Na mesma semana que o “The Economist” e o “Financial Times” – porta-vozes do neoliberalismo – declararam acreditar que o presidenciável tucano José Serra é o mais preparado para governar o Brasil, distintos líderes políticos da esquerda européia declararam publicamente seu interesse pelos rumos do Brasil a partir de 1º de janeiro de 2011. Só que esses últimos preferem acreditar que a candidata petista Dilma Rousseff é a melhor opção para o Brasil.
Ontem (quinta-feira, 21 de outubro) vários membros do Partido Socialista da França assinaram um documento em apoio a Dilma Rousseff. Dentre os signatários estão a primeira secretária da legenda, Martine Aubry, e o prefeito de Paris, Bertrand Delanoë. Além destes também fizeram questão de assinar o documento personalidades da cultura e da literatura, como o escritor Philippe Besson e o filósofo Henri Peña-Ruiz.
Já hoje foi a vez de parlamentares e dirigentes do Partido Verde de diversos países europeus (França, Alemanha, Itália e Bélgica) tornarem público carta semelhante.
Em comum os dois documentos trazem consigo, além do apoio a Dilma, a defesa das transformações promovidas pelo Presidente Lula nos últimos oito anos e o repúdio a campanha de ódio alavancada de forma entusiástica pela direita brasileira em conluio com forças ultradireitistas.
Para terminar contarei, rapidamente, uma passagem ocorrida agora à tarde.
Fui abordado na rua por um ex aluno meu. Conversamos um pouco e logo ele me indagou o que penso sobre Dilma Rousseff. Respondi que em primeiro lugar se trata de uma heroína, afinal lutou com coragem – pondo a própria vida em risco – contra a ditadura e é uma pessoa que sempre esteve no espectro de esquerda da política nacional. Também falei que Dilma se mostrou ótima gestora durante sua passagem tanto pela Casa Civil quanto anteriormente pelo Ministério de Minas e Energia. Ademais essa eleição é um momento histórico onde optaremos por dar continuidade aos inegáveis avanços do governo Lula ou tomar um rumo incerto com propensões a regredir para o neoliberalismo dos anos 1990 e dessa vez com o que há de mais asqueroso na política nacional, os movimentos de ultradireita. O ex-aluno tentou contra-argumentar usando o manjado trololó da Dilma “terrorista”, “bandida” e ”assassina”.
Pois bem, não dá pra negar que uma coisa a direita conseguiu incutir na cabeça de milhões de brasileiros e a História passou por uma revisão: quem lutou contra a ditadura deixou de ser participante de grupos de resistência para se tornar “terrorista”, “bandido” e “assassino”.
A História é escrita pelos vencedores e será dessa forma que ela será escrita caso Serra e seus gorilas fascistas vençam as eleições.
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