O nobre e probo deputado Geraldo Thadeu em entrevista a um programa da Rádio Cultura de Poços de Caldas foi peremptório ao negar as acusações feitas pela revista Época no fim de semana e chegou, segundo o Pensa Poços, até a se emocionar.
A entrevista na Rádio Cultura fez parte da peregrinação pelos meios de comunicação da cidade a fim de dar explicações. Obviamente que o deputado tem o direito de se defender e, mais ainda, caso a revista das Organizações Globo esteja de alguma forma agindo de má fé, é dever do deputado buscar meios legais de fazê-la reparar possíveis danos morais.
No entanto algumas dúvidas ainda persistem e eu gostaria que o deputado Geraldo Thadeu as esclarecesse:
1-A revista Época afirma com todas as letras que ao procurar o deputado “(...)primeiro ele tentou negar a doação das passagens. Informado sobre os comprovantes, disse que, como não havia regras claras, podia fazer o que quisesse com sua cota(...)”. Então, o deputado doou ou não passagens para o empresário Fernando Marques? Essa doação é ilegal, como afirmam procuradores da República, ou utilizar dinheiro público – do contribuinte que paga impostos – é algo moralmente aceitável e dentro dos parâmetros da Lei?
2-O fato de ter recebido oficialmente R$ 406 mil de empresas do grupo União Química em forma de doação de campanha e agora atuar para modificar um projeto aprovado pelo Senado que autoriza a produção e venda de medicamentos genéricos para animais, o que, caso obtenha êxito, favorecerá dentre outras empresas a uma do grupo União Química, é antiético? Ou deputados defenderem interesses de empresários que contribuíram com suas campanhas eleitorais não possui nada de extraordinário ou que vá de encontro à ética na vida pública?
3-Segundo a matéria de Época Vossa Excelência, o deputado Geraldo Thadeu, confirmou ter levado o empresário Fernando Marques para um encontro com o então ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, em busca de apoio para a construção de uma fábrica de medicamentos em Brasília. Vossa Excelência disse que não se tratava de tráfico de influência – o que está nas entrelinhas da matéria –, mas, sim, de preocupação com o desenvolvimento de Brasília. Então fica no ar mais uma dúvida: é comum entre os deputados federais, que não seja um dos oito eleitos pelo Distrito Federal, levar empresários para encontro com ministros de Estado a fim de juntos tratarem de temas referentes ao desenvolvimento regional do Distrito Federal?
Ademais, será que Geraldo Thadeu pode compartilhar conosco algum caso especifico em que deputados brasilienses se interessaram por assuntos referentes ao desenvolvimento regional do Sul de Minas? Obviamente sei que o voto no Brasil não é distrital, mas também não me parece usual deputados federais mineiros interferirem diretamente em assuntos que digam respeito ao desenvolvimento econômico regional do Distrito Federal, de São Paulo ou do Rio Grande do Sul. Ou então deputados federais fluminenses se interessarem diretamente no desenvolvimento da Bahia, do Pará ou de Santa Catarina, inclusive intermediando reuniões entre empresários e ministros de Estado.
7 comentários:
Faço minhas as mesmas questões, Hudson e talvez elas devam ser de todos os brasileiros, em especial, dos mineiros, ainda mais, dos poços-caldenses.
Jesuane Salvador -
Jornalista
eu já pedi a um Deputado que me apresentasse um Senador de Tocantins e isso foi feito. Não tem nada a ver essa matéria....R I D I C U L O
ESTUDEM MAIS SOBRE POLITICA ANTES DE ESCREVER
O mais grave é que tudo leva a crer que o deputado trocou passagens aéreas por dois carros importados...
Caro Rafael
Como formado em Ciências Sociais e pós-graduado em Filosofia penso eu que já estudei muito sobre Política. É claro que meu conhecimento pode não ser tão vasto quanto o seu, que nem sei qual é a especialização, contudo posso lhe garantir que não sou leigo no assunto.
Um dos problemas levantados no post não é simplesmente o deputado Geraldo Thadeu defender interesses regionais do Distrito Federal, a questão não se reduz a isso. Vejo problemas no deputado se imiscuir em questões específicas do DF quando deveria se preocupar mais com questões nacionais, afinal nem ele e nem qualquer outro deputado federal é despachante de questões cartoriais. No mais e pior ainda, a matéria de Época transborda nas entrelinhas que o nobre deputado estaria agindo como lobista. Será ético um parlamentar defender interesses e intermediar reuniões entre empresários e ministros de Estado quando esses empresários são doadores de campanha do próprio parlamentar.
Aconselho-te estudar um pouco de Ética!!!
Hudson, parabéns pelos questionamentos. Poços de Caldas está hipnotizada pelas forças políticas que a controlam e Geraldo Thadeu faz parte dessa laia. Recorde-se que o Geraldão Avião é o mesmo Geraldinho 34, das eleições de 1996.
Hudson, bom mesmo foi o título da postagem "Fala... fala... fala... e não esclarece nada" contrastando com o início do texto "nobre e probo".
Foi proposital?
Abs
Luciano.
Luciano
Até agora "o nobre e probo" deputado Geraldo Thadeu além de não esclarecer nada, ainda tem caído em contradição, só que a imprensa imparcial de Poços parece já ter dado o assunto como encerrado. Durma-se com um barulho como este!!!
Postar um comentário