sábado, 29 de janeiro de 2011

O que você não lê na mídia oligopolizada: Sem-terra inocentados no caso Cutrale

Pescado do Escrevinhador

Caso Cutrale: trabalhadores sem-terras são inocentados e processo é arquivado

Por Juliana Sada

Em janeiro deste ano, a Justiça decidiu pela libertação dos trabalhadores sem-terra acusados de praticar crimes durante a ocupação de uma fazenda na qual está instalada a empresa Cutrale, produtora de suco de laranja. Além disso, o processo foi arquivado pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

De acordo com o desembargador Luis Pantaleão, em seu relatório, não havia indícios que ligassem os acusados aos crimes alegados. Além disso, o desembargador citou problemas no processo. A prisão preventiva foi decretada antes do recebimento da denúncia e ainda com a investigação em curso, para o desembargador não havia indícios de que os acusados trariam algum empecilho ao processo. O encarceramento foi baseado também na suposta “imoralidade” dos trabalhadores, acusação que não sustenta a prisão preventiva.

Já o processo foi trancado por inépcia da denúncia, ou seja, por não possuir os requisitos legais para instauração de um processo.

A ocupação


Em setembro de 2009, cerca de 250 famílias ocuparam uma fazenda pertencente à Cutrale, para denunciar a grilagem de terras pela empresa. De acordo com o MST, a área ocupada pertence à União e a Cutrale estaria se apropriando ilegalmente da terra. A ocupação durou doze dias, entre 28 de setembro e nove de outubro, e terminou por ordem judicial.

Um comentário:

Diney Lenon disse...

DineyQue bela notícia, Hudson!
Há alguns dias estive no Triângulo Mineiro durante uma mobilização sindical de trabalhadores rurais e comerciários e pude conversar com a Presidente do Sindicato dos trabalhadores Rurais de Frutal e Região, empregada da Cutrale e mais alguns trabalhadores e me disseram que há casos de trabalho até a morte, de trabalho semi-escravo (que não são poucos!)...
É impressionante quanta terra está nas mãos dessa empresa, andamos por quase duas horas numa estrada que corta as terras dessa empresa... monocultura da laranja e da cana