Leandro Fortes deu uma boa definição para a aventura que os demos, tucanos, liquidacionistas, e toda a sorte de entreguistas e privateiros estão fazendo ao promoverem uma CPI da Petrobras. “Uma cruzada ao fundo do poço”, segundo o jornalista da carta Capital.
Diria eu que, melhor ainda, trata-se duma epopéia. Ou talvez, autoflagelo, um tiro de bazuca dado no próprio pé – essa expressão é do Locatelli.
A oposição conseguiu aquilo que vínhamos pedindo desde 2003, ou seja, ver o povo nas ruas para defender os interesses e a soberania nacional. A direita conseguiu, quem diria, resgatar os movimentos sociais, sindicatos e organizações populares da letargia a qual se encontravam. Só tem um probleminha, para a direita obviamente, esses movimentos saíram às ruas no ímpeto de denunciar as manobras entreguistas e politiqueiras da própria direita.
Essa aventura está sendo também didática. Afinal uma sucessão de declarações e atitudes da direita, mostram perfeitamente o corolário desse grupo de políticos antipovo. Como por exemplo, a ameaça de obstruir as votações no plenário do Senado caso o povo continue a sair às ruas contra a CPI da Petrobras. Assim tornam publico, mais uma vez, o desprezo e ojeriza que sentem pelo povão.
Os grandes jornais da mídia oligopolizada, aliados incondicionais da direita, não perderam tempo e correram a publicar editorias defendendo a emocionante epopéia entreguista. O Otavinho Frias afirmou com todas as letras que, nenhuma empresa no Brasil, ainda mais uma estatal, pode estar imune a investigação de uma CPI. Concordo plenamente com ele. Inclusive lhe sugiro que nos próximos editoriais defenda uma CPI sobre a fusão entre Sadia e Perdigão, e enfim, possamos tomar conhecimento sobre quantos trabalhadores perderão o emprego e quais unidades serão fechadas. Ou então, sobre outra fusão, a do Itaú com o Unibanco, como serão as relações trabalhistas num setor onde já é notória a degradação da qualidade de trabalho, e, ainda, qual o impacto que essa fusão terá diretamente sobre os ditames das escorchantes taxas cobradas pelos bancos na Terra de Santa Cruz. O publisher da Folha poderia propor também uma CPI que investigasse a conduta do Grupo Folha durante a ditadura militar – ditadura a qual Otavinho prefere chamar de ditabranda –, como se deu inicio ao apoio logístico daquele grupo, cujas peruas eram cedidas para o transporte de presos políticos. A sociedade brasileira tem curiosidade em elucidar tal relação.
Hoje li na Folha Online mais uma das perolas da oposição farisaica. O senador Arthrur Virgílio afirmou ao rebater críticas da ministra Dilma Rousseff sobre a CPI instalada, que a Petrobras “está dominada por políticos derrotados”. Isso, na visão do nobre senador amazonense, é indigno e os ocupantes do primeiro escalão da estatal são incompetentes por natureza.
Acho que o senador Arthur Virgílio estava em Marte nos últimos 7 anos, ou então, pelo menos desde 2006, estava ocupado contanto a enormidade de votos que recebeu para o governo do Amazonas, 5%. Então só pra informá-lo.
A Petrobras valia, a preço de mercado, pouco mais de 50 bilhões de dólares em 2002, hoje vale cerca de 460 bilhões. Durante esse período não tivemos sequer um único acidente que lembrasse de longe o derramamento de óleo que ocorreu nas baías de Guanabara ou Paranaguá, e tampouco algo similar ao afundamento da P36. O barril do petróleo foi ao patamar histórico de US$145,00 na Bolsa de Nova York, no entanto, no mercado interno, o preço da gasolina, do óleo diesel e outros derivados, se manteve praticamente estável nesse período. Mais, a Petrobras se tornou a maior empresa da America Latina, descobriu uma das maiores reservas de petróleo do mundo na chamada camada do Pré-Sal. É sinônimo de tecnologia de ponta em extração de petróleo em alto-mar, e em 2006 o Brasil se tornou um dos poucos países do mundo – pelo menos do que eu vivo, não sei ao certo quanto ao senador Virgílio e seus colegas de oposição – auto-suficiente em petróleo. Além de tudo isso, a empresa estatal tem tido papel relevante como impulsionadora da economia nacional ao tocar projetos do porte de refinarias e gasodutos. É de suma importância salientar que seus acionistas, incluindo àqueles brasileiros que usaram o FGTS e compraram ações durante o governo FFHH, estão muito satisfeitos com o desempenho da empresa na bolsa de valores.
Agora, se é pra ter uma CPI da Petrobras, por que não começar investigando a dinheirama torrada pra trocar o nome da empresa para “Petrobrax”, os desastres ambientais causados pelos derramamentos da década de 1990, e o afundamento da P36?
3 comentários:
23/05/09
Pois é meu caro amigo:para mim oposição ou situação têm apenas uma diferença óbvia: uns são do governo, outros são contrário a esse governo.
Lembro bem daquelas irregularidades - derramamento de óleo na Baía, e o pior: o afundamento de uma plataforma importante que muito custou aos cofres da União. Realmente: é a hora, o momento exato de englobar todo esse imbroglio e levantar tudo, por às claras, dar à opinião pública esclarecimentos gerais. A Petrobras é uma empresa de vulto de nossa economia, mas sujeita, por isso mesmo, a sofrer, como a Previdência, assaltos aos seus cofres. A CPI, creio, não tenha o objetivo de privatização como foi
à Vale, mas para desmascarar os falsos "homens sérios" que passeiam suas corrupções pelos corredores da estatal.
Todavia, repito indo de encontro à sua declaração: comece-se desde os tempos do governo FHC. Vão encontrar muitos "PODRES", muitos "ROMBOS", etc. Para os DEMO(nios), TUCANOS e parte dO PMD(Bestas)isso está zoando como obstáculo à campanha do atual governo que, diga-se de passagem, está agindo incorretamente fazendo campanha para a senhora Dilma Roussef. Nunca, jamais, vi um Presidente da República levando o Ministro de sua Casa Civil em viagens pelo Brasil; para o exterior ainda é aceitável desde que não seja para fazer apologia a favor de um nome para candidato à sua sucessão. Siga o Presidente como um auxiliar importante direto, só.
Sem dúvida a oposição já percebeu o erro de criar esta CPI. PSDB-PFL (recuso-me a chamá-los "democratas" e, respeito ao vernáculo) estão carimbados como anti-nacionais, entreguistas, e nem o Serra nem ninguém conseguirá limpar esta imagem em 2010. Foi uma facada nas costas do Serra, dada pelos radicais de direita que o apóiam, como Virgílio, Agripino, Reinaldo "Esgoto", et caterva.
A CPI fará algum barulho nas primeiras semanas e logo será abafada pelos próprios mentores. Basta alguém propor a convocação do genro do Fernando Henrique, ou falat na P-36, nos vazamentos, na Operação Petrobrax, etc.
Como mote para a campanha, foi ótimo para o governo e sua candidata.
Acho que esse Morani ou é Demo tucano, apesar de negar, assim como os entreguistas negam que o são. Pois se não enxerga diferenças, realmente chega a conclusão que não enxerga nada mesmo.
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