por Fátima
Oliveira
Médica – fatimaoliveira@ig.com.br
Patrus é um prefeito inesquecível no imaginário popular
belo-horizontino. É raro o dia em que alguém não fale “No tempo do Patrus”… “Se
fosse Patrus o prefeito”… Conversas num pronto-socorro entupido de gente em
macas dias e dias a espera de um leito que teima em não aparecer…
O que povo fala sobre Patrus prefeito, do que significou e fez
diferença em suas vidas, evidencia que ele “carrega o selo de mito fundador,
com poder de convencimento político que ainda arrebata corações e mentes” e
também revela um capital político inconteste daquele que foi considerado o
melhor gestor do SUS no Brasil, pois reformatou a atenção à saúde em Beagá de
tal modo que a incompetência e o descompromisso de alguns que vieram depois não
conseguiram destruir os alicerces da atenção à saúde estabelecida na gestão
Patrus: o lastro do acesso universal como direito.
Eu disse em “Memória, compromisso e via-crúcis: do ‘Resgate’ ao
Samu” que Patrus é pai do Resgate e avô do Samu. “Lembra do ‘Resgate’? Vou
contar. É de onde foi parido o Samu 192 (marca Governo Lula, 2003). Lembra de
Belo Horizonte sem ‘Resgate’? Nem vale a pena.
Em 1995, o prefeito Patrus Ananias, do alto de sua incomensurável
sensatez humanista, entendeu que uma cidade do porte da nossa não poderia
prescindir de um serviço público móvel para as urgências médicas e depender
apenas do trabalho abnegado do Corpo de Bombeiros. Era convicto que a
ressurreição da atenção digna à saúde exigia desatar aquele nó. Foi uma sacada
de mestre! E colocou gente para correr atrás, ver experiências mundiais. Não
ficou contando tostão por tostão. Decidiu ter uma política assim, custasse o
que custasse”. Assim nasceu o Resgate: “ideia pioneira no Brasil, modelo para o
Samu 192 em âmbito nacional”. (TEMPO, 02.03.2010).
Escrevi em “Equidade para as duas Beagás: mais para quem precisa
de mais” que “Sabemos que ser belo-horizontino é um estado mental” e
filosofava: “Nada mais instigante do que as eleições municipais para
desencadear em mim o pensar e pensar. Porém, o caráter sui generis de alguns fatos
da política mineira desafiam meus neurônios. Que bicho surgirá do cruzamento do
‘jeito petista de governar’ com o ‘choque de gestão’? Como duas vias tão
díspares de administrar bens públicos poderão ampliar a cidadania? Quando da
escolha de um prefeito ou uma prefeita, o que faz sentido é indagar o que
queremos da futura administração da cidade”. (O TEMPO, em 16.09 2008).
Mas “Aécio e Pimentel queriam apoiar um candidato que aprofundasse
a relação entre a prefeitura e o governo estadual. ‘O objetivo era dar um
caráter mais técnico e profissional’”, disse em recente entrevista o atual
prefeito (O TEMPO, 07.07.2012). Entenderam agora por que votei nulo? Ai,
meus sais! E desde quando ser prefeito é isso?
Escrevi em 2008, mas vale para 2012: “Digo, com esperanças
renovadas, que a gestão Patrus demonstrou em palavras e atos que priorizava a
busca de soluções para os problemas mais prementes da cidade, em áreas nas
quais as políticas sociais fazem a diferença, notadamente na educação, saúde,
saneamento básico, habitação e alimentação dignas e saudáveis. Sobretudo,
comprometida com as duas Beagás, considerando que o caminho da cidadania
implicava em diminuir o fosso que separa uma da outra, adotando a equidade:
mais para quem precisa mais”.
A manchete “Patrus Ananias dá novo rumo à eleição em BH” primou
pela precisão, pois o que Beagá precisa é de mais uma dose de Patrus. Vale
repetir!
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