sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Será somente água?

Por Tiago Barbosa Mafra

O planeta Terra apresenta algumas condições essenciais para a sobrevivência do ser humano, sendo a água um dos recursos naturais indispensáveis que garantem a perpetuação da vida.

Devido à sua importância na formação e desenvolvimento das sociedades humanas, desde os grupos tribais até os dias atuais, a própria Organização das Nações Unidas incluiu nas Metas do Milênio a necessidades do uso racional dos recursos hídricos como forma de contribuir para a redução da pobreza extrema. Na reunião Rio+10, realizada em 2002 em Johanesburgo, na África do Sul, ficou clara a obrigação de um crescimento econômico que não desconsidere os fatores ambientais.

Mesmo o ciclo hidrológico sendo um renovador constante da água, a atuação humana desregrada, apesar dos alertas dos organismos internacionais e de estudiosos dos mais variados institutos de pesquisa do mundo, vem causando a destruição, impossibilidade de recuperação e consequentemente a escassez e problemas de acesso à água potável.

Despejo de dejetos, avanço das manchas urbanas sem planejamento, impermeabilização do solo, desrespeito às leis ambientais, tudo isso e muito mais têm contribuído para o agravamento da situação.

Infelizmente, o discurso do desenvolvimento sustentável não passa de discurso, haja visto por exemplo, a insistência do poder público municipal de Poços de Caldas-MG em dar um “passo” maior do que as condições locais podem suportar. Aliás, os grupos políticos locais mais poderosos têm mesmo a mania de dar o “passo” primeiro e questioner a população depois, isso quando questionam.

O que é certo é que as decisões políticas que envolvem problemáticas ambientais precisam de uma percepção do conjunto, dos impactos a longo prazo e das heranças históricas e espaciais que pretendemos legar às gerações futuras. Cabe a população o acompanhamento e a fiscalizaçãoda da situação para impedir irregularidades e irresponsabilidades.

Fica a dúvida de que talvez alguns gestores tenham interpretado mal o trecho da música de Paulo Tatit e Arnaldo Antunes: “Toda a água é mesmo água e só”.

Tiago Barbosa Mafra é professor de Geografia na Rede Municipal de Ensino e no curso pré-vestibular comunitário Educafro.
tiago.fidel@yahoo.com.br

2 comentários:

Blog do Morani disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Blog do Morani disse...

Entre os elementos encontrados no planeta Terra, a água abundante ocupa a terceira posição entre os principais citados elementos que mantêm a Vida aqui, onde já viveram milhares de civilizações e ainda existindo, indefinidamente, consumindo-a, desde remotas época. Que manancial pleno tem sido esse enigma que é a água. Porém, ela não durará para sempre se o homem não intervir de modo inteligente no controle de seu uso. Os lençóis freáticos se exaurem; os aquíferos sofrem com a modificação da atmosfera e, pois, com os ciclos pluviais dando mostras cabais de que a precipitação das chuvas já não são tão pródigas como foram antes. 70% do nosso planeta é composto de água - os oceanos -, que não estão ali somente para nos encher os olhos com sua beleza e contribuir ao nosso lazer. O papel dos mares é bem mais importante do que se possa imaginar. Atmosfera e oceanos são um só, podemos avaliar assim. Se eles correspondem a 70% da parte líquida da terra, o homem, por seu lado, tem em seu peso 80% desse precioso líquido. Não só o homem, mas todas as criaturas vivas. Portanto, quando os sábios da Terra pensarem num meio lógico de consumo devem elaborar estudos nunca antes feitos antes do século XX. Tecnologias existem para esse objetivo, mas é necessário, antes de tudo, prevenir, em meu modo de ver, a expansão humana sobre a face deste planeta sabendo, de antemão, que terão pela frente as barreiras ideológicas da Igreja, que tem grande influência no comportamento humano no que tange ao controle da multiplicação de seres. A água deverá ser, em futuro não muito distante, o motivo principal das futuras guerras entre as nações. Quaisquer estudos, no mais ínfimo dos municípios, deverão levar em conta opiniões dos leigos que, por menos que saibam, sempre terão respostas mais ou menos lúcidas aos seus problemas no uso e na preservação de seus rios, lagos e nascentes.

30 de Outubro de 2009 13:58

Postado em Será somente água?