domingo, 7 de dezembro de 2008

Beggars Banquet

Em 6 de dezembro de 1968 uma das maiores bandas de todos os tempos – talvez a maior – e mais longevas lançava no mercado radiofônico uma fabulosa obra artística da música pop. Os músicos são com certeza os mais sarcásticos de sua geração e das posteriores, e o disco o seu mais cínico. A banda em questão atende pelo nome de Rolling Stones e o referido álbum não poderia ser outro senão Beggars Banquet, o segundo disco maldito dos Stones. Parece-me improvável alguém curtir Rock and Roll e nunca ter ouvido canções como Sympathy For The Devil, Street Fighting Man, Stray Cat Blues ou Salt Of The Earth.

Produzido em pleno 1968, o ano mágico, os Rolling Stones inauguravam com esse disco antológico a fase áurea de sua carreira, a mais arrebatadora seqüência de clássicos que uma banda teve o prazer e privilégio de realizar até hoje. Essa seqüencia é alucinante, após Beggars Banquet vem Let It Bleed (1969), o ao vivo Get Yer Ya Ya's Out (1970), Stick Fingers (1971) e culmina com Exile On Main Street (1972). Antes em 1966 já haviam se firmado definitivamente com o excelente Aftermath e, em 1968, Their Satanic Majesties Request dava a dimensão de sua criatividade – o primeiro álbum maldito dos Stones e, muito embora recebido de maneira bastante fria por críticos e até fãs àquela época, hoje após ser melhor compreendido e deixar de lado as comparações ao Sgt Pepper´s, galgou o posto merecido, o de é um dos melhores discos do quinteto, mesmo sabendo da enorme pressão por parte de empresários e produtores para que o disco fosse realmente uma reles adaptação stoniana em cima da obra prima dos Beatles.

Quanto a Beggars Banquet, a idéia inicial era lançá-lo em maio, no aniversario de 25 anos de Jagger, mas, uma queda de braços entre Stones e gravadora por conta de algumas faixas e a capa, acabaram prorrogando o lançamento até o final de 1968. A capa proposta pela banda era a foto dum banheiro público, grafitado por canetas e com mensagens nas paredes, canos e etc., frases como "Lyndon loves Mao", "John loves Yoko", "Bob Dylans Dream", "God rolls his own" e "I sit broken-hearted". Já em dezembro a capa que apareceu fazia referência a um convite de festas. Detalhe, a capa original só viria a luz do dia com o advento do compact disc e a remasterização do disco para o novo formato na década de 1990.

Brian Jones após o termino das gravações de BB seria demitido, mesmo durante as gravações foi substuído diversas vezes, em certas faixas estão Nicky Hopkins no piano e Rocky Dijon na percussão. É um tanto incerto o grau de participação que Brian teve e o que fora aproveitado no álbum. Sabe-se que no início das sessões ele estava acreditando que teria uma chance dentro da banda, e se esforçou, apesar de estar bastante doente. É também certo que a esta altura Mick e Keith estavam extremamente intolerantes com ele. Das poucas vezes que Brian apareceu nas sessões, média de uma vez a cada quatro sessões, as coisas que ele gravou foram colocadas em um rolo mono à parte do master que a banda estava gravando. Embora a ficha técnica mencione pianos, guitarras, percussões e sitar, há dúvidas se a maioria dessas coisas, caso gravadas, foram de fato para o álbum. O certo é que, já consumido pelo álcool e pelas drogas, morreria no início do ano seguinte e em sua homenagem os Stones fariam um show memorável no Hide Park em Londres.


Durante a preparação e as gravações o quinteto se distanciou de vez do tipo de rock realizado pelos fabfour, também abandonam o psicodelismo e retomam a pegada Rhythm & Blues dos primeiros anos. Ali eles mostram a verdadeira cara, sujos (Symapathy For The Devil), malvados e indecentes (Stray Cat Blues), rebeldes (Street Figthing man).

É claro que no universo da musica pop, assim como em tudo na vida, há uma constante troca de influências, mas BB com certeza mais influenciou que foi influenciado, justamente pela sua autenticidade. Bandas futuras veriam em Beggars Banquet o paradigma a ser respeitado e seguido. E, através desse álbum os Stones se auto-afirmam ao mesmo passo que caracterizam a imagem do grupo rompendo com a beatlemania imprimindo seu próprio estilo. O resultado desembocou num rock rasgado, instigante e inflamatório, movido a letras ácidas e picantes calçadas por um humor (negro), malícia, fina ironia e escárnio. Em suma, o que seria dali em diante a marca da banda.

Quanto às faixas contidas na versão original falta-me palavras para descrevê-las a altura que merecem. Apesar do disco ser ótimo do inicio ao fim, com rockão, blues, country... algumas naturalmente se sobressaem em minha subjetividade.

A primeira Sympathy For The Devil talvez contenha a letra mais cínica dos Stones – portanto a mais cínica de todos os tempos. Embora inspirada no livro "The Master And Margarita", de Mikhail Bulgako, o que sinto é uma viagem no tempo e na consciência. Lúcifer é citado como o bode expiatório para todas as mazelas realizadas e sofridas pelo bicho-homem. O início conta com batidas de tambores que nos remetem a algum lugar da África ou da Bahia (?). A base da composição é a percussão (Watts, Wyman, Dijon), o piano de Hopkins, o baixo tocado por Richards e o vocal de Jagger. As guitarras entram apenas para rasgar o ouvido em solos curtos.

No Expectations é a mais romântica do disco e na verdade é uma balada. Parachute Woman, um bluezão, conta com baixo e guitarras fortes cadenciando um ao outro, além duma gaita linda.

Jigsaw Puzzle relembra composições antigas da banda, encontradas nos primeiros álbuns. A letra é um libelo sobre a confusão de fatos, papéis, e do valor da verdade que inunda o mundo contemporâneo. O pai de família é bandido e a filha do bispo (anglicano pode procriar!) passa incólume pelo vagabundo estirado na porta da casa. Outra vez, Jones faz a diferença na slide guitar e no ligeiro mellotron. O baixo de Wyman é espetacular e faz uma dupla imbatível com a bateria repetitiva, precisa e fundamental de Watts.

Já Street Figthing Man trata-se de uma letra política mostrando bem o que acontecia na Europa e no mundo naquele ano, em todos os lugares, exceto na sonolenta Londres. É uma de minhas musicas favoritas:

Ev'rywhere I hear the sound of marching, charging feet, boy
'Cause summer's here and the time is right for fighting in the street,
oh, boy
But what can a poor boy do
Except to sing for a rock'n'roll band
'Cause in sleepy London town
There's just no place for a street fighting man
No

Hey! Think the time is right for a palace revolution
But where I live the game to play is compromise solution
Well, then what can a poor boy do
Except to sing for a rock'n'roll band
'Cause in sleepy London town
There's just no place for a street fighting man
No

Uma das melhores composições de Jagger – com uma interpretação fenomenalmente contagiante – e Richards esnobando na guitarra acústica. Há ainda o piano de Hopkins e a cítara de Jones. A bateria, seguindo a tradição de Watts, é simples, precisa, casamento indissolúvel com o baixo de Wyman.

Stray Cat Blues é um rock puro, que, aliado a uma letra que faz os mais conservadores ficarem de cabelo em pé, disputa palmo a palmo com menos de meia dúzia de outras músicas a síntese do mais genuíno rock and roll. Fala sobre sexo com uma garota de quinze anos que, por sua vez, tem uma namorada. A execução é barulhenta e estridente e a slide guitar de Jones está obscurecida pelas guitarras de Richards. A música tem uma parte final instrumental, adornada pelas congas de Dijon num ménage a trois inesquecível com a bateria de Watts e o baixo de Wyman.

O álbum finaliza com a magistral Salt Of The Earth. Melancólica, arrebatadora, estupenda. Um dueto entre Richards e Jagger e coral ao fundo. É com ela que os Stones iniciam uma série brilhante de encerramentos de álbum, depois viria You Can´t Always Get What You Want em Let It Bleed e Moonlight Mile em Sticky Fingers. Os melhores encerramentos que eu conheço.

Beggars Banquet

Data de lançamento: 06/12/1968

01. Sympathy For The Devil
02. No Expectations
03. Dear Doctor
04. Parachute Woman
05. Jig-Saw Puzzle
06. Street Fighting Man
07. Prodigal Son
08. Stray Cat Blues
09. Factory Girl

Um comentário:

Daniel Pearl Bezerra disse...

POR QUE DILMA?
Em 12 de maio de 2008, o presidente Lula disse: "Conquistamos algo que não se mede em números, mas é decisivo para retomarmos o caminho do desenvolvimento: o País voltou a acreditar em si mesmo”. Antes de 2002, as forças conservadoras diziam através da atriz Regina Duarte: “Eu tenho medo do Lula”. Eles tinha medo de perder o poder para um ex-operário, que anos seguintes faria se tornaria no melhor presidente do Brasil. Lula foi iluminado ao dizer: ““Sabemos que temos muito a fazer, mas sabemos também que estamos no rumo certo. Aprendemos que uma boa combinação de políticas econômicas e sociais forma a base da superação de nossa pobreza secular e de nossa desigualdade entre classes sociais e regiões. Temos a certeza de que podemos avançar mais na construção de um Brasil ainda mais justo, e também na construção de um mundo melhor.”

Não podemos retrocer, as conquistas do Governo Lula pertence a Sociedade Brasileira. Em 2007, mais de 1 (um) milhão de famílias adquiriu a casa própria, foram vendidos 2,5 milhões de carros, 100 milhões de celulares, 10 milhões de computadores e 32 milhões de pessoas passaram a ter acesso à internet. O brasileiro passou a ter casa, carro, celular e computador porque conseguiu a satisfação de necessidades básicas, como alimentação adequada, acesso à saúde e à educação. Mais de 9,7 milhões de brasileiros deixassem a pobreza absoluta. O Programa Bolsa Família investiu R$ 9,2 bilhões em 2007 e mudou a vida de 46 milhões de brasileiros. O Produto interno Bruto (PiB) cresceu 5,4% e que as famílias gastaram mais 6,5% em 2007. O mercado interno movimentou a cifra de R$ 1,56 trilhão.

As ações do Governo Lula beneficiam todas as camadas da sociedade: redução da desigualdade, aumento da renda, qualidade de vida, avanços na educação (236 mil jovens no ProJovem (fev/08), 385 mil alunos no Prouni (abr/08) e 229 mil vagas/ano no Reuni (abr/08), mais 10 novas universidades federais, 214 novas escolas técnicas. A Educação vai receber mais de R$ 15 bilhões até 2011 para combater o analfabetismo, promover a melhoria do sistema e universalizar o ensino público brasileiro. Avanços nos Programas sociais: 11,1 milhões de famílias no Bolsa Família (mai/08), 7,9 milhões de pessoas no Luz Para Todos (abr/08), R$ 8,4 bi contratados no Pronaf, R$ 403 mi no Programa de Aquisição de Alimentos, Conta Caixa Fácil da CEF e o Banco Popular do Brasil. Emprego: 11 milhões de ocupações criadas, 8,9 milhões formais (jan/03-abr/08).Aumento do Consumo das famílias brasileiras, Investimentos recordes. Balança comercial positiva.

Nos últimos dois anos, 23,5 milhões de brasileiros passaram a integrar a classe média. Índice mostra nova queda da desigualdade na distribuição de renda. O Brasil tornou-se um País menos desigual. O crescimento econômico, aliado às políticas sociais do governo Lula. Outro indicador positivo foi a redução da miséria. Cerca de 9,7 milhões de pessoas deixaram o estado de pobreza absoluta, entre 2003 e 2006.

Nunca um presidente fez tanto pelo seu povo. Nós que fazemos o BLOG DA DILMA, queremos convocar a Sociedade Brasileira a lutar para continuidade de todas essas conquistas e não deixar que o PSDB venha destruir o sonho de um Brasil, numa provável eleição de um candidato tucano em 2010. O Capitalismo Neoliberal está em crise, às privatizações não deram certo em lugar nenhum, as mentiras do sociólogo Fernando Henrique Cardoso ninguém aceita mais e nem a interferência da Mídia Conservadora e Burguesa na escolha do próximo presidente da República.

Por que Dilma? A Ministra Dilma Rousseff é competente, séria, idônea, mulher talentosa, experiente, organizada, pulso firme, sensível, mãe... A candidata do presidente Lula e do povo brasileiro. Dilma será a renovação da esperança de um Brasil de Todos. Dilma será a primeira mulher a se tornar presidente do Brasil, um orgulho para todas as mulheres e também para todo brasileiro.

Convido você a divulgar o BLOG DA DILMA (http://dilma13.blogspot.com/). Coloque nos seus favoritos, nos links dos blogues, faça cartazes, distribua adesivos, envie e-mail para seus familiares, parentes e amigos. Participe! Não fique parado. É hora de reagir contra as Forças do Atraso.

Atenciosamente,
Daniel (Pearl) Bezerra de Oliveira
Editor geral do BLOG DA DILMA - http://dilma13.blogspot.com/
e do blog jornalístico DESABAFO BRASIL: http://desabafopais.blogspot.com/