segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Palpites – Parte 2

Distrito Federal

Com a renúncia do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), segundo parecer ao Supremo do procurador Roberto Gurgel o maior ficha-suja da galáxia, a tendência é que o caminho se torne mais fácil para o ex-ministro dos Esportes Agnelo Queiroz (PT). Roriz escolheu a esposa Weslian Roriz (PSC) e ela deve manter boa parte das intenções de voto que Roriz que já havia conquistado, senão a totalidade desses supostos votos, no entanto não deverá avançar e de acordo com as últimas pesquisas Queiroz teria uma vantagem em torno dos 10% de dianteira em relação a Roriz. Dificilmente ocorrerá uma virada de Weslian para cima de Queiroz.

Quanto ao Senado, também é muito difícil que haja surpresas no DF. Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB) abriram grande vantagem desde o início da campanha em relação aos demais concorrentes.

Bahia

Pelo o que as pesquisas indicam Jaques Wagner (PT), governador candidato a reeleição, vem tendo uma ligeira queda na intenção de votos. Mesmo assim ainda possui uma certa gordura e seus adversários mais fortes, Geddel Vieira Lima (PMDB) e Paulo Souto (DEM), parecem não empolgar o eleitorado baiano.

Na disputa pelas duas vagas do Senado uma briga acirrada entre Walter Pinheiro (PT), César Borges (PR) e Lídice da Mata (PSB). Dada à força do “lulismo” na Bahia e o fato de Borges ser cristão novo na base de apoio do Presidente Lula, além de por anos a fio ter sido fiel escudeiro de ACM – inclusive foi governador do estado pelo finado PFL de ACM – tornam os candidatos do PT e PSB favoritos.

Rio de Janeiro

Talvez seja um dos estados onde a eleição para governador se definiu mais cedo. Sérgio Cabral Filho (PMDB) deve se reeleger de forma olímpica, algo próximo ou acima dos 60% dos votos válidos. Contudo a candidatura de Fernando Gabeira que por ora roça os 20% deverá se aproximar dos 30%, muito por conta de uma suposta “onda verde” fluminense.

Essa mesma suposta “onda verde” pode beneficiar César Maia (DEM). O candidato ao Senado e que por três vezes foi prefeito do Rio de Janeiro, começou a campanha na frente, depois viu Marcelo Crivella (PRB) e na seqüencia Lindberg Farias (PT) ultrapassarem-no e abrirem boa dianteira. Mas aqui vai uma aposta minha. Crivella, dono de um alto índice de rejeição, fica de fora e Maia passando raspando.

São Paulo

Dá segundo turno. Não posso crer que o Picolé de Chuchu e Príncipe do Atraso – Geraldo Alckmin (PSDB) –, mesmo com toda a força dos tucanos no interior do estado, liquidará a fatura no primeiro turno. Aloizio Mercadante (PT) demorou muito a crescer nas intenções de voto, mas está crescendo e provavelmente chegará próximo aos 30% no domingo fatídico. Por outro lado Alckmin não obterá os cinquenta por cento mais um, então teremos segundo turno e aí a historia será outra.

Quanto ao Senado, embora Marta Suplicy (PT) e Neitnho de Paula (PCdoB) estejam na frente segunda as mais recentes pesquisas, acredito que Aloysio Nunes (PSDB) sentará numa das cadeiras do Senado no ano que vem. Acredito nisso porque com a desistência de Orestes Quércia (PMDB) e com o atual estado de saúde de Romeu Tuma (PTB) – há semanas num leito de UTI – o tucano tem sido o grande beneficiado das tragédias alheias. Mais o eleitor paulista, principalmente o do interior, é conservador demais para eleger dois candidatos ligados ao campo popular. Bom, se Aloysio Nunes sentará numa das cadeiras, quem sentará na outra em disputa? Por enquanto não me arrisco a apostar nem em Marta nem em Netinho.

Minas Gerais

Deixei por último meu estado. Todos os prognósticos mostram que o Boneco de Ventríloquo, Antonio Anastasia (PSDB), logrará êxito em sua empreitada. Na verdade o êxito nesse caso é muito mais de Aécio Neves do que do governador tampão. Realmente as circunstâncias e conjuntura não são muito favoráveis ao principal adversário do tucano, o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB).

Hélio Costa parece ter seguido o exemplo de José Serra no plano federal e cometeu todo o tipo de barbeiragem que tinha a seu dispor. Começando por não se declarar candidato de oposição, mas sim de o melhor para dar continuidade ao que Aécio fez por Minas.

No mais, o PT nacional e o Presidente Lula também erraram feio, cometendo o seu maior erro estratégico nessas eleições. Caso o PT tivesse lançado candidato próprio – Pimentel venceu as prévias numa disputa onde foram abertas várias feridas – a possibilidade de segundo turno seria enorme. Ao impor a aliança entre PT e PMDB no estado, colocando o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias, o maior nome do partido em Minas, como o vice de Costa, praticamente subtraído do processo qualquer possibilidade de segundo turno. A eleição se tornou polarizada entre os aliados de Aécio e uma oposição quase invisível nos últimos sete anos. Invisibilidade tanto por conta da absurda e vergonhosa censura imposta a imprensa mineira por Aécio e sua turma quanto pela cooptação de políticos antes adversários.

Ademais a chapa Hélio/Patrus tem lutado num cenário extremamente adverso. Para que haja segundo turno já não necessitam mais de suas forças apenas, enquanto os “nanicos” devem terminar a eleição com uma votação nula do ponto de vista eleitoral. Por outro lado a militância petista em nenhum momento mostrou entusiasmo por uma campanha na qual não há opção de número 13. Soma-se a isso o criminoso abuso do poder econômico da campanha do “Boneco de Ventríloquo “.

Em relação ao Senado Aécio Neves (PSDB) praticamente já está eleito. Mas, embora as pesquisas indiquem que Itamar “Forrest Gump” Franco (PPS) seja o favorito para a segunda vaga, ainda creio que Fernando Pimentel (PT) possa surpreender e tirar o doce da boca do ex-presidente.

Creio nisso porque o voto para Senador, tradicionalmente, é o último a ser definido pelo eleitor médio, trazendo sempre grandes surpresas no resultado final. Numa eleição em que serão eleitos dois Senadores essa situação é ainda pior. Também pode ajudar na eleição de Pimentel o fato de Itamar ter uma rejeição relativamente alta em algumas regiões do estado, sobretudo no Sul de Minas, segunda região mais populosa de Minas.

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