecia que aquilo não fazia mais sentido e a única coisa que importava era algo químico em seu peito.
Citar algo, sobre a sexualidade de Deus, seria como matar seu próprio pai, para um cristão, mas não para alguém tão puro quanto Cobain, ele sim, sabia que o sentido daquela frase “Deus é gay”, era mais pelo fato de que não devemos julgar ninguém, nem mesmo alguém tão poderoso para muitos.
Um chá que me encaminha e aliviava as dores sentidas em cada momento de sufoco. Ninguém entende o que se passa em minha cabeça, mas a expressão de minha voz já mostra que meu “sacrifício” está no fim. Mesmo assim não me aceito como sou, e quero que todo o sentido desta porra passe. E quanto a vocês, enxerguem quem fui e, quem sou.
O começo é onde se mostra que pode ser uma grande banda. Passando por Bleach podemos ouvir uns gritos, uns berros, uma arte diferente. Algo belo de se escutar, algo que te liberta. Tudo aquilo que te dá vontade de pegar uma guitarra e bater em umas cordas pra ver se muda uma geração. Aquela vontade louca de berrar, gritar, exaltar, uma explosão de sonhos, vontades e desejos. “Mil orgasmos passando pelo corpo”, e todos aqueles hormônios querendo sair pela suas entranhas. Um “cara” junto à mais dois “caras” conseguem firmemente fazer o que se era esperado.
Uma alma pura que explode em palavras, querendo estar onde não pode, mostrar o que a sociedade esconde, ir atrás de tudo aquilo indesejado. O lixo do som na verdade é apenas uma forma de expressar seus sentimentos, desejos e vontades, através de berros, gestos e batidas de bateria.
Mas eu me odeio e quero morrer. Quem sabe tentando achar uma saída, a morte seria a melhor solução. Ou seria apenas a vontade de sentir um “orgasmo” pleno da droga e de todo o desejo, amargamente doce que passa pelo sangue? A química que se mistura com seu coração e te torna mecânico. Isto sim deve ser um desejo e uma vontade de mostrar tudo de bom que passa em sua alma, se é que você ainda tem uma. Depois de algum tempo tudo vai se acabando e parece que chega o momento em que todos te odeiam.
Um alívio imediato, que se trata com ervas matinais, uma caneta pode ser a “bola” da vez. Muitas coisas não se resumem somente em estudo ou em coisas “certinhas”, pode ser que pra mostrar o que se pensa, seja necessário um toque de algo que te alucina e que te eleva aos céus.
Uma batida que destrói e me alegra. Tudo que se passa dentro de mim são fatos e histórias, vividas e entristecidas. Mas estou feliz agora, e nesta sala fechada me enxergo e sou o único que diz algo que pode mudar toda essa circunstâncias e histórias. Poderia você imaginar o que se passa em minha cabeça? Não, claro que não, apenas lhes direi o que penso e tirem suas conclusões.
Um hino, algo que cheira como minha juventude, mas, que aos poucos fui odiando. Aqueles momentos em que gritei e me exaltei sem saber por que, mas depois encontrei meu verdadeiro “álibi” e vivendo minha fama, comecei a decair, e vendo que tudo na vida passa, quis me acabar pouco a pouco, tentando me encontrar, e aos poucos minha alma jovem foi se apagando.
Vejo tudo florescer. Enquanto estou longe muitas coisas passam, tudo gira, tudo se rebate em compassos, e sei que amanhã todos se lembraram de mim. Muitos sons são bons, mas, certas musicas são mais do que um simples grito. São sim o sentimento enrustido na alma de seu criador.
Tudo vai perdendo sentido quando envelhece. Contudo, não para alguém como Kurt Cobain, que quanto mais velho ficava, parecia que tudo ia se tornando igual. E, parecia que aquilo não fazia mais sentido e a única coisa que importava era algo químico em seu peito.
Citar algo, sobre a sexualidade de Deus, seria como matar seu próprio pai, para um cristão, mas não para alguém tão puro quanto Cobain, ele sim, sabia que o sentido daquela frase “Deus é gay”, era mais pelo fato de que não devemos julgar ninguém, nem mesmo alguém tão poderoso para muitos.
Um chá que me encaminha e aliviava as dores sentidas em cada momento de sufoco. Ninguém entende o que se passa em minha cabeça, mas a expressão de minha voz já mostra que meu “sacrifício” está no fim. Mesmo assim não me aceito como sou, e quero que todo o sentido desta porra passe. E quanto a vocês, enxerguem quem fui e, quem sou.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
“He´s the guy”
Mês passado participei da convenção duma empresa para a qual trabalho. Durante dias, ao meio de inúmeras palestras motivacionais, a figura do presidente estadunidense Barack Obama foi recorrentemente lembrada como sinônimo de perseverança. Vez ou outra, o jogador Ronaldo também foi lembrado. Confabulei com um amigo e companheiro de trabalho que Lula, gostemos ou não, representa perseverança bem mais que Obama – sobre o futebolista então, nem preciso falar nada. Tive a impressão que lembrar o nome de Lula ali seria um sacrilégio. Como se estivesse proibido fazer qualquer analogia entre Lula e a marca da empresa em questão.
Não vou gastar meu tempo digitando a trajetória do retirante que fugiu da fome, trabalhou como metalúrgico, depois virou líder sindical, peitou a Ditadura Militar, fundou e ainda está à frente do maior partido de esquerda do Hemisfério Sul e, finalmente, tornou-se presidente da República. Todos a conhecem.
O mote desse texto será outro. O prestígio internacional que o ex-metalúrgico goza. Ontem, Obama, o presidente estadunidense para quem mídia e elite tupiniquim abanam o rabinho como um cãozinho a espera dum afago, disse que “Lula é o cara”. E em seguida emendou, “Eu adoro esse cara” e ainda engatou “Ele é o político mais popular do planeta”, ao que o primeiro- ministro australiano acrescentou, “O mais popular político de longo mandato.”
Aqui em Minas tem um ditado: "Santo de casa não faz milagre"... Acho que a origem desse ditado popular está ligada a uma passagem bíblica mais ou menos assim: "o profeta não é bem-vindo em sua terra". Pois é, enquanto o PIG, a oposição farisaica e a elite burguesa chamam Lula de apedeuta, ignorante, burro, analfabeto, vulgar, idiota, xucro, vagabundo, malandro, pingaiada e "nordestino" – acho que não preciso discorrer sobre a conotação preconceituosa como usam o último adjetivo –, o mundo trata-o como verdadeiro líder. E o pior pra eles (os detratores do presidente brasileiro), o “analfabeto” é bem quisto e admirado pelo mesmo presidente de quem ridiculamente cobriram a posse como se fosse a chegada triunfal do novo César ao poder, e a quem elegeram como o Messias capaz de salvar o capitalismo da débâcle. Obama, pra eles, significa justamente isso, uma mescla entre o César romano e o Messias cristão. E agora, esse César - Messias, cabeça do maior Império da Terra, lhes prega essa peça.
O blogueiro globista Ricardo Noblat, um dos porta-vozes da oposição farisaica e do PIG, não perdeu tempo e decretou que a frase de Obama não passou de "deboche". Vejam só: “Faz tempo que não implico com Lula. Dirão que voltei a implicar. Mas desconfio que debocharam com classe dele em Londres, ontem e hoje”. Dá até pra desconfiar se o Noblat não havia tomado “umas a mais” para escrever artigo de teor tão imbecil. É que pra essas viúvas doutras tempos, fica complicado reconhecer que Lula é respeitado, enquanto FFHH ou era saudado como presidente do México, ou então embasbacado consigo mesmo, discursava em francês na Assembléia Nacional em Paris (e éramos nós a ser chamados jocosamente de caipiras por aquele cavalheiro!!!).
Concordo com o governo Lula em vários pontos e o crítico (de forma construtiva) em outros inúmeros pontos. Não estamos vivendo em “Pasárgada” e algumas medidas do governo Lula têm claro viés neoliberal. Todavia, é inegável o avanço pelo qual o país, e o mais importante, o povo brasileiro, vem passando nesses últimos 75 meses. Ademais, é insofismável que o Brasil tem hoje, de fato, um estadista, e não um “pavão cafona”, um mero politiqueiro, ou algum representante das oligarquias como presidente da República.
A seguir listo alguns dos motivos pelos quais Lula é admirado no exterior e conta com enorme popularidade em sua terra, ainda que o PIG, a oposição farisaica e a elite entreguista e mazombeira, teimem em afirmar o contrário. Lula, em boa parte, contraria até aquele ditado mineiro citado acima.
Salário mínimo acima dos 200 dólares; política externa independente; Bolsa família; Luz para Todos; ProUni; auto-suficiência em Petróleo (e descoberta dos enormes campos do Pré-Sal); fomentação do mercado interno; sucessivos saldos positivos,e crescentes, na balança comercial; solução para a questão do gás natural proveniente da Bolívia (quando da justa reclamação do país vizinho, sem que com isso o Brasil ficasse um único dia sem fornecimento de gás e tampouco tivesse aumento no preço deste para os brasileiros); agilidade para o financiamento da casa própria (nunca antes tantos brasileiros adquiriram casa própria); quebra constante de recordes na indústria automobilística; apoio à programas de energia sustentável ; reservas de 200 bilhões de dólares; governo com credibilidade para lançar programa de 1 milhão de casas populares; divida externa zerada; Brasil em condições de propor uma reforma bilateral do FMI ( e emprestando dinheiro a instituição); seis milhões de empregos gerados só nos primeiros quatro anos; surgimento do Brasil como promotor e principal agente da integração latino-americana; operações eficientes da republicana Policia Federal; diminuição gradativa da desigualdade social; perdão da dívida dos países mais pobres para conosco;retomada do estado como parceiro da iniciativa privada; Brasil com cacife para pleitear uma reforma da ONU e um assento permanente num novo Conselho de Segurança; melhoria do IDH, aproximando-nos dos níveis de países desenvolvidos; diversificação dos parceiros no comércio exterior, saindo assim da dependência do mercado estadunidense.
Não vou gastar meu tempo digitando a trajetória do retirante que fugiu da fome, trabalhou como metalúrgico, depois virou líder sindical, peitou a Ditadura Militar, fundou e ainda está à frente do maior partido de esquerda do Hemisfério Sul e, finalmente, tornou-se presidente da República. Todos a conhecem.
O mote desse texto será outro. O prestígio internacional que o ex-metalúrgico goza. Ontem, Obama, o presidente estadunidense para quem mídia e elite tupiniquim abanam o rabinho como um cãozinho a espera dum afago, disse que “Lula é o cara”. E em seguida emendou, “Eu adoro esse cara” e ainda engatou “Ele é o político mais popular do planeta”, ao que o primeiro- ministro australiano acrescentou, “O mais popular político de longo mandato.”
Aqui em Minas tem um ditado: "Santo de casa não faz milagre"... Acho que a origem desse ditado popular está ligada a uma passagem bíblica mais ou menos assim: "o profeta não é bem-vindo em sua terra". Pois é, enquanto o PIG, a oposição farisaica e a elite burguesa chamam Lula de apedeuta, ignorante, burro, analfabeto, vulgar, idiota, xucro, vagabundo, malandro, pingaiada e "nordestino" – acho que não preciso discorrer sobre a conotação preconceituosa como usam o último adjetivo –, o mundo trata-o como verdadeiro líder. E o pior pra eles (os detratores do presidente brasileiro), o “analfabeto” é bem quisto e admirado pelo mesmo presidente de quem ridiculamente cobriram a posse como se fosse a chegada triunfal do novo César ao poder, e a quem elegeram como o Messias capaz de salvar o capitalismo da débâcle. Obama, pra eles, significa justamente isso, uma mescla entre o César romano e o Messias cristão. E agora, esse César - Messias, cabeça do maior Império da Terra, lhes prega essa peça.
O blogueiro globista Ricardo Noblat, um dos porta-vozes da oposição farisaica e do PIG, não perdeu tempo e decretou que a frase de Obama não passou de "deboche". Vejam só: “Faz tempo que não implico com Lula. Dirão que voltei a implicar. Mas desconfio que debocharam com classe dele em Londres, ontem e hoje”. Dá até pra desconfiar se o Noblat não havia tomado “umas a mais” para escrever artigo de teor tão imbecil. É que pra essas viúvas doutras tempos, fica complicado reconhecer que Lula é respeitado, enquanto FFHH ou era saudado como presidente do México, ou então embasbacado consigo mesmo, discursava em francês na Assembléia Nacional em Paris (e éramos nós a ser chamados jocosamente de caipiras por aquele cavalheiro!!!).
Concordo com o governo Lula em vários pontos e o crítico (de forma construtiva) em outros inúmeros pontos. Não estamos vivendo em “Pasárgada” e algumas medidas do governo Lula têm claro viés neoliberal. Todavia, é inegável o avanço pelo qual o país, e o mais importante, o povo brasileiro, vem passando nesses últimos 75 meses. Ademais, é insofismável que o Brasil tem hoje, de fato, um estadista, e não um “pavão cafona”, um mero politiqueiro, ou algum representante das oligarquias como presidente da República.
A seguir listo alguns dos motivos pelos quais Lula é admirado no exterior e conta com enorme popularidade em sua terra, ainda que o PIG, a oposição farisaica e a elite entreguista e mazombeira, teimem em afirmar o contrário. Lula, em boa parte, contraria até aquele ditado mineiro citado acima.
Salário mínimo acima dos 200 dólares; política externa independente; Bolsa família; Luz para Todos; ProUni; auto-suficiência em Petróleo (e descoberta dos enormes campos do Pré-Sal); fomentação do mercado interno; sucessivos saldos positivos,e crescentes, na balança comercial; solução para a questão do gás natural proveniente da Bolívia (quando da justa reclamação do país vizinho, sem que com isso o Brasil ficasse um único dia sem fornecimento de gás e tampouco tivesse aumento no preço deste para os brasileiros); agilidade para o financiamento da casa própria (nunca antes tantos brasileiros adquiriram casa própria); quebra constante de recordes na indústria automobilística; apoio à programas de energia sustentável ; reservas de 200 bilhões de dólares; governo com credibilidade para lançar programa de 1 milhão de casas populares; divida externa zerada; Brasil em condições de propor uma reforma bilateral do FMI ( e emprestando dinheiro a instituição); seis milhões de empregos gerados só nos primeiros quatro anos; surgimento do Brasil como promotor e principal agente da integração latino-americana; operações eficientes da republicana Policia Federal; diminuição gradativa da desigualdade social; perdão da dívida dos países mais pobres para conosco;retomada do estado como parceiro da iniciativa privada; Brasil com cacife para pleitear uma reforma da ONU e um assento permanente num novo Conselho de Segurança; melhoria do IDH, aproximando-nos dos níveis de países desenvolvidos; diversificação dos parceiros no comércio exterior, saindo assim da dependência do mercado estadunidense.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
1º de Abril
Há muitas explicações para o 1º de abril ter se transformado no Dia da Mentira. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de abril.
Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo fosse comemorado no dia 1º de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1º de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.
Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como April Fool’s Day ou Dia dos Tolos, na Itália e na França ele é chamado respectivamente pesce d’aprile e poisson d’avril, o que significa literalmente “peixe de abril”.
No Brasil, o 1º de abril começou a ser difundido em Pernambuco, onde circulou “A Mentira”, um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. “A Mentira” saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.
Lembro-me que, quando criança, costumava pregar peças em meus amigos, irmãos e outros parentes, muito por conta da influência de meu pai, que também gostava, e ainda gosta, de pregar trotes pueris nessa data.
Todavia, na História brasileira, um acontecimento ocorrido num 1º de abril, justamente por ter se passado no “dia da mentira”, acabou entrando para a História como tendo ocorrido em 31 de março. Isso aconteceu em 1964, quando os militares puderam, enfim, pôr em prática o que já articulavam desde a fundação da Escola Superior de Guerra em 1949. Depuseram um governo legítimo e usurparam o poder para manterem-se nele por mais de vinte anos.
Antes, em agosto de 1954, o suicídio de Getúlio Vargas adiou os planos da extrema-direita das Forças Armadas para dali dez anos. Contudo, o golpe teria de se sustentar em mentiras. Eu ousaria dizer inclusive, que, o golpe de 1964 foi um golpe mitomaníaco, tanto na origem quanto no desenrolar ou no desfecho. Uma mentira contada em cima doutra.
Isso aconteceu, como já adiantei acima, com a data que entrou para os livros de História. Substituíram o 1º de abril, dia da mentira, para o neutro 31 de março. Depois, passaram a contar, sem rubor algum, a mentira que o golpe tratava-se duma “revolução democrática”. Durante a preparação para o golpe, os militares golpistas e as forças conservadoras fundiram na cabeça de seus compatriotas, principalmente da classe média, que o então presidente João Goulart era, na verdade, um perigoso agente comunista a serviço de Havana e Moscou. Hoje sabemos – e já naquela época muitos sabiam – que eram eles (os golpistas) que trabalhavam em conluio com forças estrangeiras – fato verídico, confirmado por documentos do Departamento de Estado ianque. Eu mesmo cresci estudando nos livros de História que, “em 31 de março de 1964 as Forças Armadas deflagraram uma revolução democrática no Brasil e afastaram o perigo comunista”.
Esses militares mentirosos, apoiados pela elite igualmente mentirosa, ao usurparem o poder declararam respeito à Constituição vigente (de 1946) e ao calendário eleitoral, que por sua vez, previa eleições diretas para a presidência da República para o ano seguinte. Não demorou muito para o nariz de Pinocchio crescer. Suspenderam a eleição em questão e, mais tarde, com o advento da AI-5, a chamada linha dura do Exército patrocinou outro golpe dentro do golpe, postergando a ditadura por mais 17 anos.
No desenrolar se afundaram ainda mais em outras mentiras. Sofismaram que, o estado de exceção trazido por eles tratava-se dum estado de direito. Para tanto, deixaram, na maior parte do tempo, que se realizassem eleições periódicas, mantiveram o Congresso aberto e o STF funcionando. Dessa forma davam argumentos àqueles que se encontravam em prol do regime e tentavam ocultar os efeitos desse sobre a sociedade civil. No entanto, com a perseguição e cassação sistemática de líderes populares, dos políticos oposicionistas mais aguerridos, da maior parcela da classe intelectual, dos artistas que se opunham ao regime e a censura imposta, e, sobretudo, pelas torturas e assassinatos cometidos a mando da hierarquia militar, consumava-se, inegavelmente, o autoritarismo como marca daqueles tempos. Além de tudo isso, os militares souberam impor a partir de 1965, a proibição de eleições diretas para prefeito em capitais e mais algumas cidades estratégicas, para governador em todos os estados da federação e para presidente da República. Para facilitar o controle do regime sobre a classe política, extinguiram, na base da truculência obviamente, os partidos existentes e implantaram um bi-partidarismo onde os partidos remanescentes se dividiam em: Arena, partido do “sim senhor general”; e MDB, partido do “sim senhor”.
No sentido econômico venderam a mentira do Brasil grande, preparado para o futuro, gigante da economia mundial, quando na verdade mostravam uma inépcia diante das crises cíclicas do capitalismo – vide a atitude dos militares frente à crise do petróleo na década de 1970, por exemplo. Levaram o país a uma generalizada onda estatizante, cuja idéia principal era aumentar o controle sobre a sociedade. No período inicial da ditadura puseram em prática uma série de projetos de crescimento, mais tarde conhecido como “milagre econômico”. Este “milagre”, entretanto, culminou numa forte concentração de riquezas, contribuindo de forma enfática para aprofundar ainda mais o fosso da desigualdade social no país. Ao final da ditadura militar, já no governo do ditador João Baptista Figueiredo, assistimos atônitos a explosão da enorme dívida externa acumulada e ao avanço do processo inflacionário.
O desfecho da ditadura não poderia ter sido nada mais além de outra mentira colossal. A eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral – uma invenção dos militares a fim de manterem o poder a afastar as forças populares da decisão – em janeiro de 1985. Qual o significado dessa eleição? A eleição dum político conservador, retrógrado, matreiro, de métodos tradicionais, abençoado pelos militares e tendo como companheiro de chapa um político semelhante, José Sarney, que havia sido presidente da antiga Arena, ambos compromissados em assumir um governo tutelado pelos milicos. Portanto, esses cavalheiros conspurcavam qualquer tentativa de construção duma sociedade democrática.
Como o golpe nasceu de mentiras e triunfou no dia da mentira, nada mais adequado que ainda hoje continuem seus defensores mentindo. A Folhona não esperou o 1º de abril e criou o neologismo “ditabranda” para designar a ditadura militar brasileira. Outros dos principais meios de comunicação do país pousam como vestais da democracia e liberdade, contudo, devem aos cidadãos brasileiros, explicações sobre sua participação naquele nefasto golpe. Afinal, saíram às ruas clamando pela intervenção militar e tiveram participação incisiva na desconstrução dum governo constitucional e na mobilização da classe média. Organizações Globo, Estadão, Folha – e outros veículos que a própria ditadura, por ironia do destino, acabou dando cabo – clamaram para que a caserna golpista pusesse um “basta” ao governo Goulart. É bom lembrar também que a classe política de então, em peso, apoiou o golpe. Os governadores de Minas Gerais (Magalhães Pinto), do Rio de Janeiro (Carlos Lacerda) e de São Paulo (Ademar de Barros) eram a linha de frente dessa classe, que ainda contou com o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Resta aos brasileiros que ainda sonham com uma sociedade mais justa e democrática lutarem para colocar o regime militar em seu devido lugar, ou seja, o de um regime baseado em mentiras, perpetrado e sustentado através de violações dos direitos cívicos e humanos, utilizador de métodos autoritários. A única verdade que há sobre esse momento funesto de nossa História está no sangue vertido por vários heróis que tiveram a coragem de lutar contra um estado de exceção. Ou então, jaz com muitos desses heróis.
P.S. Esse artigo é em memória ao Deputado Federal Carlos Marighela, ao Capitão Carlos Lamarca, aos bravos combatentes revolucionários do Araguaia, e a todos mais que tombaram lutando pelos verdadeiros ideais democráticos.
Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo fosse comemorado no dia 1º de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1º de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.
Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como April Fool’s Day ou Dia dos Tolos, na Itália e na França ele é chamado respectivamente pesce d’aprile e poisson d’avril, o que significa literalmente “peixe de abril”.
No Brasil, o 1º de abril começou a ser difundido em Pernambuco, onde circulou “A Mentira”, um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. “A Mentira” saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.
Lembro-me que, quando criança, costumava pregar peças em meus amigos, irmãos e outros parentes, muito por conta da influência de meu pai, que também gostava, e ainda gosta, de pregar trotes pueris nessa data.
Todavia, na História brasileira, um acontecimento ocorrido num 1º de abril, justamente por ter se passado no “dia da mentira”, acabou entrando para a História como tendo ocorrido em 31 de março. Isso aconteceu em 1964, quando os militares puderam, enfim, pôr em prática o que já articulavam desde a fundação da Escola Superior de Guerra em 1949. Depuseram um governo legítimo e usurparam o poder para manterem-se nele por mais de vinte anos.
Antes, em agosto de 1954, o suicídio de Getúlio Vargas adiou os planos da extrema-direita das Forças Armadas para dali dez anos. Contudo, o golpe teria de se sustentar em mentiras. Eu ousaria dizer inclusive, que, o golpe de 1964 foi um golpe mitomaníaco, tanto na origem quanto no desenrolar ou no desfecho. Uma mentira contada em cima doutra.
Isso aconteceu, como já adiantei acima, com a data que entrou para os livros de História. Substituíram o 1º de abril, dia da mentira, para o neutro 31 de março. Depois, passaram a contar, sem rubor algum, a mentira que o golpe tratava-se duma “revolução democrática”. Durante a preparação para o golpe, os militares golpistas e as forças conservadoras fundiram na cabeça de seus compatriotas, principalmente da classe média, que o então presidente João Goulart era, na verdade, um perigoso agente comunista a serviço de Havana e Moscou. Hoje sabemos – e já naquela época muitos sabiam – que eram eles (os golpistas) que trabalhavam em conluio com forças estrangeiras – fato verídico, confirmado por documentos do Departamento de Estado ianque. Eu mesmo cresci estudando nos livros de História que, “em 31 de março de 1964 as Forças Armadas deflagraram uma revolução democrática no Brasil e afastaram o perigo comunista”.
Esses militares mentirosos, apoiados pela elite igualmente mentirosa, ao usurparem o poder declararam respeito à Constituição vigente (de 1946) e ao calendário eleitoral, que por sua vez, previa eleições diretas para a presidência da República para o ano seguinte. Não demorou muito para o nariz de Pinocchio crescer. Suspenderam a eleição em questão e, mais tarde, com o advento da AI-5, a chamada linha dura do Exército patrocinou outro golpe dentro do golpe, postergando a ditadura por mais 17 anos.
No desenrolar se afundaram ainda mais em outras mentiras. Sofismaram que, o estado de exceção trazido por eles tratava-se dum estado de direito. Para tanto, deixaram, na maior parte do tempo, que se realizassem eleições periódicas, mantiveram o Congresso aberto e o STF funcionando. Dessa forma davam argumentos àqueles que se encontravam em prol do regime e tentavam ocultar os efeitos desse sobre a sociedade civil. No entanto, com a perseguição e cassação sistemática de líderes populares, dos políticos oposicionistas mais aguerridos, da maior parcela da classe intelectual, dos artistas que se opunham ao regime e a censura imposta, e, sobretudo, pelas torturas e assassinatos cometidos a mando da hierarquia militar, consumava-se, inegavelmente, o autoritarismo como marca daqueles tempos. Além de tudo isso, os militares souberam impor a partir de 1965, a proibição de eleições diretas para prefeito em capitais e mais algumas cidades estratégicas, para governador em todos os estados da federação e para presidente da República. Para facilitar o controle do regime sobre a classe política, extinguiram, na base da truculência obviamente, os partidos existentes e implantaram um bi-partidarismo onde os partidos remanescentes se dividiam em: Arena, partido do “sim senhor general”; e MDB, partido do “sim senhor”.
No sentido econômico venderam a mentira do Brasil grande, preparado para o futuro, gigante da economia mundial, quando na verdade mostravam uma inépcia diante das crises cíclicas do capitalismo – vide a atitude dos militares frente à crise do petróleo na década de 1970, por exemplo. Levaram o país a uma generalizada onda estatizante, cuja idéia principal era aumentar o controle sobre a sociedade. No período inicial da ditadura puseram em prática uma série de projetos de crescimento, mais tarde conhecido como “milagre econômico”. Este “milagre”, entretanto, culminou numa forte concentração de riquezas, contribuindo de forma enfática para aprofundar ainda mais o fosso da desigualdade social no país. Ao final da ditadura militar, já no governo do ditador João Baptista Figueiredo, assistimos atônitos a explosão da enorme dívida externa acumulada e ao avanço do processo inflacionário.
O desfecho da ditadura não poderia ter sido nada mais além de outra mentira colossal. A eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral – uma invenção dos militares a fim de manterem o poder a afastar as forças populares da decisão – em janeiro de 1985. Qual o significado dessa eleição? A eleição dum político conservador, retrógrado, matreiro, de métodos tradicionais, abençoado pelos militares e tendo como companheiro de chapa um político semelhante, José Sarney, que havia sido presidente da antiga Arena, ambos compromissados em assumir um governo tutelado pelos milicos. Portanto, esses cavalheiros conspurcavam qualquer tentativa de construção duma sociedade democrática.
Como o golpe nasceu de mentiras e triunfou no dia da mentira, nada mais adequado que ainda hoje continuem seus defensores mentindo. A Folhona não esperou o 1º de abril e criou o neologismo “ditabranda” para designar a ditadura militar brasileira. Outros dos principais meios de comunicação do país pousam como vestais da democracia e liberdade, contudo, devem aos cidadãos brasileiros, explicações sobre sua participação naquele nefasto golpe. Afinal, saíram às ruas clamando pela intervenção militar e tiveram participação incisiva na desconstrução dum governo constitucional e na mobilização da classe média. Organizações Globo, Estadão, Folha – e outros veículos que a própria ditadura, por ironia do destino, acabou dando cabo – clamaram para que a caserna golpista pusesse um “basta” ao governo Goulart. É bom lembrar também que a classe política de então, em peso, apoiou o golpe. Os governadores de Minas Gerais (Magalhães Pinto), do Rio de Janeiro (Carlos Lacerda) e de São Paulo (Ademar de Barros) eram a linha de frente dessa classe, que ainda contou com o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Resta aos brasileiros que ainda sonham com uma sociedade mais justa e democrática lutarem para colocar o regime militar em seu devido lugar, ou seja, o de um regime baseado em mentiras, perpetrado e sustentado através de violações dos direitos cívicos e humanos, utilizador de métodos autoritários. A única verdade que há sobre esse momento funesto de nossa História está no sangue vertido por vários heróis que tiveram a coragem de lutar contra um estado de exceção. Ou então, jaz com muitos desses heróis.
P.S. Esse artigo é em memória ao Deputado Federal Carlos Marighela, ao Capitão Carlos Lamarca, aos bravos combatentes revolucionários do Araguaia, e a todos mais que tombaram lutando pelos verdadeiros ideais democráticos.
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